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25, fev 2022
“Cuphead – A Série” faz jus ao game?
9.5
Pensa em uma série divertida!

Cuphead - A Série é um deleite tanto para os fãs do jogo, quanto para aqueles que só querem uma animação descontraída e divertida para passar o tempo

Antes de iniciar essa matéria devo admitir que sou um enorme fã de Cuphead e já passei horas me aventurando pela Ilha Tinteiro. Adquiri o game tempos depois do seu lançamento em 2017 e simplesmente me apaixonei pelo mesmo e a sua temática, indo atrás de tudo que era possível fazer (até mesmo a tal da mileta no Xbox, isso depois de muito esforço). Desde então venho esperando a DLC, que finalmente será lançada em junho desse ano, mas enquanto ela não chega eis que a Netflix nos presenteia com nada menos que uma série inspirada no game, pois é!

“Cuphead – A Série” chegou ao streaming sem fazer muito furdûncio, tendo alguns trailer divulgados porém sem o mesmo alarme que outras produções do serviço, mas é claro que como um bom fã do game eu não iria perder a chance de ver Xicrinho e Caneco mais uma vez e, agora sim, em uma total homenagem aos clássicos desenhos dos anos 30. Porém será que essa parceira com o Studio MDHR rendeu uma boa série, fazendo jus ao jogo? Sem mais delongas, vamos descobrir!

Good day for a swell battle!

Você sabe que a série tem potêncial quando a sua abertura é daquelas impossíveis de pular, e Cuphead é um desses casos. Eu sei que é algo até que bobinho, mas a vinheta da série é simplesmente encantadora e já demonstra muito bem como os episódios serão, e devo admitir que pular a mesma é uma tarefa um tanto quanto complicada.

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Eita abertura viciante, ein!

Partindo agora para o enredo de Cuphead – A Série, temos aqui uma trama que não adapta os mesmos acontecimentos do game, mas se inspira neles e cria um novo enredo que, por sinal, é muito bem-vindo e extremamente divertido. A história central parte da premissa de Xicrinho acabar perdendo a sua alma para o Diabo em um parque de diversões, com o segundo indo incessantemente atrás do primeiro, mas sempre falhando miseravelmente.

Claro que essa trama nem sempre é abordada e boa parte dos episódios envolvem outros acontecimentos, e ouso dizer que essa foi uma ótima decisão. Com essa diversidade nos episódios, os mesmos trazem uma boa variação mas sem esquecer da sua base, que é justamente a rinha de Xicrinho contra o Diabo. Sendo doze episódios no total, apenas um ou outro não consegue ser tão empolgante, mas são exceções e não influenciam muito no ritmo da produção, já que todos os outros são extremamente divertidos e conseguem empolgar do início ao fim.

Uma adição muito boa à série de algo que não estava presente no game era personalidade para cada personagem. Pela proposta do jogo era simplesmente impossível adicionar características diversas a cada um (por mais que alguns até possuísem suas diferenças em relação aos outros), mas aqui cada um recebe personalidade própria e acabam sendo mais carismáticos do que nunca, mesmo que apareçam apenas em participações curtas. Falando ainda sobre os personagens, se tem um que sempre rouba a cena é o Diabo, que consegue a todo momento ser irônico e divertido.

Pois é, o Diabo sempre rouba a cena

O humor presente na série também é muito bom, com boa parte das piadas vindo nos momentos corretos e algumas possuindo até mesmo um certo tom “ácido” que faz toda a diferença e, vamos ser honestos, todo mundo adora, né! Tudo isso complementa muito bem o tipo de humor que havia no game, e foi algo excepcionalmente adaptado para as telinhas, fazendo com que o espectador solte boas risadas e rendendo bons momentos para toda a família (mesmo que a trama envolva o “mochila de criança”).

Se tem algo que assim como no game também é um deleite na série, posso afirmar que é toda a animação em si. Esse quesito foi um dos mais elogiado quando o mesmo foi lançado lá em 2017, por conta da sua escolha artística que se baseava em animações clássicas e, consequentemente, homenageava as mesmas. Agora com a série vemos isso ainda mais na prática, com ela possuindo um visual simplesmente encantador e que consegue trazer uma certa sensação de nostalgia para quem em algum momento já assistiu desenhos como Tom e Jerry ou Popeye.

A trilha sonora também é outro enorme destaque aqui e tenho certeza de que vai conquistar todo mundo. Em determinados momentos, quando personagens conhecidos aparecem, as temas dos mesmos tocam e, para quem jogou o game, é impossível não fazer a associação na hora. Todas as músicas foram muito bem trabalhadas, incluindo alguns momentos musicais excelentes e que fazem total sentido se levarmos em conta as próprias animações clássicas e como elas eram produzidas.

Aqui as personalidades sempre estão em evidência

E para os fãs do game, a série também possui inúmeras referências e easter-eggs que estão nos episódios para que sejam vistos ou descobertos. Seja em personagens ou itens que estavam presentes no jogo, isso adiciona e muito para a experiência dos jogadores e ao mesmo tempo não influencia em nada para quem nunca havia se aventurado no game e simplesmente decidiu assistir a série.

Veredito

Cuphead – A Série sem sombra de dúvidas é uma grande surpresa tanto para quem jogou o game quanto para aqueles que só querem uma boa e divertida animação. Com uma trama simples mas divertidíssima, visuais de cair o queixo, trilha sonora espetacular e vários outros pontos positivos, a parceria entre o Studio MDHR e a Netflix rendeu um excepcional fruto que vale a pena ser assistido, ainda mais por ser curto, com cada episódio possuindo uma média de quinze minutos. Mesmo que um ou outro episódio não empolgue tanto quanto o resto, a experiência ainda será divertidíssima e obrigatória para os fãs de Cuphead.

Até agora uma segunda temporada não foi anunciada, mas ao terminar a série fica claro que o streaming possui planos para novos episódios e, sendo bem sincero, tenho certeza de que um novo ano seria muito bem-vindo e aceito também. Cuphead – A Série já está disponível na Netflix.

Lucas Nunes
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