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Análise – Tembo the Badass Elephant

8.5
Elefante Rambo
Tembo The Badass Elephant é competente em tudo, mas não se leva a sério em nada. É um jogo que vai lembrar da SEGA clássica de Ristar, Astal e Vectorman e fãs dos 16 bits vão gostar da simplicidade e desafio do título dando boas risadas com o elefantão.

Jogadores mais antigos recordarão de uma época onde os videogames não precisavam desenvolver cenários ou enredos complexos, bastando uma desculpa qualquer pro jogador apertar Start, sair derrotando inimigos e salvar o mundo contra as forças do mal.

Conforme os anos foram se passando a tecnologia permitiu adicionar mais e mais elementos para deixar os jogos mais completos e complexos e muito dessa simplicidade dos 16 bits se perdeu.

Tembo The Badass Elephant é um título da Game Freak (sim a desenvolvedora dos jogos de Pokémon), publicado pela SEGA, e lançado para PS4, Xbox One e PC que chega do nada e resgata muito dessa simplicidade dos jogos clássicos. Começando pelo protagonista, nada em Tembo é realmente complicado ou difícil de entender.

Você é um um elefante soldado fodão como o próprio título define e foi contratado por um exército para salvar as vítimas do general da Phantom Army, que sequestrou várias pessoas e as prendeu nas diversas fases do game. Seu objetivo como elefante comando, é resgatar 10 pessoas em cada uma das 5 fases espalhadas pelos 3 mundos principais do jogo para depois encarar as 2 fases finais e enfrentar o general inimigo.

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A premissa é realmente simplória e não tem nada a ver com nada, mas esse estilo de jogo com protagonistas diversos e ambientação maluca lembra muito os tempos de ouro da SEGA em jogos como Ristar, Astal, Vectorman e outros. E numa época onde a ambientação muitas vezes entra na frente do gameplay pra vender o título, um jogo que vá contra essa tendência é sempre bem vindo.

Jogabilidade

Como um plataforma 2D, Tembo pode saltar, correr, e flutuar um pouco no ar (balançando as pernas como o Yoshi). Além disso como é um elefante, Tembo pode atirar água pelo nariz. Mas sendo um elefante comando, Tembo tem movimentos mais agressivos como uppercuts, slides, bundadas e um mergulho girando e quebrando tudo como uma bala de canhão.

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Apesar de linear o level design é bem aberto, permitindo a exploração para encontrar os 10 reféns de cada estágio, com caminhos diferentes, passagens secretas e alguns pequenos puzzles. Os cenários variam desde a cidade, passando pela floresta, até chegar num cenário futurista. Por ser um elefante comando, a progressão do jogo depende de derrotar uma quantidade de inimigos em cada fase… só assim você vai juntar pontos o bastante para destravar o próximo estágio. Alguns estágios também contam com subchefes e os 3 mundos tem um chefão, com o grande chefão final na última fase. Dependendo do seu estilo de jogo, esse sistema de progressão talvez esse seja o maior defeito do game, pois ele te força a matar a maior quantidade possível de inimigos nas fases para juntar pontos e destravar o próximo estágio. Jogadores que queiram ignorar os oponentes e passar correndo vão ter problemas em avançar para a fase seguinte em algum momento e terão que repetir estágios anteriores para juntar esses pontos.

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Tembo tem 17 fases e a zerada deve levar não mais que 8 horas se você jogar bem. Sim, outro resgate dos 16 bits nesse game é a dificuldade, que é acima da média dos jogos modernos. Não é um jogo muito difícil, mas é desafiador ao ponto de fazer o jogador repetir algumas fases para pegar tudo. Algumas fases e inimigos em particular também vão dar trabalho. Ao todo usamos uns 3 continues para finalizar o game e o último chefe levou mais de 10 tentativas até derrotá-lo.

Som

A trilha sonora de Tembo é bacana mas não é muito variada. São poucas faixas que acabam se repetindo mais pelo estilo do cenário e nos chefes e nenhuma delas é realmente marcante. Ela cumpre o seu papel, mas não faz nada além disso. O resto do jogo no entanto, é competente no departamento sonoro e tudo é muito bem feito, desde o grito do elefante até as passadas pesadas fazendo barulho quando você executar um dash.

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Gráficos

Um dos pontos altos do título, Tembo tem um estilo gráfico cartunesco muito particular e original, parecendo um desenho do Cartoon Network. É um jogo muito bonito que mistura elementos 2D com 3D de maneira muito competente. Rodando em sólidos 1080p e 60 quadros por segundo em todas as plataformas, o design do elefante e dos personagens são cômicos por si só e as onomatopeias ao correr e atacar por exemplo, tornam tudo ainda mais parecido com um grande desenho animado.

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Elefante Rambo

Tembo The Badass Elephant proporciona um grato intervalo na seriedade dos jogos modernos. Competente em tudo, mas sem se levar a sério em nada, é um jogo que vai te lembrar da época dos 16 bits, onde você jogava videogame de outra forma e por outros motivos. É o tipo de jogo onde você vai eventualmente travar numa fase ou chefe, pra voltar mais tarde e mais calmo passar de primeira.

Lembra muito a SEGA da época do Mega Drive e ficamos felizes em ver que o mercado ainda comporta jogos desse estilo. Por 15 dólares, é um jogo que vale cada centavo e ainda que não seja obrigatório, sentimos que esse é um daqueles games que eventualmente entrará para as famosas listas de “melhores jogos que você não jogou”. Se você é um jogador da velha guarda, faça um favor a si mesmo e compre Tembo.

Átila Graef

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