Análises

Destroy All Humans!

8.5
Destruir humanos nunca foi tão divertido!

Destroy All Humans! é o remake que todos precisávamos! O game possui a mesma identidade do clássico, mas tudo foi repaginado de forma magnífica,

Em 2005 era lançado o game Destroy All Humans!, desenvolvido pela Pandemic Studios.

A abordagem do título era diferente do que estávamos acostumados, já que ao invés de combatermos alienígenas, nós éramos os invasores e tínhamos que, assim como o título demonstra, destruir todos os humanos, enquanto passávamos por diferentes mundos semi-abertos, em que podíamos explorar ou apenas criar confusões a apavorar os seres humanos. Podemos até mesmo dizer que esse game já virou cult.

E agora, quinze anos após o seu lançamento, a THQ lança o remake que recebe o mesmo nome do clássico, e que dessa vez é produzido pelo estúdio alemão Black Forest. Mas será que aterrorizar humanos patéticos ainda é divertido?

Passeando pelo Shopping de boas.

O Império Furon

Na trama, um Furon chamado Cryptosporidium-136 (ou apenas Crypto-136) vem para a Terra na década de 50 com o objetivo de coletar o DNA de sua espécie, já que o estoque do mesmo estava acabando e sem isso era impossível prosperar. Porém, Crypto acaba falhando na missão e é capturado pelo exército americano. Após isso, a nave-mãe cria outro clone, dessa vez chamado Crypto-137, para que o mesmo localize o seu antecessor, recupere o DNA Furon e domine a Terra.

Parece cenário de jogo de guerra.

A trama não possui nada de extravagante, ela é bem simples, mas não se deixe enganar por isso. A cada missão, mais e mais reviravoltas vão acontecendo e cada vez mais você quer saber o desenrolar do enredo. Mesmo que você tenha jogado o clássico, o remake vai te prender na jogatina, já que acompanhar a história nessa nova versão é algo fantástico, e acredite, tudo está mais engraçado do que nunca. Também é incrível ver que o game quase não se leva a sério, e isso é o seu charme.

Não espere por um “blockbuster” ou algo do tipo, “Destroy All Humans!” está mais para uma paródia de obras de entretenimento que possuem aliens como tema principal, e você percebe isso rapidamente quando começa a jogar, já que a todo momento o game brinca com clichês desse assunto.

Nada como abduzir coisas para animar o dia.

Durante a jogatina, nos deparamos com várias piadas, algo que pode parecer meio exaustante, mas não é. Cada piada tem um ótimo timing e reflete muito bem sobre os pensamentos americanos da década de 50, tudo isso com uma pitada de humor ácido, já que o gosto de Crypto é um tanto quanto peculiar. Pode até parecer loucura, mas algumas piadas ao mesmo tempo que trazem o alívio cômico ao game, fazem críticas a certos comportamentos humanos que existiam naquela época e que infelizmente permanecem até os dias de hoje. Alguns jogadores podem se sentir desconfortáveis com certas piadas e diálogos durante a gameplay, porém, se esse não for o seu caso, você certamente dará boas risadas.

Se compararmos com o clássico, a jogabilidade e a interface estão bem mais simples. Ao começar a gameplay já é possível perceber que todos os controles estão mais fluídos, e isso inclui também escolher qual habilidade você deseja usar, já que aqui é possível realizar uma ação atrás da outra de forma mais eficaz, como ir da telecinese ao controle de mente humana bem rapidamente. Mas não se engane, mesmo a jogabilidade sendo mais simples você deve analisar bem o que vai fazer e como, já que um pequeno erro pode acabar chamando a atenção do exército ou até mesmo resultar em missão fracassada. E isso é algo muito positivo, já que mesmo sendo um alienígena, Crypto não é imortal e você deve pensar em como realizar certa ação, trazendo um certo desafio ao game.

Quase um professor Xavier.

A movimentação também deve ser destacada. Nesse remake, Crypto está muito mais leve e ágil, contando inclusive com uma esquiva que vem a calhar em vários momentos de sufoco. A mochila a jato também está bem melhor, já que podemos usar ela por mais tempo e acessar áreas altas mais facilmente do que no game original. A movimentação do disco voador também está mais fluída do que antes, agora sendo possível inclusive usar uma espécie de escudo para evitar ser atingido por mísseis, mas para que funcione você deve usar no momento correto, caso contrário não fará nenhum efeito.

O visual desse game tem a mesma identidade cartunesca do clássico, mas foi totalmente repaginado nos moldes de atualmente. O nível de detalhes que os personagens e as cidades possuem é simplesmente fenomenal, digo até que seja de outro planeta (quase que literalmente). A identidade dos anos 50 representada nesse game também é algo louvável, já que conseguimos nos sentir nessa época enquanto andamos por Santa Modesta ou Rockwell, e isso se deve desde as construções até as vestimentas das pessoas.

Aliens já estão usando tecnologia holográfica.

Os efeitos sonoros também são muito bons, já que ouvir os sons das diferentes armas, desde a Eletrizante até o Raio Desintegrador, nos ajuda a se sentir como Crypto enquanto lutamos contra soldados e policiais. A trilha sonora desse game é super simples, mas consegue nos passar bem a sensação de estar no controle de um extraterrestre. 

As animações desse game sofreram uma ótima repaginada. Ver construções sendo destruídas enquanto você usa o Raio Mortífero do seu disco voador é muito mais satisfatório do que no game original, e devo dizer que também é muito bom para descarregar aquela raiva que estava acumulada, sabe? Mas todas as outras armas de Crypto possuem ótimas animações quando usadas, como o Detonador Iônico e a Sonda Anal, mas acho melhor não entrarmos em muitos detalhes dessa última, já que é melhor você ver com os seus próprios olhos enquanto estiver jogando.

O visual dessa versão está demais.

Esse remake trouxe também adições muito boas. Algumas já foram abordadas nessa análise, mas podemos citar também a habilidade de drenar veículos e armas militares enquanto você estiver no seu disco voador para recuperar o escudo, e também a opção de transformar certos objetos do cenário em munições para as armas de Crypto. Inclusive há também uma missão extra nesse game, que foi descoberta nos arquivos do original e que agora fez a sua estreia no remake (e devo dizer que é uma missão bem divertida).

A qualquer momento você pode revisitar lugares em que você passou pela campanha para aterrorizar os humanos ou então realizar certos desafios que testarão desde suas habilidades de abdução até de destruição, algo que aumenta bastante o fator replay do game. Ao realizar esses desafios e completar missões da campanha, você recebe os pontos de DNA, que podem ser gastos em várias melhorias tanto para Crypto quanto para sua nave, e que acabam tornando sua jornada de dominar a Terra mais fácil.

Explodir coisas sempre é divertido.

 Porém, como nem tudo são flores, o game possui certos problemas. Alguns loadings, como os de reiniciar as missões, são bem demorados e acabam irritando depois de um certo tempo. Durante momentos de muita ação, pude presenciar também grandes quedas de frames, que acabavam atrapalhando um pouco.

 Veredito

 Destroy All Humans! é o remake que todos precisávamos! O game possui a mesma identidade do clássico, mas tudo foi repaginado de forma magnífica, desde os controles, até o visual e as animações, fazendo com que seja uma ótima experiência tanto para quem jogou o original quanto para quem vai conhecer Crypto e seu humor ácido pela primeira vez, e bota humor nesse game, cada momento é mais hilário que o outro, rendendo boas risadas aos jogadores. Acredite, destruir humanos nunca foi tão divertido! O game está disponível para Xbox One, PS4, Microsoft Windows e Stadia.

Pros

  • História é cativante
  • As piadas são muito boas e possuem um ótimo timing
  • A jogabilidade está bem mais fluída que o clássico
  • Visual e efeitos sonoros são muito bons
  • Ótimas adições em relação ao game original
  • Bom fator replay
  • Você pode destruir humanos das mais variadas formas, preciso falar mais alguma coisa?

Contras

  • Telas de loading são um tanto quanto longas
  •  Grandes quedas de frames quando há muita ação ocorrendo na tela

David Signorelli