Análise – Gears of War Judgment
Chegou neste dia 19 de março de 2013 o mais novo jogo da série Gears of War. Judgment chega como um “prequel” dos acontecimentos do primeiro Gears. Para aqueles que aguardavam ansiosamente esta versão, os que realizaram a pré-venda ou adquiriram a primeira remessa nas prateleiras, Judgment oferece códigos para 2 dias de XBOX Live gratuitos e a primeira versão de Gears of War totalmente gratuita. Simultaneamente, está disponível na Marketplace, o demo multiplayer do game.
Além disto já está disponível o Season Pass que garante certos benefícios como o dobro de XP e acesso VIP a modos de jogos e mapas.
História
Em Gears of War Judgment, título exclusivo para o XBOX 360, Marcus Fenix deixa de ser o protagonista e agora o jogador irá conhecer os eventos ocorridos antes dos acontecimentos do primeiro game.
O protagonista de Judgment é o tenente Damon Baird, que comanda a equipe Kilo. Ele e sua equipe (August Cole, Sofia Hendrick e Garron Paduk) estão sendo julgados por traição. E como líder da equipe, ele é acusado de desrespeitar seus superiores e utilizar uma bomba de destruição em massa.
A camapanha circula em torno do julgamento onde a cada acusação e defesa remete ao evento real na perspectiva dos CGO s. É neste momento que o jogador toma controle do jogo. Neste ponto Gears of War Judgment se aprofunda bastante na personalidade de cada integrante da equipe Kilo.
Novidades
Após a saída do criador da franquia Gears of War, Cliff Bleszinski, da EPIC, era de se esperar que houvessem algumas mudanças na série. E a maioria destas mudanças refletem diretamente na jogabilidade.
Os desenvolvedores do game, conhecendo a “mecânica” de Gears of War como sendo um pouco travada e lenta em movimentação, adicionaram uma série de elementos presentes nos jogos de FPS de maior sucesso, em busca de um combate mais dinâmico e veloz.
Entretanto isso descaracterizou bastante alguns dos elementos que eram característicos da série.
Podemos ver vários elementos de jogabilidade como em Halo 4 neste game. Dentre alguns elementos temos as granadas que grudam nos inimigos quando arremessadas, a exemplo das granadas de plasma em Halo 4.
A troca de armas agora é feita pelo botão “Y” e não no D-Pad. E novamente a exemplo de Halo 4, temos apenas duas armas sendo uma primária e uma secundária. Além disto, os grupos de armas são pré selecionados também.
A mira, assim como nos FPS, já é exibida em todas as armas ao contrário das versões anteriores que requeriam pressionar o botão de mirar, a exemplo da Lancer.
Foram adicionadas novas armas. Dentre algumas novidades temos:
– Boonshka – Que é uma lança granadas
– Breechshot – Uma arma de alto calibre para curtas e médias distâncias
– Markza – Um rifle semiautomático de médias distâncias
– Tripwire Crossbow – Um arco de torque com cargas explosivas
Novos tipos de granadas estão presentes também, como por exemplo a granada que regenera a energia dos personagens e a granada que funciona como uma espécie de sonar, revelando o posicionamento de inimigos através das paredes.
Outra novidade é que agora se pode usar o escudo no braço esquerdo e atirar com qualquer outra arma na mão direita simultaneamente.
Novos modos de jogo multiplayer foram adicionados. Alguns deles são:
– Free for all
Modo de jogo onde todos atiram contra todos. Este modo, por alguma razão que não compreendemos, requer apenas alguns tiros para abater o oponente. As vezes é uma questão de “one shot, one kill”. Provavelmente a intenção foi criar um modo mais frenético de jogo, a exemplo do multiplayer versus de COD Modern Warfare 3, onde poucos tiros são necessários para abater um oponente.
– OverRun
Neste modo deve-se proteger equipemantos, das invasões Locust e evitar a todo custo que estes sejam destruídos. Neste modo foi implementado o sistema de classes de personagens onde cada um tem sua função específica como médico, engenheiro, soldado e patrulheiro. Este modo é o mais tatico e a comunicação por meio de voz é essencial. Este modo pode ser um pouco massante porque o foco nas habilidades individuais se sobresai ao combate em sí. Por exemplo, se você for engenheiro, passará mais tempo soldando cercas do que atirando em inimigos. E isso acaba se tornando entediante com o tempo.
A campanha tem agora desafios que tornam a missão mais intensa, como uma espécie de mutador ou dificultador. O jogador pode escolher em aceitar ou não estes desafios.
Todos os demais elementos da serie foram mantidos como as Onyx, Faixas, capas de armas, colecionáveis, personagens destraváveis, etc. Agora temos também, além das capas de armas, as capas de armadura.
Jogabilidade
A jogabilidade apesar de se asemelhar muito à Gears of War 3, mudou bastante na parte tática devido às alterações realizadas neste game.
Pelo fato de possuir alguns elementos de FPS o jogador fiel à série pode estranhar um pouco nas primeiras horas de jogo. Isto porque as mudanças foram benéficas à movimentação, porém foram implementadas em detrimento dos fatores que eram ótimos em Gears of War 3.
Mesmo assim, houveram melhorias no geral.
Anteriormente, era muito demorado e arriscado pegar qualquer ítem no chão como armas ou granadas, sem ser abatido. Esse tempo foi reduzido pela metade para granadas e 1/3 para armas. A velocidade de troca de armas melhorou muito, pelo fato de ser acionado pelo botão “Y” e pegá-las no chão é igualmente ágil.
O D-Pad não é mais utilizado para seleção de armas.
Com isto, o arremesso de granadas ganhou acionamento exclusivo com botão. Porém, para grudar as granadas manualmente é preciso pressionar LB + B, o que não é muito prático ou sequer ágil durante um frenético combate. O uso tático de granadas na prática, foi totalmente modificado.
Quanto ao “cover”, a distância necessária para correr e se esconder nas paredes foi aumentada. Isso permite se proteger mais depressa mesmo estando mais distante da parede. Porém essa mudança desbalanceia muito a jogabilidade multiplayer em mata-mata porque alguns jogadores se utilizam de joysticks modificados (rapid-fire). Na prática, isso beneficiou estes jogadores tornando-os quase impossíveis de serem atingidos, pois estes ficam se rebatendo entre paredes com extrema agilidade. Isso já era um problema em GOW3 e agora tornou-se um problema ainda maior em Judgment.
Agora também é possível pular de andares superiores, buracos e sacadas. E isto também é possível enquanto se atira ou arremessa granadas. Entretanto, cuidado com a altura em que for pular, pois poderá causar dano ou até mesmo matá-lo.
As armas tradicionais sofreram modificações no alcance e no dano.
Porém, fica visível que não fizeram um trabalho balanceado. A exemplo, a escopeta serrada que teve seu dano muito reduzido e foi quase inviabilizada de se usar. Esperamos que isso seja corrigido em breve. Já outras armas ficaram super poderosas com dano e alcance muito potentes.
Em resumo a jogabilidade em alguns modos de jogo é extremamente tática, no caso de OverRun, podendo fadar o time ao fracasso quando não atuam em colaboração mútua. Já em outros casos, como em Free-for-all, a tática é totalmente nula e ausente, reinando o caos e a ação frenética.
Efeitos sonoros e Músicas
Os efeitos sonoros seguem a tradicional coleção de efeitos da série.
As músicas tem uma composição mais modesta que as versões anteriores e em geral não empolgam muito ou, na maioria das vezes, não conseguem trazer um climax às cenas de ação mais tensas.
A novidade fica para a dublagem totalmente em português do Brasil para esta versão. Haverá partes muito engraçadas ditas pelos personagens como por exemplo: “Morre, Diabo!”. Lembrou de um hit da internet ?
Gráficos
Os gráficos de Judgment conseguiram extrair do XBOX 360, com o uso da engine Unreal, ainda mais do que foi visto em Gears 3. A campanha possui gráficos impressionantes e muito bem trabalhados. A Epic conseguiu nos surpreender com as melhorias gráficas alcançadas neste game. Os efeitos de partículas recebem atenção especial e vai com certeza impressionar você. Efeitos como fogo, fumaça e explosões estão ainda mais nítidos e convincentes.
Porém, a parte multiplayer não tem o mesmo tratamento gráfico.
Neste caso, o multiplayer de Judgment se assemelha muito ao multiplayer de Gears 3, com simplicidade nos cenários e nível de detalhamento mais modesto.
Considerações finais
Se não fossem pelas mudanças provenientes de elementos de games de FPS, Gears of War Judgment poderia muito bem ser apresentado em forma de DLC ao invés de uma nova versão independente. Em contrapartida, a evolução gráfica no que acreditávamos ter chegado ao seu auge, veio muito bem trabalhada.
Novos jogadores vão sem dúvida gostar deste game. Os veteranos podem torcer o nariz um pouco e acreditar não valer a compra de um 4º título da série, mas no geral irá agradar aos fãs.
Prós
– Gráficos impressionantes e melhores que a versão anterior
– Mais velocidade e dinâmica nos combates
– Novas armas e modos de jogo
– Disponível em versões totalmente em português do Brasil
Contras
– Detrimento de alguns fatores característicos da série em prol de elementos de jogos de FPS.
– Alguns modos de jogo são entediantes e perderam o foco do combate em prol do uso de habilidades de classe.
– Armas desbalanceadas com algumas totalmente inúteis e outras super poderosas.
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Isso ai, parabéns pela matéria Nota 10 e 9,2 para o jogo.
A analise ficou muito boa mesmo, parabéns. Concordo com quase tudo.