Pokémon Legends: Z-A
Quando anunciaram Pokémon Legends: Z-A, bateu aquela mesma curiosidade de sempre. Afinal, o que faz um jogo ser “Legends” de verdade? O que diferencia ele dos títulos principais? E como a Game Freak decide o que torna esse tipo de jogo especial?
Eu curti demais o Pokémon Legends: Arceus em 2022, mas Z-A parece seguir por outro caminho. Enquanto Arceus jogava a gente numa Sinnoh selvagem, antes das grandes cidades, Z-A coloca tudo em Lumiose City, o coração de Kalos. Tem umas áreas selvagens espalhadas pela cidade, mas o foco mesmo está nas batalhas entre treinadores, principalmente no tal do Z-A Royale, um torneio noturno que rola em vários distritos e onde os treinadores brigam por fama e até para realizar desejos.

No papel e jogando, Z-A é bem diferente de Arceus. Isso deixa claro o propósito da linha Legends: pegar histórias antigas da franquia que ficaram meio pendentes, como Arceus na Geração IV e Zygarde na Geração VI, e experimentar com modos de jogo e mecânicas que nunca caberiam num Pokémon “de linha”.
A maior mudança está nas batalhas em tempo real. Antes era tudo por turno, agora você precisa agir rápido. Posicionamento e timing importam muito. Até um movimento clássico, tipo Protect, exige atenção total. Velocidade agora influencia o tempo de recarga dos ataques, não só quem ataca primeiro. Trocar de Pokémon no meio da batalha virou uma jogada estratégica, e cada segundo faz diferença.

Os encontros com as Mega Evoluções descontroladas são um dos pontos mais legais. Seria estranho voltar pra Kalos sem elas. Algumas Mega Stones você compra ou ganha em desafios, mas as principais vêm de chefes específicos. Essas batalhas misturam ação com estratégia, você tem que achar brechas, desviar dos golpes e acertar a hora certa pra contra-atacar.
Além disso, Lumiose vira um campo de batalha de verdade. À noite, as Zonas de Batalha transformam as ruas em arenas, com treinadores patrulhando e tentando pegar os outros de surpresa. Tem cartas espalhadas pelo mapa que dão bônus por certas ações, tipo ataques furtivos, então quem pensa antes de agir sempre se dá melhor.

A movimentação do personagem também mudou bastante. Dá pra subir em andaimes, acessar sacadas, explorar os telhados pra achar pontos estratégicos ou itens escondidos. E tem missões secundárias que aproveitam toda essa verticalidade: correr com um Froakie por uma construção, perseguir um Emolga pelos telhados, esse tipo de coisa. Fora das batalhas, os próprios Pokémon ajudam a abrir caminho, tirar obstáculos e encontrar segredos.
Lumiose não é uma cidade enorme, mas o jogo aproveita cada cantinho. Novas áreas vão aparecendo conforme a história avança, e até missões mais simples ajudam a dar vida ao lugar. A narrativa também mostra a relação entre pessoas e Pokémon, com conflitos, ajustes e soluções como as Wild Zones. Os personagens têm opiniões diferentes sobre os Pokémon na cidade, e o jogo trata esses dilemas de um jeito equilibrado, sem cair na simplificação.

Pra quem acompanha Pokémon faz tempo, é gratificante ver o que foi feito aqui. Pokémon X e Y tinham ótimas ideias, mas ficaram meio incompletos. Z-A não só evita repetir história, mas reflete sobre como a cidade muda com o tempo. Ele fala sobre legado, reconstrução, seguir em frente depois de tragédias. Faz todo sentido o Zygarde, o Pokémon do equilíbrio, ser o foco dessa história.

No fim, o roteiro é um dos mais coesos e envolventes da série. Os personagens secundários são bem trabalhados, as missões têm propósito e Lumiose realmente parece viva. No Switch 2, o jogo roda liso e bonito(salvo algumas texturas…) do começo ao fim, só uma ou outra queda de frame aqui e ali. A trilha sonora está entre as melhores da franquia, com temas de batalha novos que têm tudo pra virar hit entre os fãs.
Veredito
Pokémon Legends: Arceus já tinha mostrado que ainda dá pra experimentar no universo Pokémon. Z-A confirma isso com estilo. A série brilha quando a Game Freak ousa sair do padrão, e Pokémon Legends: Z-A prova que o mundo Pokémon ainda consegue evoluir, igualzinho aos próprios monstrinhos. Se o futuro da franquia é esse, com Legends expandindo o universo de jeitos diferentes, não tem como não ficar animado.
Obrigado Nintendo do Brasil por ter fornecido a chave para essa analise.
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