Capcom Fighting Collection 2
Começo esta análise pedindo desculpas pelo tom emocional — foi difícil conter a empolgação. A Capcom, mais uma vez, mexeu com nossos corações ao reunir uma coletânea fantástica de jogos de luta que estavam presos em plataformas antigas. Para mim, essa foi uma das melhores notícias dos últimos anos.
Sou um grande fã da Capcom, mas também um verdadeiro entusiasta do Dreamcast, e posso dizer com segurança: praticamente todos os jogos desta nova coletânea eu joguei pela primeira vez no icônico console da SEGA.
Power Stone: O Sonho em Forma de Jogo
Meu primeiro contato foi com o lendário Power Stone, que me fascinava mesmo antes de jogar. Eu ficava hipnotizado ao ver aquelas screenshots granuladas em revistas de videogame — o jogo parecia absurdamente divertido só pelas imagens. Quando finalmente joguei, no fim de 1999, todas as expectativas foram superadas. Passei incontáveis horas arremessando objetos no meu irmão em partidas caóticas e hilárias.
Aliás, não resisti: precisei ilustrar esta análise com a belíssima boxart japonesa de Power Stone — uma verdadeira obra de arte.
Capcom vs SNK: O Crossover dos Sonhos
Depois de Power Stone, veio o crossover mais aguardado da história dos jogos de luta: Capcom vs SNK. Quem viveu o cenário competitivo dos anos 90 sabe o quanto parecia irreal ver Ryu e Terry Bogard dividindo a mesma tela. Era o tipo de coisa que só existia em rumores ou códigos secretos tipo Shen Long no Street Fighter III.
Como esperado, o jogo era sensacional. E o melhor: a Capcom não parou por aí. Nos meses seguintes, foi um lançamento atrás do outro — todos os títulos dessa nova coletânea foram originalmente disponibilizados nesse período, com exceção de Capcom Fighting Evolution, que viria mais tarde.
A Era de Ouro dos Arcades em Casa
Nunca joguei tanto jogo de luta quanto naquela época. O mais impressionante era ver essas conversões praticamente perfeitas dos arcades, algo ainda raro no fim dos anos 90 e início dos anos 2000. Era como ter um fliperama em casa — um sonho para qualquer fã do gênero.
Por que estou tão empolgado com Capcom Fighting Collection 2?
Com tudo isso, dá pra entender por que estou tão animado com o lançamento de Capcom Fighting Collection 2. Para os fãs da era Dreamcast, dos jogos de luta clássicos e da Capcom em sua melhor forma, essa coletânea é um presente absolutamente imperdível.
Confira abaixo também nosso review em formato de vídeo:
Capcom vs. SNK: Millennium Fight 2000 Pro
Esse foi o início de um sonho. Ver personagens da Capcom e da SNK no mesmo jogo parecia impossível nos anos 90. A primeira vez que vi o Ryu contra o Kyo parecia coisa de revista de boato, mas estava lá, real. Esse jogo tem um ritmo mais técnico, menos frenético, mas cheio de personalidade. As lutas tinham peso, e experimentar os diferentes “grooves” era uma diversão à parte. É um jogo que marcou época, mesmo com suas limitações.
Capcom vs. SNK 2: Mark of the Millennium 2001
A Capcom resolveu elevar tudo ao máximo. O elenco cresceu absurdamente, o sistema de luta ficou mais completo e o ritmo das lutas ficou muito mais fluido. Era o tipo de jogo que te prendia por dias testando combinações e aprendendo cada personagem. Pra muita gente, esse foi o ápice dos crossovers da Capcom. Joguei tanto essa versão no Dreamcast que até hoje lembro dos sons dos menus. É um daqueles jogos que você sente saudade só de pensar.
Capcom Fighting Evolution
Esse é polêmico. A proposta era ousada: juntar personagens de várias eras da Capcom, cada um mantendo seu próprio estilo de luta. Na prática, ficou um pouco desequilibrado, mas ainda assim é uma curiosidade interessante. Ver personagens como Demitri e Alex dividindo o mesmo espaço tem seu charme. Nunca foi o favorito de ninguém, mas também nunca foi completamente ignorado. Ele existe no coração dos fãs mais dedicados.
Street Fighter Alpha 3 UPPER
Talvez o Street Fighter mais completo da era 2D. Essa versão UPPER trouxe ainda mais personagens pro que já era um jogo gigante. O sistema de “-isms” dava liberdade absurda de personalização, e o estilo visual era puro carisma. Era o tipo de jogo que você ligava só pra jogar uma partida, mas acabava ficando horas. É impossível falar de luta em 2D sem lembrar desse título.
Power Stone
Esse é pura alegria condensada em forma de jogo. Lembro de ver as primeiras imagens em revistas e já ficar fascinado. Quando finalmente joguei, foi como se um anime ganhasse vida dentro do meu console. O sistema de luta em arenas 3D era diferente de tudo que existia na época, e a busca pelas pedras criava uma tensão única a cada partida. É impossível jogar uma vez só.
Power Stone 2
Se o primeiro já era incrível, o segundo virou um caos maravilhoso. Agora com suporte pra quatro jogadores, cenários ainda mais insanos e possibilidades novas de interação, Power Stone 2 virou jogo obrigatório nas reuniões com amigos. Era diversão garantida, e mesmo quem nunca jogou videogame conseguia se divertir. É daqueles que você joga gritando e rindo — e isso nunca envelhece.
Project Justice
Aqui a coisa fica mais pessoal. Project Justice é a continuação de Rival Schools, e só quem jogou sabe o quanto esse universo é único. Mistura de porradaria, drama colegial e golpes absurdos, tudo com um visual que só a Capcom sabia fazer naquela época. Os times tinham histórias, rivalidades e combinações que deixavam o jogo ainda mais envolvente. Foi um dos títulos que mais me marcou no Dreamcast — e até hoje me pego pensando em rejogar.
Plasma Sword: Nightmare of Bilstein
Esse aqui é mais obscuro, mas tem um estilo que merece respeito. Continuação de Star Gladiator, Plasma Sword é uma viagem visual, com personagens estilizados e lutas com armas em 3D que lembravam um pouco Soul Calibur, mas com alma própria. A movimentação era mais solta, os efeitos exagerados, e tudo parecia saído de um mangá sci-fi. Pode não ter sido o mais popular, mas era um daqueles títulos que você sempre indicava pra quem queria fugir do óbvio.
Veredito
Capcom Fighting Collection 2 não é só uma coletânea — é um tributo emocionante a uma era dourada dos jogos de luta. A seleção é corajosa, nostálgica e, acima de tudo, necessária. Seja pela chance de redescobrir clássicos esquecidos ou reviver lendas dos fliperamas, essa coletânea entrega um pacote generoso e cheio de alma. Para os fãs de longa data, é uma viagem no tempo. Para os novatos, é uma aula de história em forma de porrada.
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