SIGA-NOS EM NOSSAS REDES SOCIAIS -
14 de novembro de 2025
8
Os Punhos Não Conhecem a Derrota

É uma alegria ver Tales of Xillia de volta nas plataformas atuais, ainda mais com uma remasterização feita com tanto cuidado. Mesmo depois de Graces f, dá pra dizer que Xillia continua sendo um dos melhores jogos da série. O elenco é carismático, a história prende do começo ao fim e o sistema de batalha, sério, continua divertido demais. O pacote entrega uma performance estável, melhorias que realmente fazem diferença e uma apresentação mais polida. Quem já é fã vai curtir revisitar, e quem tá chegando agora encontra uma ótima porta de entrada.

Tales of Xillia Remastered

O projeto de remasterização em comemoração aos 30 anos da série Tales of é, sem exagero, um dos pacotes que eu mais esperava ver ganhar forma. Tales of Graces f abriu essa iniciativa com o pé direito, e agora é a vez de outro clássico do PlayStation 3 voltar aos holofotes: Tales of Xillia. Para mim, esse é um dos jogos mais marcantes da franquia, joguei no lançamento e carrego uma boa dose de nostalgia desde então.

Depois de explorar cada pedacinho de Rieze Maxia, voltei pra essa aventura com aquela sensação boa de reencontrar um amigo antigo. E olha, valeu muito a pena. O jogo voltou com força, cheio de melhorias que você percebe de cara. Ainda tem umas escolhas na estrutura que deixam a desejar, mas, no geral, a experiência ficou bem melhor.


História e Personagens

Xillia se passa em Rieze Maxia, um mundo onde humanos e espíritos vivem juntos, dependendo um do outro. Só que a paz passou longe daqui. Os reinos de Rashugal e Auj Oule estão em guerra, e esse clima pesado é o pano de fundo da história de Jude Mathis e Milla Maxwell — que chega se apresentando como a própria “Lorde dos Espíritos”.

Logo no começo, Milla tenta destruir a Lance of Kresnik, uma arma que suga o poder dos Quatro Grandes Espíritos, mas falha. Ela perde quase todos os seus poderes e acaba se juntando a Jude, um estudante de medicina super gentil, mas meio perdido na vida. A partir daí, os dois embarcam numa jornada cheia de momentos marcantes, com uma história que realmente tem ritmo e personagens que crescem junto com o jogador.

Não pule a abertura, é simplesmente fantástica como praxe da série Tales of.

Como sempre acontece na série, o grupo brilha nas interações. Os skits, aquelas conversas opcionais rápidas, continuam ótimos e cheios de humor, deixando os laços entre os personagens mais naturais. E olha, a dublagem em inglês ainda funciona muito bem até hoje, tirando umas falas mais travadas da Milla, que acabam destoando um pouco do resto do elenco.


O Sistema dos Dois Protagonistas

Uma coisa que sempre me deixou meio desconfortável no lançamento original, e que ainda acho esquisito, é esse negócio de escolher entre Jude ou Milla como protagonista logo no começo. Na prática, isso quase não muda nada relevante. Eles praticamente não se separam, e aquelas cenas em que supostamente mostram “perspectivas diferentes” não convencem, sabe?

Jude e Milla, os protagonistas de Tales of Xillia.

Parece que só colocaram esse sistema pra dar a impressão de que o jogo dura mais, não porque as histórias realmente mudam. A única diferença que aparece o tempo todo mesmo são as músicas nas batalhas, que trocam dependendo de quem você escolhe. De resto, fica tudo quase igual. Se você nunca jogou, vai por mim: começa com o Jude. Tem uns eventos importantes que fazem mais sentido quando você vê pelo lado dele.


Gameplay e Sistema de Batalha

É aqui que Xillia mostra a que veio. O combate gira em torno do Double-Raid Linear Motion Battle System, que deixa você “linkar” dois personagens. A partir daí, dá pra flanquear inimigos, acionar habilidades de suporte e, claro, soltar as famosas Linked Artes — que são, de longe, o tempero principal das batalhas. Essas técnicas combinadas transformam ataques simples em golpes muito mais potentes, com impacto de verdade.

Pra variar temos um sistema de batalha viciante.

As Linked Artes entram em cena só quando a barra de Overlimit atinge certos pontos. Quando ela fica cheia, então, dá pra emendar uma sequência dessas técnicas, sem pausa. E não para por aí: você pode trocar de parceiro linkado no meio da pancadaria, até mesmo durante o Overlimit, o que abre espaço pra combos incrivelmente satisfatórios. Conforme o time cresce e as técnicas se multiplicam, o sistema fica quase impossível de largar.


Evolução dos Personagens

Xillia deixa de lado aquele sistema clássico de subir de nível e aposta nos Growth Points, que lembram uma versão mais enxuta do Sphere Grid do Final Fantasy X. Toda vez que você investe um ponto, libera atributos, novas artes, ou habilidades passivas. E quanto mais você progride, mais a malha se expande, criando uma sensação gostosa de evolução que nunca para.

Sem exageros, esse jogo tem um dos melhores elencos de RPGs dos últimos anos.

Esse é, sem dúvida, um dos sistemas mais elegantes da série, fácil de entender pra quem tá começando, mas cheio de possibilidades pra quem gosta de ajustar cada detalhe.


Melhorias da Versão Remaster

Assim como ocorreu em Graces f, Xillia Remastered vem cheio de melhorias de qualidade de vida:

  • Autosave
  • Batalhas aleatórias desativáveis
  • Ação de dash sempre disponível
  • Minimap aprimorado com marcações claras
  • Retry para batalhas normais
  • Vários DLCs incluídos (exceto as roupas licenciadas)
  • Movimento de campo mais rápido que o original

Os combates continuam dinâmicos e intensos, e a exploração agora flui de forma muito mais natural.


Grade Shop e Personalização

Agora o Grade Shop não fica mais preso ao New Game+. Ele aparece logo de cara. Dá pra mexer em tudo: bônus de experiência, desafios, o que quiser. Prático? Sem dúvida. Só que, pra ser sincero, sempre curti aquela sensação de juntar Grade durante a primeira jogada, pensando na próxima vez. Ter tantas vantagens de saída muda um pouco o ritmo, mas pelo menos ninguém é obrigado a usar, fica lá pra quem quiser.

Explorar cada cantinho desse mundo vale muito a pena.

Outra coisa legal: o sistema de upgrade das lojas. Você usa materiais e gald pra melhorar tudo. Isso faz você pensar melhor em como gastar e juntar recursos, além de deixar o comércio crescer do seu jeito. No fim, explorar fica mais interessante e vale mais a pena.

A parte gráfica ganhou melhorias quanto ao frame-rate que é 60 quadros no PS5 e um salto em resolução, fora isso é bem parecido com o original. Quanto a trilha é aquela coisa Motoi Sakuraba de sempre, saudade de quando deram chance pro Go Shiina compôr algumas músicas pra Zestiria(as melhores do jogo, evidentemente) e toda a trilha de Legendia…


Veredito

É uma alegria ver Tales of Xillia de volta nas plataformas atuais, ainda mais com uma remasterização feita com tanto cuidado. Mesmo depois de Graces f, dá pra dizer que Xillia continua sendo um dos melhores jogos da série. O elenco é carismático, a história prende do começo ao fim e o sistema de batalha, sério, continua divertido demais. O pacote entrega uma performance estável, melhorias que realmente fazem diferença e uma apresentação mais polida. Quem já é fã vai curtir revisitar, e quem tá chegando agora encontra uma ótima porta de entrada.

Eu, pessoalmente, tenho um apego ainda maior pela continuação, mal vejo a hora de jogar de novo. Mas, enquanto esse dia não chega, fico contente de voltar pra Rieze Maxia, onde história e gameplay se encaixam de um jeito raro de ver por aí.

David Signorelli
Últimos posts por David Signorelli (exibir todos)

Posts Relacionados

Gundam Breaker 4

A cena dos Gunpla(kits de modelos que retratam os mechas, máquinas e personagens do multiverso fictício de Gundam) é dedicada, cheia de…

Super Robot Wars Y – Robôs Gigantes!

Você pode nunca ter ouvido falar dessa franquia, mas ela já está entre nós desde 1991 com uma infinidade de…

Dragon Ball: Sparking! ZERO

Como alguém que cresceu com Dragon Ball e Dragon Ball Z, eu sempre me sentia empolgado ao explorar qualquer jogo…

TOP