Análises

Destiny Connect: Tick-Tock Travelers – Análise

8
JRPG mais light
Não é uma experiência impecável mas tem sistema de batalha bem feito, músicas boas, personagens legais e carismáticos e uma estética maneira, principalmente nos menus. Fãs de um RPG com uma pegada mais light vão adorar.

Pensamento rápido aqui, eu não me recordo de ter jogado muitos RPGs totalmente protagonizados por crianças, crianças mesmo, na faixa dos 10-12 anos. Acho que o que eu lembro melhor é Undertale e Ni-No Kuni.

Digo isso porque até achei engraçadinho quando pude dar os primeiros passos desengonçados pela cidade, isso me trouxe um ar de paz de toda aquela gente parruda e destemina que temos na maioria dos casos. Claro, adianto aqui que a faixa etária dos personagens não condiz em nada com a qualidade da narrativa do game ou a dificuldade, mas confesso que ele quebra bastante o gelo nos diálogos ou na aparência das forças conflitantes também, acredito que vai agradar principalmente a galera que curte Yokai Watch, Ni-No Kuni e Pokémon num geral. Fui derrotado miseravelmente por inimigos que eu subestimei de primeira, então estejam avisados (boa coisa que o jogo pode ser salvado a qualquer instante, além de um sistema de auto-save. Ufa).

Estamos falando de Destiny Connect: Tick-Tock Travelers para o Nintendo Switch e PlayStation 4, desenvolvido e distribuído pela NIS Inc, digo logo de início que é uma excelente surpresa para os donos dos consoles, com uma apresentação gráfica muito bonita e charmosa, um gameplay super sólido e bem estruturado no melhor estilo “difícil de largar o controle”, temos mais um RPG de peso para curtirmos pra caramba. A versão deste análise é a do Nintendo Switch, então um ou outro detalhe pode acabar sofrendo alguma diferença mínima. Destiny Connect é um RPG de turnos tradicional muito competente que promete render muitos momentos memoráveis de entretenimento legítimo, comparável até mesmo aos grandes clássicos deste gênero.

O jogo segue modelos bem tradicionais de progressão, então você que já tem uma bagagem anterior com este gênero, a aventura vai ser bem mais leve de seguir. Tick-Tock Travelers possui muitos tutoriais, muitos mesmo, explica titi por titi cada mecânica que o jogo adotou, tutoriais que podem ser acessados a qualquer momento no menu principal, em Help, na hora que melhor convir para o jogador.

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Com isso dito, o progresso de evolução de todos seus personagens acontece ao acumular uma quantidade X de experiência para subir de nível, e junto aos atributos base deles como HP, ataque, defesa, etc., em um determinado nível que o jogador se encontrar, ele vai aprender uma skill nova, cujo qual poderá ser evoluída em até 5 vezes isoladamente, sendo o nível 5 o máximo de cada habilidade. A maioria dos inimigos tem forças e fraquezas elementais, então vai rolar bastante experimentação, mas o game fala se ele resiste ou se ele toma mais dano quando está mirando uma skill no alvo, evitando surpresas desagradáveis.

Os personagens humanoides poderão equipar variadas peças de equipamento, enquanto seu robô, Isaac, só poderá se tornar mais forte em troca de Gears, que são itens que os inimigos dropam que servem para ir liberando os atributos aos poucos, a medida que o level dele bate com algum requisito. Cada gear tem uma função específica para Isaac, sendo uma delas exclusiva para ele aprender uma habilidade que não é aprendida ao ganhar level. Isaac mais tarde no game poderá trocar de classe, e com a troca de classe, uma nova árvore de evolução correspondente é exibida para o jogador ir garimpando cada cantinho possível para deixar ele mais forte, porque se ele morre em combate, é game over na hora.

Tenho que salientar que achei digno o trabalho com o áudio em geral. Trilha sonora bem feita, música tema de batalha em especial é bem energética e empolgante, mas é uma pena que a cidade tenha uma música enjoativa, ela lembra a tela de abertura de The Sims 3, sem brincadeira, nunca vou conseguir desassociar com isso, jamais. Achei que faltou um pouco de dialogo falado nesse titulo, não incomoda, mas é um jogo que grita por um voice acting nele.

Você explorará a grande Clocknee, a cidade, com diversas regiões que vão podendo ser acessadas a medida que você progride na trama, e por entre elas, as dungeons, e até mesmo períodos do tempo diferentes dos mesmos lugares. Cada coisa que você faz no passado, vai refletir no futuro também, personagens vão agir diferente, monstros diferentes vão surgir se o gatilho correto for ativado, itens novos e por aí vai. É muito massa o backtracking, e muito melhor porque é possível fazer tudo via fast-travel também.

Nossa aventura começa na véspera da virada do milênio de 1999 na pacata cidade fictícia de Clocknee. Sherry, nossa heroína, e sua família tinham o objetivo de finalmente se reunir depois de um longo hiato de tempo que seu pai ficou fora à trabalho, porém o encontro acaba não acontecendo pois Papa (como ele é conhecido) não aparece ao re-encontro como esperado. Nisso, Sherry e sua mãe decidem ir sozinhas para observar os fogos que dariam início ao novo milênio, mas no último tocar do relógio, um poder misterioso paralisa todos na cidade, e em meio do desespero, Sherry se perde de sua mãe ao escapar de objetos inanimados que ganharam vida e estão tocando o terror por onde passam. Sem forças para fazer qualquer coisa a respeito, a menina retorna a sua casa onde ela acharia Isaac, o robô, em meio dos livros no escritório. Isaac é uma criação de seu pai designada para proteger sua filha de qualquer ameaça. Junto de Isaac, Sherry encontra seu amigo tímido e assustado de infância – Pegreo, e partem juntos para salvar Clocknee desta ameaça.

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Destiny Connect é um jogo graficamente bem bonito, gosto como os modelos dos personagens são redondinhos e ajeitadinhos, há bastante movimento nos pequenos detalhes das roupas e nas diversas expressões (tanto inimigos durante seus exagerados movimentos, quanto aos aliados em si) enquanto são expostos a alguma situação como surpresa, usando uma skill, comemorando uma vitória, etc. A personagem principal também tem a sua disposição um guarda-roupa cheio de possibilidades de vestimentas para renovar o visual, isso é, se você estiver disposto a coletar os itens necessários que são cruelmente escondidos no game. Os locais no qual podemos caminhar também merecem um destaque especial, parece que pouca coisa passa batido quando estamos explorando por aí. A cidade de Clocknee é repleta de pequenos segredinhos e quando são aliados a um bom gosto artístico com o design em geral, tudo acaba se tornando melhor. Quando for jogar, experimente girar a câmera bem rápido para observar um efeito super maneiro de luz que os postes e janelas fazem, curti muito.

Não fui capaz de perceber quedas de frame rate durante minha jogatina, mesmo fora da doca, a experiência continuou quase idêntica, tendo apenas uma sensação de blur mais intenso na telinha pequena, mas fora isso, o jogo rodou 100% até o presente momento.

Por fim, fãs de um RPG com uma pegada mais light vão adorar, fãs dos jogos que eu mencionei no início da análise também vão se divertir pra caramba. Não é uma experiência impecável, mas também está bem longe de ser um jogo ruim também. Tem tudo o que me deixa feliz num jogo; sistema de batalha bom, música boa, personagens legais e carismáticos e uma estética maneira, principalmente nos menus.

Pontos Positivos

  • Sistema de batalha em turnos competente, simples porém rico em diversificação
  • A inocência dos personagens e leveza da história
  • A cidade principal do game é de criar-se um apego pelo carisma interno
  • Excelente sistema de evolução de personagem

Pontos Negativos

  • As vezes o dialogo acaba ficando meio bobo demais
  • Se Isaac morre, dá gameover na hora sem a possibilidade de reviver ele
  • Viagem no tempo tinha que ser mais bem explorada
  • A câmera do jogo é meio desorientadora as vezes

Fábio Kraft
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