Shadow of the Tomb Raider – Análise
Shadow of Tomb Raider é uma experiência impar. Algo particularmente especial pra mim porque, como um amante de jogos de RPGs, explorar o mundo rico e aberto lotado de objetivos, progressão de melhorias por ácumulo de experiencia, itens, criação de armas com recursos e conteúdo opcional, muito me agradou durante minha estada por entre as florestas e as tumbas perigosas.
Escrever sobre um jogo com um valor de esmero por parte do estúdio da Eidos Montreal/ Crystal Dynamics é de fato muito gostoso.
Shadow of Tomb Raider é o último jogo da saga da nova trilogia (o famoso reboot da série) e provavelmente o mais completo em praticamente todos os aspectos do game.
Lançado para o Playstations 4, Xbox One e PC, Lara embarca em uma aventura de proporções gigantescas para salvar o mundo de um apocalipse Maia e desvendar os mistérios por trás do assassinato de seu pai. Tudo regado a belíssimos cenários, imersão e uma narrativa de primeira.
Música e Som
A maneira que a história é contada através das cutscenes é uma experiência cinematográfica de muito bom gosto e é impressionante como os desenvolvedores conseguiram mostrar tanta evolução técnica em tão pouco tempo. É de encher os olhos! Inclusive, kudos para os dubladores brasileiros que fizeram um trabalho fenomenal neste título.
O som dinâmico das conversas e sons de ambiente são incríveis, geram uma imersão notável e muito bonita. O trabalho com a trilha sonora também não fica para trás, ele faz aquilo que promete, mas eu sinto falta de temas mais melódicos em jogos desse gênero.
No entanto a composição ambiente é bem satisfatória sim. O compositor é Brian D’Oliveira, autor e colaborador de algumas trilhas sonoras de filme e outros jogos como Little Big Planet 3, Tearaway e Papo Yo.
História
Após os eventos do jogo antecessor, na companhia de seu fiel amigo Jonah Maiava, Lara parte em busca da ruína que ainda não havia sido tocado pela Trinity (a organização secreta da qual a força opositora da trilogia faz parte), para impedir que seu lider, Doutor Dominguez, encontre de vez o artefato que recriará o novo mundo – que viera ser localizado nas profundezas da cidade de Cozumel no México.
Ao descobrir que a Trinity de fato rondava a área, Lara procede pela cidade durante o festival que acontecia, e inicia uma corrida contra o tempo para alcançar a entrada das ruínas. Atravessando por entre a cidade, evitando encontros com os homens da Trinity até uma saída na floresta que posteriormente daria acesso ao templo.
Explorando a fundo, Lara encontra o artefato no qual julga ser o que o antogonista procurava, a Adaga Cerimonial. Ao remover, nossa heroína acaba desencadeando uma série de eventos que levaria ao apocalipse Maia, previamente visto nos murais deste templo, arruinando a cidade de Cozumel com uma terrivel tsunami, dizimando boa parte da população, resultando também na perda do artefato para a Trinity antes do primeiro contato com a enorme onda.
Após obterem pistas vagas sobre como evitar o desastre, Jonah e Lara seguem viagem para as florestas da américa do sul, no Peru.
Jogabilidade
Shadow of Tomb Raider é fantástico no quesito gameplay e é claramente o foco principal do jogo. Mas nem tudo é mil maravilhas e já irei explicar o porque.
Vamos começar pelo lado bom da coisa: Tudo flui perfeitamente, não existe um momento do jogo no qual você vai ficar incomodado com algo não funcionando da maneira que não é para funcionar. O controle é perfeito, os pulos são fáceis de se executar, os puzzles são excelentes e com um excelente grau de dificuldade, que inclusive é ajustável durante a jogatina, fazendo que Lara dê dicas mais detalhadas sobre como resolver um problema, por exemplo.
A exploração é um fator impecável como sempre foi desde o primeiro jogo da trilogia. A diferença é que os mapas estão muito maiores e os locais mais espalhados também. As trilhas sempre vão esconder alguma coisa interessante para se ver ou coletar, uma tumba perdida (repleta de pequenos desafios, puzzles, artefatos e peças de equipamento) ou uma cripta por exemplo.
Chegar nestes locais muitas vezes vai envolver realizar pulos arriscados, descer de rapel, escalar arvores ou entrar em locais de dificil acesso. Durante o percurso você vai coletar recursos naturais e matéria prima (minerais, penas, madeira, gordura, frutas, etc) para confeccionar diversos itens que vão de itens de cura, flechas, até reforço de equipamento e melhoria dos mesmos, nos quais podem ser acionados nos acampamentos espalhados pelo mapa.
A interface do mapa ajuda muito, tudo é legendado de acordo, facilita muito na hora de buscar um tipo de recurso em especial e também existe um fast-travel como conveniencia também.
Um sistema de missões secundárias enriquece muito o jogo também, e eu fiquei impressionado com a vida que os vilarejos do jogo possuem, dialogos com voz, lojas para você comprar e vender, interagir com a história particular dos NPCs também.
Shadow of Tomb Raider não seria completo sem o combate, nosso personagem é muito ágil e versátil. Não houve uma diferença tão grande nesse aspecto em comparação com os outros jogos, mas você encontra polimento notável na hora de trocar de armas, arremessar uma granada ou até mesmo executar uma esquiva de emergência.
Falando ainda sobre o sistema de batalha do jogo, novas mecânicas de stealth ajudam muito a lidar com alguns tipos de inimigos mais resistentes, executando golpes fatais enquanto escondido por entre as arvores ou enquanto submerso. Agora Lara conta também com itens que aumentam temporariamente seus atributos e resistências para somar a estrutura da batalha.
Com o sistema de árvore de habilidades, tudo o que você faz durante a aventura conta para somar pontos de experiência e fortalecer seu personagem, com isso você ganha acesso a diversos tipos de conveniências que nos permite atravessar as batalhas de maneira mais divertida e dinâmica. Todo esse feeling de experimentação é instigante e faz você querer mais sempre, já que Lara conta com um arsenal muito variado a seu dispor.
Sobre o que eu mencionei o que não era tão legal assim são as constantes paradas para caminhadas e conversas em rádio, o que eu chamo de síndrome de Last of Us. Quebra clima demais isso. Nada que vai deixar você irritado, mas acaba esfriando o hype da jornada.
Gráficos
Fazia um bom tempo que eu não me impressionava graficamente com um jogo, mas os grandes cenários abertos e cheios de vida me fizeram ficar minutos admirando a paisagem, coisa que eu não costumo fazer.
Muito me agrada ambientes naturais, dão sempre a sensação de liberdade. E como o jogo se passa em ambiente de floresta na maioria do tempo, os efeitos de luz, névoa, sombras e partículas são verdadeiros eye candies.
A maneira que a cutscene é dirigida unidas a qualidade dos modelos dos personagens traz um realismo bacana, os personagens parecem realmente estar vivos nas situações de alegria ou dor (dor na maioria das vezes, porque como essa garota sofre nesses três jogos).
Conclusão
A nova aventura de Lara é excelente para pegar e jogar, você não se estressa em combates frustrantes, não fica confuso com uma história mirabolante e muito menos fica empacado em puzzles sem solução.
Shadow of Tomb Raider é uma obra prima do inicio ao fim e reclamar desse jogo na minha opinião é um exagero. Quem não vai gostar são as pessoas que não curtem MESMO o gênero de aventura, porque os demais eu tenho certeza que vão curtir muito a maneira que o jogo se desenrola como um todo.
Prós
- Level design de qualidade
- Combate dinâmico e divertido
- Excelente conteúdo extra
Contras
- Interrupção da ação com caminhadas e blá-blá-blá
- Excesso de necessidade de ação stealth
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