Análises

God Eater 3 – Análise

8
O melhor da série
Um salto fenomenal na série, com gráficos e elementos de jogabilidade feitos do zero, não se baseando mais nos ports que haviam saído para o PSP. Ótima pedida para fãs de jogos de caçar monstros.

God Eater 3 é um RPG de ação desenvolvido pela Marvelous First Studio e publicado pela Bandai Namco, lançado em 8 de fevereiro de 2019 para o PlayStation 4 e PC na Steam. Voltando um pouco no tempo, parece que foi ontem que eu terminei um dos melhores jogos que já joguei no console, Gods Eater 2: Rage Burst no PlayStation 4.

Minhas memórias deste game serão sempre bem marcantes. Uma experiencia completa com uma trama envolvente entre sangue e lágrimas, de longas batalhas árduas, muito envolvimento com os personagens e principalmente de superação como jogador, testando as nossas habilidades até o limite.

Quando os créditos começaram a tocar no terceiro e último arco do segundo game, aquela sensação de que tudo chegara ao final foi indescritível, mais de 100 horas intercalando entre o conteúdo opcional e a campanha principal. Eu já havia sentido algo parecido em outros jogos de RPG, mas nada remotamente igual a este game. A direção artística é de outro mundo, ainda mais quando tudo é orquestrado por artistas como o Go Shiina, um dos muitos compositores que eu curto que trabalham com trilha sonoras de games. Dou um destaque especial para as minhas músicas preferidas como Blood Rage, Butterfly’s Invitation e Tree of Life que fizeram parte do acabamento perfeito do segundo jogo da série.

Desde que a Capcom iniciou esse gênero lá no PS2 com o primeiro Monster Hunter, os jogos de longas batalhas no cooperativo alavancaram uma legião de novos fãs ao longo dos anos, e a tradição continua até os dias de hoje.

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Quando eu comecei a jogar God Eater 3 e soube que seria uma continuação direta, vi que as coisas podiam ir muito além do que eu podia esperar. O gameplay é envolvente, fluído, controles precisos com adições de novas habilidades básicas de ataque e exploração que gritam inovação no que eu já considerava perfeito. Ele permanece bem semelhante ao antecessor, me refiro a maneira de como o jogo progride por entre as missões e cutscenes.

A história começa com um jeitão bem devagar, fala da premissa que mundo está enfrentando uma força opositora que devora tudo que encosta que se chama Ashlands. God Eater 3 se passa 10 anos depois do final do segundo game. Alguns dos personagens como o Soma retornam para fazer um papel importante (esse cara não cansa), e muito do que acontece no game envolve a evolução dos Aragamis (os monstros que você enfrenta), das oracle cells e etc, tudo por conta do Ash.

Você cria e customiza seu herói ou heroína no início, e quanto ela decola de zero a cem. Nosso herói agora tem mais personalidade, ele fala mais, reage melhor aos momentos em que precisam de um pouco de sentimento também, finalmente e felizmente.

O enredo de God Eater 3 é muito bom, então eu não quero falar muito desse ponto aqui nesta análise para evitar um ou outro spoiler, mas o game lida com uma temática pesada de traição, política,sobrevivência e sacrifício, que acaba se convertendo depois em atos muito bonitos de união e esperança entre os sobreviventes.

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Dessa vez o jogador terá ao seu dispor cerca de 8 tipos de armas de combate próximo, 4 tipos de armas de fogo e 3 tipos de escudos com as mais variadas funções. Algumas outra mecânicas de link que foram melhoradas do game anterior e fazem você dividir e expandir habilidades mutuas entre dois personagens que auxiliam em diversas maneiras durante os combates; auxílio de ataque, cura, buff, debuff, movimentação, etc.

Desde que saiu o primeiro jogo, esse esquema de experimentação de junção de skill dos equipamentos faz o mix n’ match praticamente uma ciência, até porque a customização de balas paras as armas de fogo também voltam com tudo e um pouco mais, criando mais possibilidades com as criações de variáveis possíveis com efeitos que podem ser programados. Tudo isso acaba soando um pouco confuso para quem nunca jogou um game da série antes, mas o próprio menu in-game conta com um tutorial bem competente para auxiliar nessas questões que são menos aprofundadas no decorrer da jogatina. O tutorial e a área de treino será aonde você gastará boas horas para testar suas armas e as mecânicas do game. Ele é na base do famoso “fácil de jogar, difícil de masterizar”.

Sobre as músicas, eu não tenho mesmo o que reclamar. É a melhor da série, esse time de músicos e compositores extrapolaram a linha do que eu não achei que seria possível. O retorno e remixes de várias músicas dos games anteriores foram colocadas, umas muito boas inclusive. Uma linha tênue entre um estilão hyper e melancolia que muito me agradou.

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Por fim, eu gosto desse sentimento de admiração com jogos, e gosto muito quando jogos que são realmente bons tem uma continuação de peso com alto grau de produção, superando o que eu achava que não seria possível. God Eater 3 é um salto fenomenal para a geração atual, com gráficos e elementos de gameplay feitos do zero, não se baseando mais nos ports que previamente haviam saído para o console portatil da Sony, o PlayStation Portable.

2019 é de fato um ano de jogos de peso e poder jogar um game surpreendente como Gods Eater 3 oferece uma experiência fantástica para os que apreciam o estilo de jogos de caça de monstros.

Pros

  • Jogabilidade renovada
  • Dificuldade desafiadora e recompensadora
  • Trilha sonora de primeira

Contras

  • Complexidade em excesso na customização de armas de fogo
  • Muito conteúdo que se explica em submenus
  • Excesso de nomenclaturas que causam confusões
Fábio Kraft
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