Análise: Killer Instinct (Xbox One)
Após quase duas décadas esquecido, passando por uma troca de desenvolvedora e duas publishers, a franquia de luta consagrada pelos mais exagerados combos está de volta. Killer Instinct retorna pelas mãos da Double Helix, como um título de lançamento do Xbox One. Mas será que o retorno da série consegue atingir um Ultra Combo ou acaba tomando um C-C-C-C-Combo Breaker? É o que vamos descobrir nessa análise.
Disponível como um Free-To-Play na nova Xbox Live, Killer Instinct entrega apenas um personagem jogável nesta forma: Jago, que está disponível para jogar em todos os modos de jogo, sejam eles online ou offline. Jago serve bem pra iniciar o jogo e fazer o modo Dojo (que te ensina a jogar), mas apenas um personagem pode parecer limitado para um jogo de luta.
Felizmente isso não é um problema, visto que o jogo entrega opções diferenciadas de compra: os jogadores podem adquirir cada um dos outros 5 personagens que estejam interessados de maneira separada, por um custo de 5 dólares cada, ou o jogo inteiro completo, em duas versões de 29 dólares ou 39 dólares, que além de todos os personagens, inclui um bônus do Killer Instinct original e dois personagens ainda não lançados.
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Jogabilidade
Sem dúvidas o principal aspecto de um jogo de luta, a jogabilidade de Killer Instinct mostra um impressionante trabalho realizado pela desenvolvedora, uma novata no gênero. Essa era uma das principais preocupações dos fãs, afinal Killer Instinct sempre teve um estilo de jogo único. Felizmente a Double Hélix não somente buscou inspiração nas versões antigas, mas trouxe novos elementos sem quebrar a principal característica do jogo: a capacidade de “combar”.
Sim, é extremamente fácil fazer combos em Killer Instinct. Com o tradicional esquema de controles 3 socos e 3 chutes e trazendo comandos com respostas dignas de um jogo da Capcom ou SNK, você faz isso de uma maneira intuitiva, com golpes que funcionam como Entradas, Linkers, Autos, Finalizadores e algumas outras nomenclaturas, cada uma com sua função que de uma maneira simplificada funcionam da seguinte forma:
Um golpe de entrada abre a possibilidade pra um golpe Auto (de sequência) que vai atingir alguns hits, precisando de um golpe Linker pra dar continuidade, seguido de outro golpe Auto, e de um finalizador.
Pode parecer complicado, mas a construção de um combo em Killer Instinct é uma questão bem simples. Juntando alguns movimentos especiais à essa estrutura, você consegue diferentes resultados. Alguns são usados para iniciar combos, e outros são finalizadores usados para combos finais. Terminar uma combinação dessa maneira pode recompensar o jogador com dano extra, barra extra, ou a possibilidade de iniciar um combo inteiramente novo, dependendo do ataque utilizado.
Essa mecânica de misturar e combinar diferentes ataques é uma forma divertida de manter seus oponentes adivinhando seu próximo movimento o que ajuda a impedi-los de quebrar as suas combinações.
Falando nisso, na maioria dos jogos de luta, combos longos normalmente não tem saída. Se você cai em um, tem que assistir a punição até o fim sem muitas opções, rezando pro oponente errar a sequência ou terminar a tortura logo. Killer Instinct porém, lida com isso de uma maneira diferente. Mesmo que não tenha jogado a série, você provavelmente já ouviu aquele famoso grito de C-C-C-C-COMBO BREAKER em algum lugar da internet. Pois é.
A qualquer momento durante um combo, o jogador que está apanhando pode tentar sair puxando um famoso Combo Breaker. Se for bem sucedido, este movimento quebra imediatamente a sequência, abrindo um espaço entre você e o atacante pra que você possa retomar o seu jogo. Caso contrário, você entra em uma espécie de trava e fica impedido de tentar novamente durante alguns segundos, tempo o suficiente pro seu adversário continuar te batendo.
A maneira de utilizar um Combo Breaker é bastante inteligente. Basta que você pressione soco e chute da mesma intensidade com a qual seu oponente está te atacando naquele momento. Portanto se o oponente estiver te pegando num combo com um Linker de soco médio no momento, você só precisa pressionar soco e chute médios pra quebrar a sequência.
Golpes especiais são feitos com qualquer sequência de um golpe normal, executada com dois botões. São ótimos pra ser encaixados em combos e cada um deles gasta um nível da sua barra que tem 2 níveis máximos.
Uma versão ainda incompleta
O maior problema de Killer Instinct no entanto é que ele é um jogo ainda em fase de desenvolvimento, que foi lançado incompleto pra aproveitar a janela de lançamento do Xbox One. Por conta disso, a versão de lançamento conta com apenas 6 personagens jogáveis (com Spinal disponibilizado em Dezembro e Fulgore até Março de 2014).
Por um lado, isso pode parecer bacana já que o custo do jogo não é de um produto retail, e nós já temos a chance de jogá-lo antes dele estar finalizado; algo que é sem dúvidas bastante nostálgico, poder acompanhar passo a passo a evolução do renascimento de uma série esquecida por tantos anos.
Por outro lado essa precipitação trás dois problemas: O primeiro é sem dúvida de que o jogo não vai longe o suficiente para manter o interesse dos jogadores que não buscam a experiência do online. Restrito aos modos Versus, Survival, Dojo e Practice, Killer Instinct foi lançado sem um modo Arcade o que pode parecer frustrante pra quem quisesse acompanhar o retorno de seus personagens em um modo História.
O segundo problema são os bugs. Não são muitos, mas em um deles o jogo deu problema pra iniciar duas vezes, coisa que foi facilmente contornada ligando e desligando o aparelho. Em outro nós tivemos um grande problema ao partir pro online do jogo. Nas partidas rankeadas, se o Kinect estiver ligado e alguma outra pessoa que tem o perfil no aparelho entrar na frente e fizer o Sign-In automático pelo reconhecimento facial, o jogo pode te desconectar e simplesmente apagar o seu progresso. “Felizmente” isso aconteceu no segundo dia de jogo, então não perdemos tanta coisa assim, mas fica a dica para quem estiver investindo no game já que ainda não existe nenhum patch.
E por falar no modo online, o jogo não trouxe nenhum grande problema de lag. Jogando com amigos ou rankeado, a experiência foi a mesma, o que mostra a estabilidade do novo serviço da Xbox Live.
No entanto, a falta de alguns recursos básicos, já pré estabelecidos em títulos da geração passada também pesa um pouco. Não existe um lobby de jogo, o que significa que você só vai poder jogar contra um amigo por vez e não vai poder assistir as lutas de ninguém. Felizmente isso pode ser contornado com o interessante sistema de gravação do Xbox que já está gerando alguns vídeos com combos impressionantes dos jogadores.
Gráficos
Apesar da quantidade impressionante de partículas e ótima iluminação rodando a 60 FPS cravados, não podemos considerar Killer Instinct um jogo bonito pra os padrões de uma nova geração de consoles, pois ele rodaria facilmente no Xbox 360 com algumas adaptações mas mantendo sua essência. Dito isso, modelos de personagens, cenários e artwork são sim interessantes, mas fica a expectativa de melhores estágios e de um chefe final impressionante nas atualizações que estão por vir.
Som
Sempre foi um dos aspectos onde a série brilhava, e na nova versão esse brilho não se apagou. Considerado um dos jogos de luta com a melhor trilha sonora (a versão do Super Nintendo vinha com um CD com as faixas do jogo), Killer Instinct retorna com uma versão ainda mais pesada de seu tema clássico e novas faixas para os personagens, todas muito boas e seguindo o estilo dos jogos antigos.
Nos demais aspectos sonoros o jogo é bastante competente, mantendo o tradicional narrador, dando nome as combinações que você acerta com empolgação. O jogo ainda trás alguns detalhes bem sutis como tocar uma nota do tema a cada mudança da seleção do menu após uma luta, ou tocar uma nota a cada hit de um combo executado durante um Ultra Combo.
Por fim, é difícil dar uma nota pra um jogo incompleto e essa é sem dúvidas a melhor definição pra Killer Instinct até agora. Mesmo assim, a versão lançada atualiza com sucesso o clássico dos anos 90 em um refinado jogo de luta que vai prender muitos fãs do gênero.
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Ótimo review, concordo com tudo, por mais que a jogabilidade e som estejam legais, você joga e da aquela sensação de um game incompleto, não vejo a hora dos novos personagens saírem.
Mais um fighting game pra lista.
Até agora foi o jogo que mais me chamou atenção junto a Dead Rising nessa geração.
Discordo só do Artwork dos personagens, e também acho que, tirando a chuva de partículas o jogo poderia ser lançado no Xbox 360 praticamente idêntico (graficamente) a versão do Xbox One… embora eu ainda ache que alguns efeitos não seriam possíveis no 360 visto que a GPU teoricamente tem menos capacidade gráfica que uma Geforce 8400gs
Análise bem imparcial e informativa, muito boa mesmo congrats
Difícil eim. Vê ele rodando em vídeos é uma coisa, na TV é Outra história.
Qualquer jogos da nova geração por enquanto ” roda ” na atual geração, porem não como se vê na nova…
Mas que declaração hueBR hein! nunca que um 360 é equivalente a uma 8400GS, pelo menos uma 9800 GTS
Capacidade em TERAFLOPS é igual