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13, jan 2025
Dynasty Warriors: Origins
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Em um mundo de caos, um herói sem nome surge.

Dynasty Warriors: Origins foi uma verdadeira surpresa para mim — um jogo que parece o ápice de décadas de experimentação e refinamento. Tudo se encaixa perfeitamente: o ritmo é envolvente, a ação é viciante, e aquele sentimento de "só mais uma partida" me acompanhou do início ao fim.

Apesar de fazer muito tempo, lembro perfeitamente do dia que comprei um jogo de luta baseado em armas chamado Shin Sangokumusou pois era(e ainda sou) muito fã de jogos de luta em 3D como Soul Edge da Namco. O tal jogo era bem feito em todos os sentidos e evidentemente aguardei uma sequência que, daquele jeito, nunca existiu. Precisamente 3 anos se passaram e no lançamento norte americano do PlayStation 2 fomos agraciados com Dynasty Warriors 2(nome ocidental da franquia), porém ele era completamente diferente do original.

DW2 se tornou um jogo mais parecido com um beat n’ up(Final Fight, Streets of Rage, etc…) com milhares de inimigos na tela, que me fez inclusive lembrar de outro jogo da Koei lançado na mesma época, o Kessen, esse que só vi em revistas. Por alguma razão essa mudança brusca de gênero me fez perder toda a vontade de experimentá-lo, sem maiores motivos. Ao longo dos anos a série recebeu vários jogos, tanto os numerados quanto spin-offs e eu continuei ignorando como sempre fiz, porém em 2015 a Square-Enix em conjunto com a Omega Force(estúdio de DW) lançou Dragon Quest Heroes: The World Tree’s Woe and the Blight Below. Sendo um mega fã de Dragon Quest não consegui resistir jogá-lo, mesmo sabendo que seria uma experiência semelhante aos DW que tanto desdenhei.

Hora de decidir seu futuro.

Para a minha surpresa, eu fiquei maravilhado com o jogo, era divertido demais e muito único. Nesse ponto cheguei a pensar em tentar recuperar o tempo perdido e ir atrás de mais jogos do gênero “musou”(como ficou popularizado), porém seria uma coisa extremamente difícil de fazer devido à quantidade de jogos que eu precisava analisar, então decidi focar no que a empresa lançaria no futuro. Por sorte vários musous foram lançados, sendo a maioria deles tão bons ou melhores do que DQ Heroes e hoje, em pleno 2025, lhes trago a análise da obra-prima da Omega Force, Dynasty Warriors Origins, não apenas o melhor musou já feito como um dos jogos mais divertidos que joguei até hoje.

HISTÓRIA

Como o próprio nome do jogo diz, aqui temos um começo, uma história de origem. Ela que se passa 150 anos após a fundação da Dinastia Han Oriental. Secas severas e clima anormal causaram fomes devastadoras. As pessoas estão morrendo de fome, comendo raízes e cascas de árvores, perdendo suas vidas desamparadamente. No entanto, em vez de ajudá-los, os governantes não apenas deixam de estender a mão, mas também impõem impostos pesados, cometem repetidamente desfalques e infligem sofrimento ao povo. O nosso protagonista, que perdeu suas memórias, chega a uma aldeia desolada durante suas viagens.

O herói de poucas palavras.

Lá, ele encontra um “Homem de Cabelos Longos”, que ajuda as pessoas com seus companheiros, e um “Herói Barbudo” que se opõe aos oficiais opressores. Em uma tentativa de salvar uma criança, o protagonista une forças com eles para lutar contra as tropas dos oficiais. A história de DWO é contada de uma forma gostosa e fácil de entender, mesmo se tratando de politicagem em sua maior parte, o jogo consegue segmentar de tal modo que o jogador consegue se sentir parte daquele universo, sem a necessidade de uma exposição excessiva como tem acontecido com diversos jogos da atualidade. Eu tenho um conhecimento extremamente raso do Romance dos Três Reinos, livro do qual a história de DW se baseia, portanto não sei afirmar o quão fiel aos acontecimentos do livro é retratado no jogo, entretanto acredito que pouco importa para quem anseia por uma narrativa bacana.

Os personagens são o ponto forte da trama, a grande maioria deles não está lá só pra inflar números e sim pra agregar, pena que para nós ocidentais seja tão difícil decorar o nome da galerinha, no final das contas eu lembro de todos, mas se for me basear em nomes com certeza vai ter alguns que irei passar batido! O destaque mesmo fica para o protagonista que possui um passado misterioso e a conforme vamos ajudando nosso herói a lembrar de tudo a coisa começa a ficar bem interessante, não pule as cutscenes por nada, garanto que valerá a pena do começo ao fim. Um ponto negativo disso tudo é a falta de legendas em português, o que pode dificultar a vida de muitos, ainda mais se tratando de um enredo tão focado em assuntos complexos como guerras, conflitos e política.

GAMEPLAY

Você está preparado para um dos jogos mais divertidos dos últimos anos? Espero que sim porque caso você curta um jogo com combate satisfatório, conteúdo até dizer chega, controles precisos e um desafio na medida, Dynasty Warriors: Origins entrega tudo isso e muito mais. Para quem não tem ideia do que se trata um musou, irei explicar da maneira mais fácil possível. Um jogo estilo musou é um tipo de jogo de ação onde você controla um personagem poderoso e enfrenta centenas ou até milhares de inimigos ao mesmo tempo. Esses jogos geralmente têm mapas grandes com áreas para capturar e missões para completar, como derrotar chefes ou proteger aliados. O combate é o destaque: você usa combos e habilidades especiais para derrubar muitos inimigos de uma vez, se sentindo muito forte.

Ah, como é divertido acabar com esses carinhas!

Parece simples, certo? E é, porém DWO possui tantas camadas de possibilidades que pega esse cenário aparentemente repetitivo e transforma em algo viciante. Um dos fatores que corrobora com isso é o controle perfeito. Mesmo no meio de um eterno caos, você consegue ter controle de tudo que acontece no campo de batalha, nada é perdido por um atraso na resposta ou uma câmera mal posicionada, o jogo entrega uma experiência impecável, acho que a última vez que senti algo parecido foi com Bayonetta da PlatinumGames lá em 2010, algo surreal mesmo. Como contamos com diversas armas diferentes com habilidades distintas, você terá uma gama de possibilidade enormes em suas mãos e te garanto que terás vontade de experimentar de tudo.

Os menus também são mega intuitivos, fáceis e rápidos de navegar, uma delícia. Algo que me chamou a atenção foi a parte RPGística do jogo, primeiro que temos um mapa mundi explorável no maior estilão JRPG antigo, permitindo ir atrás de itens escondidos ou mesmo enfrentando pequenos combates para aumentar a paz em cada região e segundo é o fato do jogo ter um sistema de laços de amizade onde realizamos missões diversas para melhorar a amizade com os personagens e com isso receber uma série de recompensas. Conforme vamos avançando na história muita coisa vai sendo liberada e quando você pensa que liberou tudo, o jogo te joga mais e mais novidades, realmente os desenvolvedores colocaram tudo de si nesse jogo.

Queria um world map? Tá na mão.

Além de tudo que já falei, dá pra dizer que você enfrentará batalhas inacreditáveis de épicas que ficarão marcadas na sua mente por muito tempo e com pelo menos 40 horas de duração, DWO traz um valor imenso para sua obra, eu mesmo não vou largar o jogo até fazer 100%!

GRÁFICOS E SOM

DWO é visualmente muito bonito, podendo rodar até 120 FPS no PS5(joguei dessa forma) e praticamente sem quedas, mesmo com bilhões de personagens na tela. O jogo pelo visto roda em uma nova engine interna do estúdio pois vi detalhes que nunca havia visto em jogos deles, efeitos climáticos em especial ficaram lindos, vide chuvas intensas e até outros como tornados ficaram super bem retratados. Agora é durante as cutscenes que o jogo de fato brilha, os personagens são todos muito bem modelados, com detalhes incríveis nas roupas e seus rostos, uma pena que na versão que joguei ainda não haviam implementado um modo foto.

As cutscenes são lindas.

O som também é de tirar o chapéu, músicas absurdamente lindas que se encaixam perfeitamente com as cenas. Eu fiquei especialmente impressionado com as músicas das cutscenes, já quero caçar elas assim que a trilha for lançada nas plataformas digitais. A dublagem é razoável, acho que dei mancada de jogar em dublado em inglês, mas é que quis entender o que estava sendo dito durante as batalhas e em japonês ficaria complicado, foi uma decisão difícil.

VEREDITO

Dynasty Warriors: Origins foi uma verdadeira surpresa para mim — um jogo que parece o ápice de décadas de experimentação e refinamento. Tudo se encaixa perfeitamente: o ritmo é envolvente, a ação é viciante, e aquele sentimento de “só mais uma partida” me acompanhou do início ao fim. A Koei Tecmo começou o ano com o pé direito, entregando em DWO tudo o que um fã de musou poderia desejar e mais um pouco. Se você ainda não explorou esse gênero tão único e emocionante, não há melhor ponto de partida do que mergulhar de cabeça nessa aventura épica!

David Signorelli
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