Análise – Quantum Break
Quantum Break é o mais novo exclusivo da finlandesa Remedy Entertainment para as plataformas da Microsoft.
Anunciado primeiramente como um exclusivo do Xbox One, o jogo recebeu lançamento simultâneo com a loja do Windows 10.
HISTÓRIA
A história de Quantum Break desenrola-se nos arredores da Universidade fictícia de Riverport, nos Estados Unidos e acontece depois de uma experiência sobre a manipulação do tempo dar errada. O evento não apenas afetou toda a linha temporal deixando-a com várias fissuras e inconsistências, mas também deu poderes temporais ao protagonista Jack Joyce e ao antagonista Paul Serene.
Caindo na obviedade dos vilões de histórias em quadrinhos, Paul controla a Monarch Solutions e quer usar seus poderes para obter vantagens para si mesmo e sua corporação e Jack vai usar seus poderes para impedi-lo.
A jogabilidade está dividida em segmentos. Depois de jogar um segmento do jogo, o jogador assiste a um episódio da série digital. O jogo vai contar a história dos protagonistas enquanto a série vai contar a história dos antagonistas. Os jogadores podem fazer escolhas como antagonistas no inicio de cada episódio, também conhecidos como os “pontos de junção”. Estas decisões poderão influenciar o resto do jogo e também irão alterar os eventos que ocorrem dentro de cada episódio da série.
Ainda que a premissa seja interessante, o resultado na prática talvez seja o maior defeito de Quantum Break. A experiência tenta dar muita profundidade e espaço a uma trama que é, em sua essência, rasa. O resultado é um jogo muito interessante, com mecânicas inovadoras e gameplay sólido, mas uma série medíocre, que entrega boas atuações, mas não consegue cativar com seus excessos de problemas, termos e complicações.
Felizmente quando você compra o jogo não espera que a série de TV vá ser o ponto alto da experiência, mas sim, o jogo propriamente dito. E nesse aspecto, Quantum Break entrega um produto de qualidade.
Jogabilidade
Quantum Break é um jogo de tiro em terceira pessoa que usa um sistema de cobertura. Já vimos isso em Gears of War e diversos outros jogos da geração passada, mas a novidade em Quantum Break é justamente o sistema de manipulação do tempo, elemento que tem muito potencial para um videogame, mas que nunca foi abordado de maneira realmente completa. Sempre adicionado como um gimmick ou habilidade, nunca tivemos um jogo centrado nessa premissa de habilidades temporais. Até agora.
Jack Joyce vai lutar contra as forças de segurança da Monarch, usando armas poderosas e habilidades de mexer com o tempo. Seus poderes são variados: você pode congelar seus inimigos dentro de um globo de tempo parado e atirar contra ele. Também pode retardar o tempo, mover-se mais rápido que os inimigos, criar um escudo temporal ao redor de si mesmo, devolver as balas que foram atiradas contra você, entre diversas outras habilidades interessantes que mudam muito a abordagem em cada confronto.
Fora dos combates, o jogo oferece alguns quebra-cabeças em determinados momentos, quebrando as sequências de tiroteio e fazendo o jogador pensar um pouco na maneira de utilizar seus poderes de tempo para solucionar problemas e avançar no game. Por exemplo: uma área apresenta uma ponte quebrada em seu caminho. Jack precisa voltar no tempo e retardar a quebra da ponte enquanto corre para o seu objetivo.
O sistema de jogo é um mix com o de Alan Wake e Max Payne, com a jogabilidade e sequência de tiroteios muito similar ao jogo do famoso escritor e as habilidades e sequências temporais sendo variantes interessantes do bullet-time de Max Payne.
Série de TV
Ainda que a ideia inicial da Microsoft de transformar o Xbox One, numa central de entretenimento com séries de seus jogos tenha sido deixada de lado, a série de TV de Quantum Break apresenta uma qualidade acima da média quando pensamos que se trata de um produto inédito.
É interessante ver que um videogame atingiu um nível de produção equivalente as produções modernas da HBO, Netflix e outros canais da TV por assinatura.
O live-action da série Quantum Break foi produzido pela Lifeboat Productions em conjunto com a Microsoft. A série consiste em quatro episódios de 22 minutos cada.
Assista abaixo o primeiro episódio completo da série:
O elenco completo:
– Shawn Ashmore como Jack Joyce
– Dominic Monaghan como William Joyce
– Aidan Gillen como Paul Serene
– Lance Reddick como Martin Hatch
– Marshall Allman como Charlie Wincott
– Patrick Heusinger como Liam Burke
– Mimi Michaels como Fiona Miller
– Amelia Rose Blaire como Amy Ferraro
– Brooke Nevin como Emily Burke
– Courtney Hope como Beth Wilder
– Jacqueline Pinol como Sofia Amaral
– Jeannie Bolet como Kate Ogawa
– Sean Durrie como Nick Marsters
– Matt Orlando como Brenner
Bônus e Extras
A Remedy Entertainment também parece interessada em manter seus jogos anteriores ativos na memória dos jogadores.
Ao comprar um cópia de Quantum Break, você receberá automaticamente um token de download digital para Alan Wake com os DLCs “The Signal” e “The Writer” e os que fizerem a pré-venda ainda ganham a sequência Alan Wake’s American Nightmare. Os dois jogos são retro-compatíveis com o Xbox One e a oferta é muito justa, entregando uma série de qualidade de graça para os que decidirem embarcar na nova experiência de Quantum Break.
Vale lembrar que o título é o primeiro no sistema de “cross-buy” onde quem comprar a versão de Xbox One, ganhará um código para resgatar a versão de Windows 10, na nova loja da Microsoft.
Uma feature bacana e inédita que Remedy inseriu no game, é a opção de jogar sem músicas licenciadas. Isso serve para o jogador fazer stream ou gravar vídeos sem que tenha penalidades nos seu canal do Twitch ou Youtube. Solução simples e muito bem pensada.
Gráficos
Ao lado do anúncio de lançamento simultâneo com uma versão de PCs, outro ponto controverso do jogo é relacionado aos gráficos. Anunciado que rodaria em 1080p e 30 FPS, a versão final de Quantum Break roda em 720p, resolução padrão para os jogos da geração passada e mais de duas vezes menor que a prometida.
E aí você me pergunta: “Mas esse papo de resolução não é só coisa de sonysta que só quer desmerecer o Xbox?”. A resposta não é tão simples assim:
Dependendo do tamanho da sua televisão, o jogo fica notavelmente mais borrado e com menos definição no geral. Jogamos o título numa TV de 60 polegadas e a experiência gráfica foi pior do que quando jogado numa tela de 32 polegadas. Isso significa que a experiência com o jogo pode ser negativamente impactada de acordo com o seu setup. Se o jogo tivesse sido entregue com a resolução prometida, isso não seria um problema, mas deixar de citar esse aspecto importante seria desleal com você leitor, afinal muitos estão comprando Quantum Break também contando com a promessa de uma experiência gráfica de primeira.
Dito isso, você caixista pode se sentir injustiçado em saber que a melhor experiência gráfica de Quantum Break será sim na versão de PC, que chegou de última hora mas entrega a resolução 1080p prometida inicialmente para o Xbox One, fato que pode acirrar ainda mais as discussões a respeito do novo modelo de negócios da Microsoft para a marca Xbox.
Mas tirando o aspecto da resolução de lado, tanto no Xbox One, quanto no PC o jogo é realmente um dos mais bonitos da geração atual. A conversão de cutscenes para in-game é surpreendente e os modelos utilizados são bastante parecidos, não replicando aquela conhecida falha de outros jogos, que apresentam modelos totalmente diferentes nessas situações.
O sistema de iluminação e os efeitos das quebras no tempo são alguns dos mais bonitos já vistos nos videogames, sem nenhum exagero. A ação se mantém nos 30 FPS constantes, sem quedas, nem mesmo em momentos que Jack e os inimigos fazem grandes duelos temporais, usando diversos poderes, e criando muitos efeitos e partículas simultâneos na tela.
Vale o hype?
Com Quantum Break a Remedy entrega uma experiência completa e digna de um grande título com elementos inovadores tanto na jogabilidade, como na forma de contar a história. Jogadores fãs de títulos levados pelo enredo vão curtir entrar na pele de Jack Joyce em sua luta para salvar o tempo de uma completa ruptura.
Além disso, você leva a versão de PCs e os dois jogos de Alan Wake no pacote, então a resposta é sim, valeu o hype sem sombra de dúvidas.
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