Análises

Ghostrunner

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Mãos no controle, speedrunner! Ou melhor, Ghostrunner!

Altas velocidades, combates ninja, escaladas de torre e speenrun, é isso que temos no prato principal de hoje.

Ghostrunner está disponível para o PlayStation 4, Xbox One, PC e Nintendo Switch, cujo qual a versão do console da Nintendo se baseia esta análise.

Não é de hoje que estamos vendo alguns jogos que estão adotando um estilo cyberpunk, steampunk e outras configurações de ambientes parecidos, parece até algo como uma tendência em ascensão inexplicável, seria esse mesmo o futuro que estamos esperando para a humanidade?

Não se sabe ao certo, mas nos jogos isso já está acontecendo e para ser bem honesto, não me agrada muito esses tipos de setting meio sombrios não. Mas Ghostrunner é bom? Vamos descobrir.

Primeiramente, vamos entender que Ghostrunner é um jogo que vai bem na onda de Katana ZERO e Mirror’s Edge, algo como um filho que nasceu destes dois pais.

A pergunta é: O que que não quer te matar nesse jogo?

Brincadeiras à parte, o motivo pelo qual eu mencionei Mirror’s Edge é porque o jogo é também em primeira pessoa e tem sim muito foco em parkour (aquele esporte onde a galera pula nos telhados dos prédios, correm que nem os personagens de Assassin’s Creed na cidade, sabe?), pular nas paredes, escorregar em declives, saltos e ataques precisos.

Assim como falei de Katana ZERO, nosso personagem morre em apenas um tapa e, claro, voltamos o último check-point para tentar achar outro meio de resolver essa etapa na base da faca.

A cada passo dado, tem um ninja esperando para te matar.

Desenvolvido e publicado pela softhouse polonesa One more Level/ 505 Games, Ghostrunner ficou entre os que geraram mais expectativa nos jogadores quando foi anunciado (inclusive por mim), principalmente porque ele carregava consigo belíssimos gráficos, fluência nos movimentos e um enredo promissor que prenderia o jogador do início ao fim da campanha.

Mas sobre o que se trata o game? Assumimos o papel de um Ghostrunner, uma espécie de ninja que sofreu modificações no seu corpo afim de poder executar feitos físicos extraordinários cujo qual uma pessoa normal não poderia, trazendo-o mais perto da conclusão do seu objetivo – a vingança. Basicamente um Raiden de Metal Gear Rising só que mais frágil e menos arrogante, entendamos assim.

Os esquemas de cores dos cenários são bonitos de fato.

O jogo se passa em um local chamado “The Tower”, onde a população do mundo vive livre dos efeitos hostis do exterior. A premissa da nossa aventura é acabar com um cara chamado Mara, um homem mal amado que tem como objetivo principal tomar conta da torre e da população que ali reside a todo custo.

Nosso herói em uma outra tentativa foi derrotado por ele, mas a coisa ficou mais séria agora, e como estamos armados até os dentes, mesmo sendo feito de papel, cabe a nós escalar a torre e pôr um fim nas ambições desse indivíduo.

Duas notícias para dar para quem quer se aventurar nesse jogo: A primeira é que a jogabilidade é excelente, responsiva, bem feita e tudo funciona da melhor forma possível. A segunda é que você vai morrer muito, mas muito mesmo ao ponto de enlouquecer com alguns padrões de inimigos e saltos complicadíssimos de se realizar.

Seria isso que veríamos em 2022?

O que não torna o jogo menos interessante de maneira alguma, mas entenda que é um jogo onde ter sangue frio é apenas o começo.

A progressão do game é através de pequenos check-points que vamos encontrando sutilmente ao escalar a torre. Geralmente eles estão posicionados antes de uma onda de inimigos ou uma sequência cabreira de saltar… ou até mesmo os dois juntos. Os inimigos vão lhe abater em apenas um tiro, enquanto você também derrotará eles executando um único golpe também (na maioria dos casos).

Combinado com o fato que você é super ágil, ainda é possível desacelerar o tempo para uma esquiva área de última hora ou para um impulso extra para alcançar uma plataforma mais distante, dentre outras habilidades que adquirimos para facilitar o processo todo.

Não há uma variedade tão grande de inimigos e chefes, mas a união de pequenos grupos diferentes deles podem dar bastante problema nas fases finais, principalmente os inimigos que carregam metralhadoras.

Jogamos ele interinho na correria, sempre vai parecer que estamos num speedrun, isso porque embora o jogo seja possível concluir em umas 5~10 horas, boa parte dela será aprendendo os padrões e estudando as possibilidades.

Definitivamente são garranchos de kanjis, noite, manhã e tarde? Preciso revisar.

Graficamente o jogo é impressionante, tecnicamente impecável, não sei nem como conseguiram portar um jogo desse naipe para o Nintendo Switch. O que me desanima mesmo é que os cenários são todos muito iguais, tudo muito “from the city”, que acaba sendo mesmo a intenção dos produtores, com certeza, mas só a última parte do jogo é que mais ou menos se diferencia um pouco. Isso falando da estética, não do level design que é fenomenal.

Mesmo com as coisas que são possíveis colecionar para mudar o visual do seu equipamento ou outros itens que dão uma aumentada na lore do jogo, infelizmente após terminar a campanha não se tem muito o que fazer. Não é algo que me deixa insatisfeito, mas seria legal um modo diferente para curtir a campanha com uma outra ótica.

No geral, Ghostrunner é bem bom, com ótimos controles, desafiador, frustrante, instigante, é uma mistura de sentimentos que pesam mais para o positivo do que para o negativo, pode ter certeza. Eu joguei no Nintendo Switch, então eu não consigo imaginar como seria jogar um jogo desses no PlayStation 5 ou no Series S|X com um aumento significativo técnico do software, deve ser muito top. Podem conferir sem medo, é jogão, se você se diverte em sofrer como em Dark Souls.

Pros

  • Controles excelentes.
  • Level-design de primeira.
  • Desafiador até a última gota.

Contras

  • Cenários repetitivos.
  • Chega a ser muito frustrante.
  • Ficou faltando upgrades de personagem.

Fábio Kraft
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