EDENS ZERO
Ao longo dos anos, muitos animes e mangás foram adaptados para o universo dos games – e, honestamente, nem todos conseguiram transmitir a emoção e a intensidade típicas dessas obras. Muitas vezes, os jogos parecem depender apenas da nostalgia para atrair os fãs, deixando a interatividade e a qualidade em segundo plano. Mas Edens Zero, publicado pela Konami, tenta quebrar esse ciclo de forma surpreendentemente competente.
Apesar de alguns tropeços, o jogo entrega uma experiência mais positiva do que negativa. Ele oferece não apenas um bom enredo, mas também momentos divertidos e mecânicas que, mesmo simples, funcionam bem no conjunto da obra.
Um enredo envolvente desde os primeiros minutos
A história acompanha Shiki, um garoto criado por robôs em um parque de diversões abandonado. Lá, ele aprende a cuidar de suas companhias mecânicas e a dominar o poder da gravidade. Tudo muda quando Rebecca, uma criadora de conteúdo, chega ao planeta com seu gato-robô Happy. Forçado a deixar seu lar, Shiki embarca com Rebecca em uma jornada intergaláctica repleta de perigos e descobertas.

Mesmo que você não conheça o mangá ou anime original, o jogo consegue transmitir rapidamente a essência emocional da trama. Nos primeiros 20 minutos, é fácil se apegar aos personagens. O esforço de Shiki para manter seus amigos robôs vivos é comovente e estabelece uma base emocional forte, algo raro em adaptações do gênero.
Jogabilidade acessível com pontos de destaque
No que diz respeito à jogabilidade, Edens Zero adota uma estrutura típica dos RPGs de ação, com comandos simples e combates diretos. Segurar R2 ativa certos ataques, enquanto outros botões liberam habilidades especiais com recarga. Tudo é fácil de aprender e executado de maneira satisfatória, tornando a ação acessível e empolgante, principalmente para quem não busca sistemas complexos.

A progressão também é bem implementada. Derrotar inimigos rende moedas e experiência, permitindo comprar equipamentos e melhorar atributos. Esse ciclo de recompensa motiva o jogador a continuar, mantendo o ritmo da aventura e oferecendo uma sensação constante de evolução.

Outro ponto positivo é a possibilidade de reunir aliados e escolher quais personagens controlar. Cada um traz estilos de luta diferentes, o que contribui para deixar a experiência variada e interessante.
Pontos que poderiam ser melhores
Apesar de suas qualidades, Edens Zero apresenta limitações em alguns aspectos. Um dos principais problemas está na escolha entre o modo história e o modo mundo aberto. Optar pela narrativa entrega uma experiência mais guiada e emocional, porém com muitas pausas e diálogos longos, o que pode quebrar o ritmo da ação.

Já no modo mundo aberto, a liberdade inicial(você pode voar livremente como Goku) é rapidamente frustrada pela dificuldade elevada dos inimigos fora da cidade principal. Isso acaba limitando o jogador, tornando difícil explorar e evoluir livremente logo de início. Na prática, o game força o retorno ao modo história como caminho principal.
Outro detalhe que impacta negativamente é a baixa frequência de combates em certas áreas. Em alguns trechos, como no planeta de sucata, a distância entre um inimigo e outro é tão grande que o jogo parece vazio. Para um RPG de ação, esse espaçamento prejudica o ritmo e reduz as oportunidades de grind!
Veredito
Mesmo com algumas falhas de ritmo e liberdade, Edens Zero é uma adaptação acima da média. A narrativa é respeitosa com a obra original, os personagens são carismáticos e o gameplay é acessível e divertido. Faltou um pouco mais de polimento em termos de desafio e exploração, mas ainda assim, o jogo entrega uma aventura sólida e emocional que merece ser jogada.
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