Análises

Gran Turismo 7

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THE REAL DRIVING SIMULATOR

Esse é o melhor jogo de corrida simulador de todos os tempos, corra para comprar o seu.

Se tem uma coisa que eu sempre achei curioso sobre mim é relacionado ao meu amor pela franquia Gran Turismo. Eu sempre fui um jogador mediano pra baixo, porém isso nunca fez com que eu perdesse o interesse, muito pelo contrário. A cada anúncio era uma empolgação só e com exceção do PSVITA(uma pena), todos os consoles e portáteis da Sony receberam uma versão do The Real Driving Simulator.

Passados 25 anos desde o lançamento de Gran Turismo no PS1, cá estamos com a maior e melhor versão de todas, o espetacular Gran Turismo 7. Essa análise teve como base o PS5, porém o jogo também será lançado no PS4, agradecimentos ao PlayStation Brasil pela chave de acesso antecipada que permitiu que essa análise pudesse acontecer.

Essa Ferrari é linda demais!

Antes de entrar na análise propriamente dita, gostaria de complementar o que escrevi no começo desse texto adicionando a informação que joguei todos os jogos da série, desde o lançamento original japonês de 1997. Lembro perfeitamente que quando vi aquela abertura incrível ao som de Moon Over the Castle, já sabia que o que estava por vir era algo definitivamente especial. Enfim, agora sem mais rodeios, vamos para a análise!

Demais, não?

UM RETORNO TRIUNFAL

Depois de algumas decisões meio infelizes por parte do desenvolvimento de Gran Turismo Sport, a Polyphony Digital resolveu que Gran Turismo 7 não somente iria honrar o nome da série como seria um retorno a sua antiga forma.

Saca só essa luz, simplesmente perfeita.

Isso é o que foi dito pelo estúdio durante a etapa de produção, então certeza absoluta não tinha. Isso se confirmou quando o jogo começou e fomos apresentados a um modo chamado Music Rally. Nesse modo nós corremos contra o tempo ao som de uma música pré-estabelecida, servindo como uma entrada para o mundo de Gran Turismo 7. Eu, como apreciador de uma boa música, fiquei bem empolgado com esse modo. A primeira “corrida” é ao som de um medley de diversas músicas clássicas em uma composição mais “animada” por assim dizer, depois de terminar você terá opção de outras corridas, com outras músicas, carros, e pistas.

A adrenalina da visão em primeira pessoa é insana.

Não quis perder mais um segundo com esse modo e fui direto pro jogo principal, porém a tão esperada abertura começa a tocar. Pessoal, por tudo que é mais sagrado, não pule essa abertura. Ela começa com uma sequência de fotos e vídeos que retratam a história do automobilismo e do mundo, tudo ao som de Nocturne de Paul Mariat. É emocionante demais como tudo se encaixou tamanho o brilhantismo da direção. Quando eu achei que ela tava terminando é que começo a sentir que estava na real começando. O vídeo transita para uma corrida, com gráficos do jogo e assim que me dou conta percebo que Moon Over the Castle havia retornado, em uma versão linda de morrer e quem quase morreu foi eu de tanta empolgação… é sem sombra de dúvidas uma das mais belas aberturas dos videogames de todos os tempos.

Adeus ano velho, feliz ano novo!

Passando esse show de bom gosto chegamos no jogo em si e não pude deixar de largar um sorriso imenso quando vi aquele World Map com diversas localidades já clássicas da franquia. Desse ponto em diante me dei conta que realmente as promessas feitas pela Polyphony Digital haviam sido cumpridas.

CAFÉ

Uma dessas localidades e talvez a que acabe chamando mais a atenção é o Café. Esse é o modo principal de Gran Turismo 7. É através dele que vamos progredindo na nossa carreira e é um tal de Luca que irá nos passar todos os detalhes. Por meio de diversas “missões” vamos entendendo como o jogo funciona, ele é uma espécie de tutorial disfarçado, porém sem as chatices que esse nome carrega consigo.

Vou exemplificar, logo nos primeiros contatos Luca irá pedir que você adicione para sua coleção 3 carros japoneses, preenchendo o Menu Book e avançando na carreira. Se quiser poderás simplesmente comprar os 3 carros ou então participar de 3 eventos pré-determinados que lhe darão um carro cada. Feito isso completarás a missão e ainda por cima aumentará seu level de colecionador, afinal você não está aqui só para correr!

Trial Mountain está de volta.

Gran Turismo 7 é um jogo que oferece muito mais do que simples corridas, o jogo é uma enciclopédia do mundo dos carros e de tudo que engloba esse universo. A minha recomendação é que você experimente esse jogo com bastante calma, curtindo cada detalhe, tudo foi feito com tanto carinho, tanta paixão, que seria um disserviço com você mesmo deixar isso de lado. Admito até a existência de Gran Turismo eu via carros como apenas um meio de transporte, mas depois dele isso mudou completamente e boa parcela da culpa disso vem da qualidade da apresentaçao de desse título.

Complementando, o Café logicamente não é a única maneira de curtir o jogo, você pode tirar as famosas licenças, ir no modo Scapes para dar uma de fotógrafo, jogar online e muito mais. A quantidade exorbitante de conteúdo presente aqui é de deixar qualquer amante dos jogos de corrida maluco!

Chuva!

O MAIS BELO JOGO DE CORRIDA DE TODOS OS TEMPOS

Independente se você estiver jogando no modo performance ou no Ray Tracing(que já entrarei em detalhes), Gran Turismo 7 é um espetáculo gráfico. Além de rodar em 4K e a 60 quadros por segundo, ainda contamos um uma iluminação que faz os outros jogos parecerem muito mais um “videogame” do que antes. É até difícil explicar sem ter que fazer diversas comparações com a realidade e GT7 devido ao seu sistema de luz faz com que as diferenças entre realidade e videogame fiquem cada vez mais imperceptíveis.

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Esse vídeo dá para ter uma ideia, mas ainda sim nada como ver rodando na sua frente.

Tanto sob um céu azul limpinho, quanto em um dia nublado prestes a chover ou mesmo durante o breu da noite, o visual do jogo assusta tamanho o realismo. Esses dias estava correndo em uma pista na França(me fugiu o nome) e tava um clima meio nublado, com algumas nuvens escuras e aquilo tudo rodando na minha frente parecia real, tanto jogando quanto durante os replays. Muita gente associa iluminação com luz do sol ou qualquer outra fonte de luz direta(ou indireta), mas é justamente nesses momentos de “pouca” luz que os artistas pecavam em representar bem algo voltado a realidade e não foi o que aconteceu aqui.

Daria pra eu passar literalmente horas falando da parte gráfica desse jogo, mas isso faria essa análise ficar insuportável e eu quero deixar com vocês com água na boca, loucos para ver se é isso tudo ou não. E digo mais, de fato é! Ah, sobre o Ray Tracing, ele só é ativado durante os Scapes, Replays e durante o modo Photo dos Replays, ou seja, fora das corridas você poderá ver gráficos ainda melhores por conta desse recurso.

O SOM DA VELOCIDADE

Não achavam que os produtores iriam fazer essa beleza de jogo sem ter um som de qualidade, né? Acho que é chover no molhado falar que o som dos carros é perfeito, certo? Isso sempre foi uma preocupação do estúdio e agora o perfeccionismo foi elevado à décima potência, chega a ser doentio alguns detalhes, mas nesse caso isso não chega a ser um problema!

Para mim Gran Turismo sempre fo uma série meio “chique”, não que ela seja inacessível para nós meros mortais sem condições de ter qualquer um daqueles carrões, mas por transparecer um produto “premium” e a seleção musical colabora demais pra isso. Durante os menus você se agraciado com uma seleção excelente de músicas no estilo Lounge ou mesmo de música clássica como Clair de Lune de Debussy, Ária na corda sol de Bach, etc…

Outra pista já conhecida da galera.

Sendo elas um acompanhamento perfeito para você cuidar do seu carro, conferir sua garagem ou mesmo fazer compras, por que não? Tudo de extremo bom gosto. Vale lembrar que o jogo conta com diversas músicas de outros jogos da série e algumas composições originais. Já nas corridas o negócio é outro, uma seleção com faixas mais voltadas para Eletrônica ou Rock fazem parte do repertório, pessoalmente preferi mais a seleção anterior, durante as corridas eu já cheguei a desativar duas músicas que considerei chatinhas… 2 no meio de milhares, não chega a ser um ponto negativo.

DIVERSÃO ABSOLUTA

Gran Turismo 7 é um jogo viciante. Tudo nele contribui para que você não queira nunca parar de jogar, seja os modos de jogo ou mesmo pelo puro prazer de dirigir. Os controles aqui são magníficos, tudo responde muito bem e o DualSense em especial traz seus já conhecidos recursos de forma fantástica.

É de verdade isso?

Você sente o carro passando por todo tipo de terreno, sente as batidas e até mesmo um pouco da movimentação do piloto no assento do veículo, é aquela experiência que só jogando pra entender. Os gatilhos adaptativos também fornecem um feedback considerável, porém na minha opinião é algo desnecessário e cansativo, é algo que depende exclusivamente do jogador deixar ativado ou não.

VEREDITO

O mundo estava precisando de um novo Gran Turismo e a sua sétima versão trouxe um produto de extrema qualidade, lotado de atividades e com um visual que elevou o nível dos videogames para um patamar jamais visto. Ainda falta tanta coisa pra fazer nele e sabendo que receberá muito suporte no futuro faz com que Gran Turismo 7 seja o jogo definitivo de corrida. Esse jogo justifica a compra de um PlayStation 5, falei!

Não deixe de conferir nossa análise em vídeo:

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Nos vemos nas pistas!

David Signorelli

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