Mario & Luigi Brothership
Se você ainda não teve a oportunidade de jogar um título da série Mario & Luigi, este é um excelente ponto de partida, além de ser indispensável para os fãs de longa data de qualquer um dos RPGs de Mario.
Enquanto todos estão de olho no horizonte, aguardando o sucessor do Switch, a Nintendo continua firme no seu caminho, lançando novos títulos. Faz apenas alguns meses que o incrível remake de Paper Mario: The Thousand-Year Door foi lançado. Agora, a empresa nos surpreendeu ao lançar uma nova entrada na querida série Mario & Luigi: Mario & Luigi Brothership.
Como tem sido com a maioria dos lançamentos nacionais da Nintendo, o game está totalmente em pt-BR, porém joguei a maior parte do jogo em inglês pois estou mais habituado, portanto os nomes estarão expressados nessa análise como no original, ok? E claro, obrigado Nintendo do Brasil pelo apoio!
Após uma experiência de quase-morte e uma demonstração de coragem, Mario e Luigi, junto com outros personagens, são misteriosamente transportados para um mundo desconhecido. Bem-vindos à terra de Concordia! Antes uma grande região continental, Concordia agora é formada por ilhas à deriva após a destruição de sua grande árvore, a Uni-Tree. Os irmãos bigodudos são encontrados por Connie, uma seguidora da religião Wattanista, que busca reconectar as ilhas flutuantes e restaurar a integridade de Concordia.
Mario, Luigi e sua equipe navegam pelos mares em uma ilha chamada Shipshape Island, que tem o formato de um navio. Essa ilha serve como a base central durante o jogo, sendo a responsável por guiar os heróis pelas correntes marítimas até ilhas e enseadas. Além disso, Shipshape Island desempenha o papel da Uni-Tree, permitindo que as ilhas sejam ancoradas e novos caminhos sejam abertos. Para trazer cada ilha de volta ao coletivo, Mario e Luigi precisam localizar o farol de cada uma e conectá-lo à Shipshape Island. Enquanto isso, uma força misteriosa está sequestrando os habitantes de Concordia e disseminando uma aflição traçoeira conhecida como Glohm.
Acompanhando essa aventura está Snoutlet, um pequeno companheiro voador com aparência de porco, que insiste firmemente em dizer que não é um porco. Snoutlet ajuda fornecendo informações e diálogos, já que Mario e Luigi continuam sem falas próprias, comunicando-se com o característico “gibberish” da série, que parece de certo modo italiano. Como de costume nos jogos Mario & Luigi, há uma abundância de novos personagens únicos do mundo além do Reino do Cogumelo. Sem dar spoilers, Mario e Luigi não são os únicos habitantes do Reino do Cogumelo que foram parar em Concordia.
Já faz quase uma década desde que tivemos um novo título da série Mario & Luigi (sem contar os remakes), especialmente após o fechamento da antiga equipe da AlphaDream. A principal dúvida dos fãs da série é: será que Brothership mantém o espírito que tornou a franquia tão divertida? Resumindo: sim, e muito bem! Este jogo não só é incrivelmente charmoso, mas também extremamente engraçado. A série sempre teve um tom leve e divertido, e isso continua intacto. Em quase todas as novas ilhas, eu tirava capturas de tela das conversas mais hilárias. Apesar de toda a comédia, o jogo também tem momentos emocionantes, com o tema central de conexão e a ausência dela à medida que Glohm se espalha por Concordia. Eu realmente adorei minha experiência com Brothership e rapidamente me lembrei do quanto aprecio o fato de a série Mario & Luigi existir paralelamente à série Paper Mario.
Se você já conhece a série Mario & Luigi, o combate será imediatamente reconhecível, o que também vale para quase qualquer RPG de Mario. Você terá seus ataques de salto (Jump) e martelo (Hammer), além de movimentos especiais (os Bros Moves), que consomem BP, e pode cronometrar seus ataques ou defesas para causar mais dano ou mitigar o impacto recebido. Para contextualizar, joguei um pouco de Dream Team Bros novamente e fiquei surpreso com o quanto apreciei o combate de Brothership.
Nos jogos anteriores, os irmãos realizavam suas ações individualmente. Em Brothership, o foco é a força do vínculo fraternal entre Mario e Luigi. Quando você realiza um ataque básico de salto ou martelo com um dos irmãos, o outro automaticamente entra na ação, oferecendo um comando adicional para aumentar o dano causado. No começo, pensei que isso pudesse tornar as lutas mais lentas, mas os ataques são tão rápidos que logo se tornam naturais, especialmente depois que você pega o ritmo dos comandos. Essa mecânica, além de ser divertida, é fundamental em combates mais difíceis, especialmente quando um dos irmãos é incapacitado devido a efeitos de status, reduzindo-o a ataques individuais.
Cada jogo da série sempre traz uma mecânica que o diferencia. Tivemos a viagem no tempo em Partners in Time, Bowser como protagonista em Bowser’s Inside Story, os sonhos de Luigi em Dream Team, e uma parceria com Paper Mario em Paper Jam. Em Brothership, o tema é conexão: Mario e Luigi trabalham para reconectar as ilhas de Concordia, permitindo que os jogadores viajem rapidamente entre elas para completar missões principais ou paralelas. Uma mecânica única do jogo é a Luigi Logic. Em momentos críticos, Luigi usa suas habilidades cognitivas para encontrar soluções criativas e engraçadas. Isso é mais comum em batalhas contra chefes, onde Luigi observa elementos do cenário que podem virar o jogo a favor dos irmãos, geralmente através de microgames que causam dano massivo ou atordoam o inimigo.
Outra novidade são os cidadãos e vilões de Concordia, inspirados por itens elétricos, como plugs, tomadas e etc… Embora eu tenha reconhecido vários desses itens, fiquei pensando se há referências mais profundas que talvez tenham passado despercebidas. De qualquer forma, o jogo está repleto de nomes e trocadilhos que se conectam ao tema elétrico, o que adiciona muito charme à experiência.
Os Battle Plugs são outra novidade nos combates. Esses acessórios são criados com sprites coletados nas ilhas e oferecem buffs úteis. Meu favorito foi o Boomerang Item Plug, que permite usar um item em combate sem que ele seja consumido. Esses plugs são especialmente úteis em batalhas mais difíceis, mas podem ser esquecidos nos combates mais simples, embora sejam essenciais em momentos críticos da história.
A dificuldade de Brothership varia entre momentos tranquilos e desafios intensos. Nos primeiros dois terços das 45+ horas de jogo, os chefes eram as únicas batalhas que realmente exigiam muitos itens de cura. Porém, conforme os inimigos afetados por Glohm se tornam mais comuns e os combates mais densos, o desafio aumenta significativamente. Mesmo assim, o jogo nunca se torna frustrante. Em caso de dificuldades, há opções para reduzir temporariamente a dificuldade de uma batalha após duas derrotas. Missões paralelas surgem ao longo da história. Algumas são simples, enquanto outras exigem mais exploração. O jogo indica claramente quais devem ser concluídas com urgência antes de expirarem. Em certos momentos, suas escolhas podem alterar pequenos aspectos da história, embora o impacto geral seja mínimo.
Com visuais renovados no Switch, Brothership é visualmente impressionante. Apesar de não rodar a 60 fps, isso não prejudica o ritmo do jogo ou os comandos de ação. Se há algo a criticar, seriam os tempos de carregamento. Embora ligeiramente demorados ao entrar em combates ou teletransportar entre ilhas, são mínimos comparados à alternativa de navegar manualmente.
VEREDITO
Mario & Luigi Brothership é uma delícia de jogar e uma excelente adição à série Mario & Luigi. Mesmo com a era do Switch já estar navegando em direção a novos horizontes, é um verdadeiro prazer ver a Nintendo lançando jogos tão incríveis. Espero que o jogo receba toda a atenção que merece, apesar de ter sido lançado no final do ciclo de vida do Switch. Se você ainda não teve a oportunidade de jogar um título da série Mario & Luigi, este é um excelente ponto de partida, além de ser indispensável para os fãs de longa data de qualquer um dos RPGs de Mario.
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