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10, abr 2020
Final Fantasy VII: Remake – Análise
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O remake mais esperado está entre nós

É uma realização poder jogar uma obra de arte tão bonita como essa. Apesar da experiência em capítulos o que é entregue é bem completo com visuais melhores que Advent Children.

O novo Final Fantasy VII: Remake, desenvolvido e distribuído pela Square-Enix, cujo game foi cedido a nós para realizarmos esta análise, talvez é o jogo mais esperado desde seu anúncio chocante na E3 de 2015 por todo mundo, e principalmente por mim.

E o que eu pude dizer após jogar essa obra prima? É maravilhoso, sem tirar e nem por, porque é o que simplesmente é, ele entrega uma releitura muito especial, fiel, legitimamente emocionante e ao mesmo tempo bem diferente da experiência original, algo que exclui por completo qualquer espécie de famboyísmo que eu possa dar nos possíveis chiliques nesta análise.

Como a maioria sabe, o jogo é dividido por capítulos, algo como Final Fantasy 13 talvez? Mas a primeira parte vai até concluirmos Midgard, após isso, vamos precisar aguardar o lançamento dos próximos games.

Mas isso torna o jogo incompleto? Faltando alguma coisa? Não mesmo, é um jogo super bem fundamento, tem início, meio e um fim, apesar do Cliffhanger esperado. Temos uma batalha final de verdade, um final propriamente dito que faz jus a qualidade do remake como um todo.

Só que, infelizmente, é a parte 1 de… sabe-se lá quantos até darmos Omnislash no Sephiroth.

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Sou fã de Final Fantasy 7, e honestamente, perdi as contas de quantas vezes terminei ele e seus spin-offs, recentemente inclusive eu terminei mais uma vez via download no PlayStation 4.

Algo nesse jogo em especial me prende muito, talvez a soma inúmeros fatores tenham feito eu ter esse apreço com o game. Algo relacionado a um momento importante na juventude, construção de caráter inclusive, apego aos personagens, as situações num geral… Afinal de contas, já faz mais de 20 anos que grande maioria de nós passamos por isso pela primeira vez, né? Esse é um momento importante para muita gente; reviver um clássico moderno, um sonho distante realizado.

Digo inicialmente: É um embarque gamístico inegavelmente perfeito tanto para os jogadores que vivenciaram na época quanto para os que estão sendo introduzidos hoje no universo de Final Fantasy 7. Universo, literalmente, porque nomeando os games que fazem parte de círculo todo são mais de 5 tipos de entretenimento, incluindo o filme e o animê (OVA). Vamos nomeá-los? Final Fantasy 7, Final Fantasy 7: Crisis Core, Final Fantasy 7: Dirge of Cerberus, Final Fantasy 7: Before Crisis, Final Fantasy 7: Advent Children e o Final Fantasy 7: The Animation, estou esquecendo de algum?

Com tudo isso que temos de conteúdo de enredo e tudo mais que abrange esse grande amor atemporal, nossa jornada é bem mais completa, bem melhor contada, isso ocorre porque ele é um REMAKE, é uma história que tem seguido a linha do original, mas que tem muita reviravolta, preenchimento de lacunas, apresentações novas de personagens do escopo heroico e tirano, e tampa buracos que antes eram apenas especulações ao longo dos percursos naturais da trama original, somando positivamente para nosso fator “uau” e confusões mentais sobre linhas do tempo do game.

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Os personagens que acompanham você nas missões dos reatores no primeiro terço do jogo por exemplo, agora tem muito, mas muito mais profundidade e background, acabamos que nos apegamos ainda mais a arquitetura da Avalanche como um grupo e não só a Tifa e o Barret, o foco do primeiro game.

Eu pude experimentar de verdade a sensação a partir do momento em que o Cloud acorda no dia seguinte após chegar no Seventh Heaven, o bar da Tifa e companhia, para ter aquele gostinho do que estava por vir ainda.

E galera, tudo é muito vivo nesse jogo, a cidade parece que respira, tem gente morando lá e vivendo as vidinhas deles como se pertencessem de verdade a Midgard (local onde se passa o jogo), a riqueza de detalhes dos estabelecimentos expostos, placas, carros, qualquer mínimo elemento que compõe esses cenários são feitos com um grau de esmero indescritível, claramente feito com muito carinho e respeito pela base de fãs, nesse meio, as pessoas reagindo a explosão do reator como um atendado terrorista mesmo, todo o pânico, descrença e a galera chorando por perder familiares nos escombros, ou porque acabaram de perder o emprego lá, nessa onda de terror toda, gerando até mesmo questionamento do ato “exagerado” da Avalanche entre os membros de sua equipe. Contraste ao Slums do Sector Seven, que é o nosso querido favelão, por onde vemos os moradores sobrevivendo com o que tem, ou exterminando monstros em troca de uma grana.

Conversas de terceiros são todas dubladas e comentadas como os textos de Final Fantasy 13, ficando no canto da tela enquanto nossos heróis não ficam parados encarando a galera falando, deixando mais realista no meu ponto de vista.

Por ser um Remake, muita coisa relacionada ao gameplay também mudou, a primeira coisa a se falar é que ele já não é mais um RPG de turnos, o jogo está lembrando uma mistura de Kingdom Hearts com Final Fantasy 7: Crisis Core tunadão, permitindo que o jogador agora possa ter liberdade para correr e esquivar no campo de batalha livremente, podemos “parar o tempo” na hora de selecionar uma habilidade dentre as muitas que estão disponíveis para cada um dos heróis, membros da equipe que podemos ficar alternando a cada segundo dado para desempenhar uma função diferente ali dentro, tanto de apoio para cura, suporte quanto para descer o cacete focadamente, das habilidades que são aprendidas ao masterizar a proficiência com um determinado equipamento, podemos manter eles para sempre ao concluirmos 100% da barrinha de proficiência, contudo, outras coisas que observamos ao prosseguir um pouco adiante depois da fase da demo é que é possível encontrar matérias de HP-UP e até outras que adicionam um efeito ao ataque que você pode executar após uma esquiva com o botão círculo por exemplo, e mais tarde, ainda temos suporte de Summon em Midgard, loucura!

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Além disso, é possível fazer o Cloud trabalhar agora. Ele poderá aceitar missões de moradores em troca de dinheiro e itens especiais, e somados a isso, podemos realizar sub-missões para um NPC em particular (cujo qual não irei nomear), que ao concluir o que ele pede, ele confeccionará novas matérias para equiparmos.

Essas side-quests são feitas em cenários que não são presentes no jogo original, até porque, no jogo original nem tínhamos esse tipo de missão para fazer. Gostei muito da diversidade de coisas para se realizar, não ficando somente em “vá lá e derrote o monstro tal”.

É muito alucinante certas situações, eu diria que esse remake é bem intenso o tempo todo, pois a maneira que você troca de personagem em tempo real para emendar os combos ficaram muito bem feitos, tal como preparar o terreno dando um ataque elétrico atordoando o inimigo, enquanto é lançado um Barrier na sua equipe através do comando simultâneo que é possível de realizar, de fato é um show de maestria sem igual, faz você ficar bem tenso durante as lutas, mas ao vencer, a sensação é muito satisfatória.

Kudos para a batalha contra o Airbuster, o boss do Sector 5 Reactor, que batalha incrível.

Complicado demais falar sem dar spoiler, e vai por mim, se tem algo que não compensa mesmo é ir atrás de conteúdo na internet para “só dar uma olhadinha”, compre esse jogo, é a experiência mais intensa que eu já tive nos últimos tempos, mas dando continuação, se você jogou o Demo, o início do jogo é exatamente igual, MAS, tem adição de uma cena importantíssima no meio de tudo ali, e depois do primeiro bombardeio é quando a coisa realmente começa a dar uma estourada SUPER maneira na jogatina.

Eu particularmente já ouvi mais de 8 temas de batalha diferentes até o presente momento, fora outras muito clássicas como Anxious Heart, tema de North Corel e o Main Theme, o que toca no mapa múndi no jogo original. Sem palavras para a qualidade da trilha sonora, é um carinho que a tempos eu não escutava, uma “avalanche” de nostalgia e modernismo de tirar o folego nessas 40 horas de campanha.

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Versões arranjadas das músicas podem ser encontradas em formas de CDs para se escutar no bar, encontrei a maioria delas, mas a que eu mais gostei é a “Stamp”, popzinho com vocal bonitinho pra caramba.

A dublagem tanto inglês quanto em japonês são de primeira também, que atuação boa, nesse ponto eu realmente fiquei na dúvida qual versão ficou melhor. Eu gostei mais da inglês, e olha que sou super chato com esse tipo de característica nos jogos.

Mas o melhor de tudo é a legenda em português, né? Além dos menus serem todos traduzidos, itens, descrições, é bem engraçado alguns diálogos, vemos um monte de “bora lá, então!” ou “diga adeus a esse libirinto do [palavrão]”, que o Barret diz. Tem muito carisma, Barret é de longe o melhor personagem no jogo todo, dá as melhores sacadas, os melhores xingamentos e ainda por cima canta o tema de vitória de Final Fantasy para “aliviar o estresse”. Fenomenal.

As batalhas são bem pensadas, agitadas com a trilha sonora rock pauleira de fundo, fazem muito bem o uso das matérias, junções com danos e resistências elementais pareadas a magias de ataque, itens de explosão para dispersar um grupo grande, formas e skills de maneira bem inteligente e dinâmica. Nenhum conflito parece bobo ou superficial até o presente momento.

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Graficamente falando, Final Fantasy 7 Remake é um colírio por si só, além de que ele serve muito  para alimentar nostalgia, sem dúvidas, quantas vezes eu fique boquiaberto vendo tudo aquilo saindo do antigo pré-rederenzado para esse show que ficou na telinha do PS4. Cenários são muito bem construídos e fiéis aos originais, e o redesenho moderno nos estágios trouxeram também muito frescor para exploração, já que agora puderam fazer que o fator orgânico do game seja mais fidelizado, ou como a palavra mesmo diz, vivo. Wall Market, o prédio da Shinra, a igrejinha da Aerith, meus cenários favoritos dentre os muitos lindos que temos dispostos.

Por fim, eu concluo que é uma realização poder jogar uma obra de arte tão bonita como essa. Falei tanto por tantos anos desse jogo, e é isso o que recebemos. Eu não poderia estar mais feliz com esse título, sei que ele é um jogo que é de capítulos, mas a experiência é bem completa, não parece que ficou faltando absolutamente nada, e o hype para os próximos só cresce mais e mais. Agora o que me resta é zerar no Hard, que eu não tive como fazer ainda, mas vamos lá!

Comprem esse jogo, se você gosta de RPG e principalmente gosta de Final Fantasy 7, é um absurdo que alguém deixe ele passar.

Fábio Kraft
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