Análises

Atelier Mysterious Trilogy DX

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O bom gosto é bem claro, nada de misterioso nisso!

Três jogos da nata da franquia Atelier num pacote recheado com DLCs, experiências ímpares vão bombar no Switch e Ps4.

Atelier Mysterious Trilogy Deluxe Pack é uma coletânea de RPGs de turnos desenvolvida pela Gust e distribuídas pela Koei Tecmo.

Minha história com a franquia Atelier data lá da época do PlayStation 2 com Atelier Iris: Eternal Mana e vai até esse ponto que estamos, passando por todos os títulos que vieram para o ocidente, culminando no novo pacote da trilogia Mysterious, composto por Atelier Sophie, Firis e Lydie & Suelle.

Eu acho engraçado como o destino nos traz oportunidades excelentes para experimentar as coisas que curtimos, digo isso pelo fato que eu simplesmente não havia jogado nenhum dos 3 jogos presentes nesse pack por motivos pe$$oais na época, e que agora com esse lançamento, não só posso apenas jogar os games como posso desfrutar de todos os conteúdos aprimorados e pacotes de DLC presentes em todos eles, simplesmente maravilhoso.

Sophie tem carisma demais.

Eu sou fã de carteirinha da franquia e digo de pés juntos que, para variar, é mais uma obra prima para nosso console hibrido da Nintendo e também para o PlayStation 4/5. Mas…

VAMOS AS NOVIDADES.

Parecido com o que já havia nas coletâneas antigas da franquia (Arland e Dusk), nas DLCs estão inclusas a possibilidade de trocar todos os temas dos mais vários assuntos (batalha, mapa mundi, etc) para músicas dos outros jogos da franquia e alguns clássicos da Gust caso assim desejar, além de conteúdo que soma alguns capítulos de enredo, dungeons especiais, itens, roupas e super bosses.

Nesse pacote também está disponível um artbook digital por jogo repleto de artes de conceito de personagens, cenários e prints dos eventos do game. O que me deixa um pouco triste, no entanto, é que não é possível dar um zoom para ver melhor os detalhes, achei mancadinha.

O visual dos 3 jogos é bem bonito e cheio de cores.

Algumas questões de sistema, gráficos e balanceamento também foram realizados, o que acaba tornando tudo muito mais suavizado de se curtir em comparação com os mesmos títulos lançados anteriormente.

Atelier Mysterious Trilogy são jogos que seguem o fio da trama após o término do outro, então é importante joga-los em ordem para pegar todos os detalhes os eventos passados para evitar spoilers, sendo o primeiro a se jogar o Sophie, depois Firis e por fim, Lydie&Suelle.

Embora não seja mandatório ter jogado os anteriores, o Mysterious trilogy precede a trilogia Dusk, trazendo personagens deste para essa nova região, faz sua cabeça explodir positivamente com as referências e surpresas que brotam do nada, muito louco.

Todos os 3 jogos trazem a possibilidade de selecionar a dificuldade das batalhas, dublagem entre japonês e inglês e configurações primordialmente relacionadas ao áudio em geral. Deixo o meu aviso; jogar no Hard é realmente um desafio bem acima da média a pontos elevados de frustração caso não esteja habituado à franquia.

AS CANÇÕES DOS HERÓIS.

Antes de eu começar a falar sobre o jogo em si, preciso fazer uma menção especial para a trilha sonora de todos os 3 jogos. Não é surpresa alguma que o departamento musical da Gust é maravilhoso, mas o trabalho realizado nessa trilogia é sublime, principalmente para as músicas cantadas, cujo qual são muitas. Os temas de batalha final são especialmente maravilhosos, é algo que é difícil definir em palavras.

Em Atelier Firis nós experimentamos uma aventura mais estilo mundo aberto!

Canções como Liela Xea, o tema da última luta de Atelier Sophie, é provavelmente a coisa mais incrível que eu já escutei na minha vida como jogador, e olha que passei por coisas como NieR, Final Fantasy 14, Persona 5, isso é simplesmente demais, a quantidade de energia, emoções e sentimentos que algo assim consegue ser transmitido para um ser humano é imensurável, parece até um exagero da minha parte, mas é a realidade.

Essa galera, Ryudai Abe, Daisuke Achiwa, Hayato Asano, Kazuki Yanagawa e Tatsuya Yano são de outro mundo. Daisuke Achiwa em especial é um monstro como artista, responsável por trilhas de Mana Khemia 1 e 2, um spin-off de Atelier para o PS2/ PSP.

Kudos para a saudosa “Pororoca“, tema de Atelier Firis que é maravilhoso também, assim com o nome que é no mínimo engraçado, hehe.

O LIVRO, A JORNADA E OS QUADROS MISTERIOSOS.

Atelier Sophie é o primeiro jogo que devemos jogar nessa trilogia. Ela conta a história de Sophie, uma jovem alquimista que busca aprimorar suas habilidades e seguir os passos de sua já falecida avó. Ao começar seus estudos, Sophie encontra um livro que parece tomar vida ao escrever sua primeira receita alquímica em suas páginas brancas, revelando-se o ponto de interesse em aprofundar-se nos mistérios que envolvem ele.

As batalhas são cheias de momentos épicos.

O enredo dos jogos são super lights, assumindo o papel da heroína, resolveremos uns probleminhas aqui e ali dos moradores locais de Kirchen Bell, ajudando nossos companheiros com diversas tarefas, tudo para que no fim, levemos Sophie a aprender mais sobre alquimia. Ao completar determinadas receitas, as memórias contidas no livro são libertadas, revelando mais profundamente o relacionamento dele com sua avó, uma alquimista de renome na região e o segredo obscuro por trás do mesmo, a parte que em que a trama começa a deslanchar de verdade e ficar mais séria.

Enquanto Atelier Firis tem um jeitão mais aventuroso que lembra muito Atelier Totori, até porque ele puxa pro lado do crescimento físico e pessoal da heroína, mostrando um lado super dependente de outras pessoas indo até o ponto em que nada segura essa garota mais, particularmente a Firis é a minha favorita entre as 4 heroínas da trilogia.

Atelier Lydie&Suelle é a conclusão da saga, talvez é o jogo com a trama mais “dark” dentre todos os games. É o primeiro jogo em que temos ao mesmo tempo duas personagens principais que participam diretamente na história de uma com a outra, e ambas alquimistas também. A conclusão da saga também carrega consigo a bagagem de tudo o que foi visto até agora, o ápice dos heróis e do caos no universo do jogo, complicado de explicar, mas acho que conseguiram compreender o que eu estou dizendo, certo?

E o melhor de tudo é que não precisamos nos preocupar com gestão de tempo dessa vez, assim como nos Atelieres modernos também.

Incrível como a Gust consegue ir melhorando o sistema de alquimia a cada jogo.

É possível tomarmos bastante tempo para coletar os itens nas dungeons, enfrentar as batalhas, fazer nossas criações de itens sem que haja um atropelamento de eventos como acontecia na trilogia de Arland.

Alguns consideram um charme da franquia, mas eu prefiro muito mais o jogo nesse molde mais tranquilo do que ficar preocupado com prazos. O negócio é que ainda temos prazos para certas coisas como side-quests que pegamos no bar, por exemplo, mas é algo perfeitamente executável caso esteja ao seu alcance, então não seremos punidos por passar algumas semanas criando bombas e remédios para nossas jornadas.

Embora não seja em todos os casos, haverá um pouco de gestão de tempo em Firis, mas absolutamente nada em Lydie&Suelle. A pegada dos outros dos jogos é bem parecida, mas no que compete o assunto de alquimia e criação de item e equipamentos, ambos tem suas particularidades especiais e únicas, diferenciando bastante um do outro, embora o “molde” dos três seja bem semelhantes.

AQUIMIA, ESPADAS E LOGISTICA.

Em todos os jogos da franquia, não limitando-se apenas em Sophie, nossas heroínas são poderosas criadoras de todos os tipos de artigos usando seu caldeirão especial. E é precisamente onde a mágica toda acontece; na criação de itens e coleções de receitas que achamos por aí a fora.

Quando saímos para passear fora da cidade, nos deparemos com áreas exploráveis nos arredores, e são nessas áreas que ficaremos boa parte do tempo explorando. As áreas geralmente são composta de duas ou três telas para se navegar e dentro de cada uma dessas áreas podemos coletar matérias primas que serão usadas para nossa alquimia posterior.

Coletamos de tudo nesses jogos, desde sementes no chão, troncos de árvores, pedras, rochas, folhas a orbes elementais que inimigos deixam ao derrota-los, e com esses itens em mãos podemos criar uma gama enorme de novos equipamentos caso tenhamos a receita apropriada para tal feitio. Essas receitas são obtidas de várias maneiras durante as explorações gerais e combates de modo geral.

Lydie e Suelle se unindo para destruir os inimigos.

Combates cujo qual são feitos em turnos, com posicionamento dos membros da equipe, golpes em área, sistema de time-card, burst, tudo aquilo que deixa as batalhas no mínimo eletrizantes, e, diga-se de passagem, embora a batalha de Atelier Sophie ser muito, mas muito boa mesmo, é a mais fraquinha entre os três jogos.

Tanta coisa é implementada, tantos pequenos detalhes que trazem um engajamento imenso com os incentivos audiovisuais, são simplesmente incríveis. Mantenho o que eu digo, Atelier é um jogo com uma dificuldade acima da média, então novamente repito que caso não saiba o que está fazendo, não jogue no modo Hard.

SHOULD I STAY OR SHOULD I GO?

Curtir os games no Nintendo Switch é especialmente legal, poder leva-lo para qualquer lugar e pegar uns levels, coletar uns itens, e voltar para casa para jogar na TV em algum momento importante do game é impagável. Embora as duas versões sejam bem parecidas, eu gosto muito mais da do Switch por este fato.

Atelier Mysterious Trilogy Deluxe Pack é uma pedida excelente para quem gosta de RPGs de turno, tem tudo o que um fã do gênero espera e muito mais. Eu gosto muito da série já faz muitos anos, mas parece que sempre quando há um lançamento novo a respeito, eu acabo me surpreendendo muito. Recomendo de fato, aliás, recomendo todos os pacotes de Atelier já lançados, todos muito bons e re-trabalhados, é RPG que não acaba mais.

Pros

  • Três excelentes RPGs da franquia Atelier em um pacote.
  • Todos os DLCs Inclusos para os 3 jogos.
  • Artbook digital para cada um deles também.
  • Trilha sonora absurdamente linda.
  • Sistema de alquimia e batalha são polidos e agradáveis.

Contras

  • A dificuldade do jogo pode afastar alguns.

Fábio Kraft
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