Donkey Kong Bananza
Vocês não tem ideia do quanto eu vibrei quando vi o anúncio desse game no comecinho do ano. Donkey Kong é uma franquia que eu gosto demais e saber que o Switch 2 receberia uma nova aventura do macacão em 3D foi o suficiente para garantir o console assim que ele ficasse disponível. Só que não para por aí, Donkey Kong Bananza(baita nome que me remete a Bonanza Bros. um clássico da SEGA dos Arcades!) não seria “apenas” um simples jogo de plataforma 3D, foi prometido também destruição em massa dos cenários, algo que eu ansiava desde que criaram jogos em 3 dimensões e até hoje mal vimos bons exemplos disso.
Sem sombra de dúvidas tudo parecia um sonho e próximo do lançamento do jogo tivemos uma Nintendo Direct especial que simplesmente deixou os fãs boquiabertos e com um hype lá nas alturas, nem preciso dizer o quanto eu fiquei, né? Só que entre trailers e de fato jogar há um abismo de diferença, portanto só tendo o game em mãos para de fato cravar que estariamos diante algo realmente especial. Dito isso, vamos lá!
CAMADA DA HISTÓRIA
Tudo começou com um boato: um raro material chamado Banandium teria sido encontrado na misteriosa Ilha Ingot, localizada bem longe da costa da Ilha DK. Curioso e sempre pronto para uma aventura, Donkey Kong se juntou a um grupo de Macacos Prospectores para explorar as minas da ilha e confirmar a história.

Mas a expedição tomou um rumo inesperado. Um grupo de primatas conhecido como Companhia do Vazio apareceu de repente, chegando a bordo de uma imensa pedra flutuante com formato de planeta. Sem perder tempo, eles roubaram as lendárias Bananas Douradas, também chamadas de Gemas de Banandium. Como se não bastasse, essa pedra colossal empurrou a Ilha Ingot ainda mais para dentro da terra, gerando uma tempestade tão intensa que arrastou Donkey Kong e seus companheiros para as profundezas.
Ao recobrar os sentidos, Donkey Kong se deparou com o cenário de destruição causado pelo afundamento da ilha. Foi então que algo ainda mais estranho aconteceu: uma criatura feita de rocha roxa caiu do céu. Intrigado, ele foi investigar e descobriu que a entidade se chamava Odd Rock(pedra estranha) — e que estava disposta a ajudá-lo.
Juntos, os dois escalaram até o ponto mais alto da Ilha Ingot e encontraram uma estaca misteriosa tampando um buraco. Antes que pudessem entender o que aquilo significava, foram atacados por um gigantesco monstro de pedra. Após uma batalha intensa, eles derrotaram a criatura, que deixou para trás uma chave enigmática. Essa chave abriu o buraco selado, revelando um caminho para camadas ainda mais profundas do subsolo.

Não é surpresa pra ninguém que essa pedrinha nada mais é do que a Pauline, uma personagem que surgiu como a “donzela em perigo” no arcade original de Donkey Kong e recentemente a Nintendo tem dado mais importância pra ela, tendo uma aparição importante no jogo Super Mario Odyssey. A diferença é que no jogo do bigodudo ela é uma mulher adulta e aqui ela é uma adolescente de apenas 13 anos que ama cantar. A minha intenção era escrever uns 3 parágrafos só falando do quão carismática Pauline é em Bananza e sua química com o DK, mas vou deixar isso para vocês conferirem por conta própria e uma diquinha, sempre que puder dar uma descansadinha nos abrigos, o faça, vai que nossa heroína tem alguma coisa pra contar!
CAMADA DA JOGABILIDADE
Bananza é essencialmente um jogo de plataforma 3D em mundos consideravelmente grandes com o diferencial de que DK pode destruir tudo que vê pela frente. Quando eu falo tudo, pode pegar aí pelo menos 98%(metais ainda são muito duros!) e com isso temos uma experiência completamente única no mundo dos jogos. Logo na primeira camada, a da Lagoa, nós podemos vislumbrar o potencial dessa mecânica e amigos, a coisa é simplesmente viciante.

Você começa a fazer uns pequenos buracos, abrir umas paredes e quando se dá conta já se depara com basicamente uma fase nova moldada pelo jogador. Não somente isso abre inúmeras possibilidades em matéria de exploração quanto a própria destruição trás uma dose de dopamina sem precedentes, mesmo jogando mais de 50 horas eu não canso de causar o caos desenfreadamente, é algo realmente surreal. Claro que a tecnologia ainda não permite fazer desmoronamentos e você verá cenários flutuantes decorrentes da sua sede por destruição, porém mesmo assim não é algo que vemos todos os dias nessa indústria.

Nada adiantaria se os controles não fossem bons, certo? Só são apenas os melhores controles que eu já vi em um jogo do gênero, com Astrobot na cola. DK controla como um sonho, ele responde os comandos instantaneamente e mesmo sendo enorme, ele é ultra rápido, conseguindo escalar paredes como se fosse nada e ainda por cima carregando a Pauline nas costas. Mais legal ainda é que existe uma espécie de árvore de habilidades que são alimentadas pelas inúmeras bananas que encontramos durante a aventura, dando um incentivo ainda maior para coletá-las. Além disso tudo existem as transformações malucas dadas pelos Ancestrais, aumentando consideravelmente a gama de possibilidades, parece que aqui colocaram tudo que é tipo de mecânicas do gênero e o fizeram de forma magistral, nada de controles complexos ou coisa assim.
O jogo também é enorme, garantindo que você terá diversão por muito tempo! O único “porém” é que a dificuldade é bem baixa, esperava algo mais desafiador depois dos 2 últimos jogos da série Country, no entanto entendo que existe um apelo enorme para com as crianças também, então não tem muito o que poderia ser feito. Enfim, quando chegares no final dessa aventura, terás experenciado o que há de melhor na indústria e Bananza com certeza ficará sendo referência por anos a fio.
CAMADA DOS GRÁFICOS
Que belo jogo, não? Sim… e não. DK Bananza não começa com melhor das impressões visto que o cenário inicial é meio sem graça, afinal é uma mina. Porém quando chegamos nas demais camadas a coisa começa a melhorar e passamos a ter uma impressão bem mais positiva do aspecto técnico. O que impressiona logo de cara é a performance, o jogo roda a 60 FPS na maioria do tempo, caíndo apenas em algumas situações de stresse e quando acessamos o fantástico mapa, portanto pode esperar coisa boa desse lado.

O grande chamariz mesmo é a destruição e a Nintendo utilizou da tecnica Voxel para que isso fosse possível, para quem não sabe do que to falando vou tentar explicar de forma simples. Em jogos tradicionais, os cenários são feitos de triângulos, que formam apenas superfícies ocas, sem volume interno. Isso significa que, para destruir ou modificar algo, o jogo precisa recalcular e redesenhar toda a malha (mesh) da área afetada, o que é trabalhoso e muitas vezes limita a destruição a efeitos pré-programados. Já os voxels funcionam como pequenos cubos sólidos que ocupam espaço real no mundo 3D, permitindo que o jogo simplesmente adicione ou remova esses blocos para criar buracos, crateras ou mudanças de terreno de forma livre e dinâmica. Por isso, jogos baseados em voxels conseguem oferecer sistemas de destruição e manipulação muito mais flexíveis e naturais do que aqueles baseados em polígonos tradicionais! A parte curiosa é que até Bananza a maioria dos jogos que utilizavam dessa tecnologia tinham visuais muito simples pela própria natureza dos mesmos, porém a Nintendo fez alguma bruxaria que deixou os voxels com uma cara bem parecida com os triângulos, só que com a versatilidade dos voxels, incrível.

Vale mencionar a qualidade das animações também, DK e Pauline são super mega carismáticos e transmitem isso através das mais variadas animações, sejam elas pre-gravadas(cutscenes) ou as durante o gameplay mesmo, como a Pauline cantando por exemplo, é tudo um deleite pra quem curte esse tipo de refinamento visual.
CAMADA DO SOM
Gostaria de ser mais positivo aqui, porém esse é disparado o maior problema de DK. Enquanto os efeitos sonoros são excelentes e até estimulantes, a grande parte das músicas são bem fracas. Muita gente alega a inexpressividade musical justificada pelo fato das Camadas(fases) serem bem extensas e música muito melódica(como nos antigos DK) ficariam meio enjoativas. Eu não poderia discordar mais, passei horas em fases longas como em Banjo-Kazooie ou mesmo nos Kingdoms de Mario Odyssey e não cansei nem um pouco delas.

Com exceção das músicas cantadas(e nem todas), a trilha sonora é bem fraquinha, assim como foi a trilha dos últimos 2 Zeldas, por mais incríveis que fossem os games. Bananza merecia algo BEM melhor nesse sentido e esse descontentamento ficará evidente na nota.
CAMADA DO VEREDITO
Donkey Kong Bananza é um daqueles raros momentos em que uma promessa ousada se transforma em realidade quase plena. Ele entrega não só um gameplay viciante, com destruição em massa digna de virar referência na indústria, mas também um mundo cheio de personalidade, onde DK e Pauline brilham como dupla carismática. A mecânica baseada em voxels não é só um truque técnico: ela redefine como exploramos e interagimos com cenários, abrindo possibilidades que poucos jogos 3D ousaram tentar.
Claro, nem tudo é perfeito — a trilha sonora é um ponto fraco que impede a experiência de alcançar um patamar lendário, e a baixa dificuldade pode deixar veteranos com gosto de “quero mais” em termos de desafio. Mas, mesmo com esses tropeços, Bananza se impõe como um marco na história de Donkey Kong e um título obrigatório para quem gosta de ver inovação sendo aplicada com carinho e atenção aos detalhes.
Se você busca um jogo que mistura nostalgia, novidade e pura diversão de causar caos, prepare-se: Bananza é uma verdadeira festa tropical em forma de videogame.
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