The Dark Pictures: Man of Medan – Análise
Após o enorme sucesso de Until Dawn, a Supermassive Games decidiu começar uma antologia de games de horror em parceria com a Bandai Namco, e o primeiro capítulo dessa saga chega com The Dark Pictures: Man of Medan, lançado para Xbox One, PS4 e PC. Mas será que essa franquia começa com o pé direito?
Na trama, cinco jovens saem em pleno mar aberto atrás de um avião naufragado da Segunda Guerra Mundial. Porém, após uma série de complicações, o grupo se vê em um navio fantasma, tendo que lutar pela sobrevivência e contra a insanidade do local, enquanto presenciam uma verdadeira experiência de terror.
A história é até bem clichê, mas a construção dos personagens é muito boa, já que vamos jogando com cada um periodicamente, e vamos percebendo seus costumes e personalidades, assim fazendo com que tenhamos empatia ou até mesmo ódio por cada um. Os personagens são: Alex, Brad, Júlia, Conrad e Fliss, todos possuem características próprias, e suas escolhas também afetam as relações entre cada um, assim podendo criar até confusões entre o grupo, o único problema dos personagens é que eles são estereotipados até demais, mas mesmo assim isso não estraga o charme do game. Mesmo com esses estereótipos, as atuações são ótimas, tendo até mesmo nomes conhecidos por trás dos personagens, como Pip Torrens (de Star Wars) e Shawn Ashmore (de Quantum Break). A trama começa levemente arrastada, apresentando os personagens e a história, mas quando engata, não solta mais o freio, e segue na tensão constante.
Você está no controle total da história, decidindo as falas e ações dos personagens, algo que pode trazer muitas variações de cenários e finais, já que não necessariamente você terminará o game com todos vivos, porque suas escolhas realmente tem um grande peso, e só cabe a você decidir o fim de cada personagem. Possuímos também Bússolas Morais, que vão seguindo a trama principal e que, de acordo com certas escolhas, determinarão se situações acontecerão ou não mais para frente. Temos também quadros de imagens espalhados pelos cenários que são premonições (sim, igual aos totens em Until Dawn), e que dão pequenos relances do que irá acontecer mais para frente na gameplay.
Tudo pode parecer muito confuso no início, mas enquanto vamos progredindo na história, as peças do quebra-cabeça vão se encaixando e as reviravoltas vão acontecendo, assim deixando a trama mais empolgante e nos deixando mais curiosos para saber o que está por vir. Caso você queira entender mais da história, há também os segredos, que são colecionáveis que explicam algumas coisas que ficaram em aberto pelo enredo principal. Contudo, o plot twist final pode agradar alguns e decepcionar outros, já que é algo bem relativo e vai de cada um.
Mesmo que os personagens sejam meio estereotipados, o grande destaque fica para o Curador, que é quem conta a história. Em certos momentos a narrativa dá uma pequena pausa e vamos para sala do mesmo, que começa a analisar nossa progressão, e caso você queira, ele pode dar “spoilers” da trama, para assim você ficar preparado para o que virá a seguir. Tudo isso cheio de sarcasmo e até piadinhas em certos momentos, o que faz o personagem ser o mais memorável do game inteiro, e quem sabe da antologia, já que ele retornará nos próximos games da saga.
A ambientação do navio é muito boa, cada corredor é mais macabro e assustador que o outro, assim sempre ficamos tensos sem saber o que nos espera na próxima sala. Caso você seja aquela pessoa que não gosta de jumpscares, se prepare pois aqui há muitos, a grande maioria é bem previsível, mas alguns são até inesperados e me pegaram de surpresa.
Há também a Curator’s Cut, que antes era um bônus de pré-venda, mas agora está gratuito para todos, em que jogamos novamente a campanha mas com novas perspectivas e outras escolhas, e mesmo que são poucas cenas diferentes, é uma ótima opção alternativa para quem quer ter uma nova visão do game. E caso você não queira passar medo sozinho, é possível jogar acompanhado de duas maneiras, a Noite de Cinema, em que no máximo cinco jogadores se reúnem em um co-op local e controlam personagens a escolha de cada um, no clássico estilo “passe o controle”. Há também a História Compartilhada, em que você joga com um amigo online e as escolhas de ambos afetarão um ao outro, assim deixando tudo ainda mais tenso.
Os gráficos são muito bonitos e fotorrealistas, isso é fato, mas em muitos momentos é possível notar texturas que demoram para renderizar e que até chegam a bugar. Outra coisa que incomoda são as quedas de frames que são constantes e irritam em certos momentos. Um grande problema também é a duração do game, já que finalizei o mesmo bem rapidamente, em apenas quatro horas, porém o fator replay compensa a curta duração.
Man of Medan começa muito bem a antologia, com uma história bem desenvolvida, várias reviravoltas e muitas possibilidades de acontecimentos. Por mais que tenha seus problemas, ainda compensa pela tensão e pela possibilidade de jogar tanto sozinho, quanto acompanhado. Agora é esperar pelo próximo capítulo, Little Hope.
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- História é até clichê, mas bem desenvolvida
- Muitas alternativas de cenários e finais
- O personagem do Curador é um destaque
- Modos multiplayer
- Ótimos gráficos
- Fator replay
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- Texturas bugadas
- Muitas quedas de frames
- Campanha curta
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