Análises

ActRaiser: Renaissance

9.5
Tem mesmo que jogar um raio desses nas casas?

ActRaiser é uma obra muito particular e especial e que todo mundo que gosta de RPG deveria experimentar.

Eu acho que uma das melhores sensações que temos ao experimentar algo verdadeiramente bom acaba sendo indescritível em toda sua plenitude, e o jogo que irei comentar hoje está num patamar desses (algo parecido com tudo o que eu tenho jogado ultimamente, e o pessoal ainda falando que a era de ouro dos jogos era no 16 bit).

Uma verdadeira surpresa pra mim tendo em vista que eu já conhecia o jogo por esbarrar com ele ao longo dos anos já que o mesmo foi lançado originalmente para o Super Nintendo, porém me ocorreu que eu nunca dei muita importância pra ele na época, talvez pelo fator complexidade do mesmo ou até por questões de estética e premissa.

Essa é a primeira “fase” do jogo, como sempre é uma floresta.

Mas cá estamos, agraciados novamente por mais um remake excelente de um jogo muito bom de verdade: ActRiser: Renaissance, lançado para o Nintendo Switch, PC, PlayStation 4 e Android e desenvolvido pelo estúdio Sonic Powered e a Square-Enix.

E galera, que jogo bom, departamento artístico de primeiríssima. Me envolvia tanto nos momentos de enredo, de batalha, por todos os fatores que compuseram essa obra, é demais.

Essa parte de simulação fará muitos jogadores questionarem suas decisões.

ActRiser é um jogo com elementos de vários gêneros juntos, mas que casaram super bem. Ele é parte action RPG, plataforma, RTS e Tower Defense, tudo em um embrulho bem bonito, polido e gostoso de jogar.

Com um pouco mais de 20 horas de duração, esse jogo vai te prender fortemente do início ao fim. Os personagens principais são super bem construídos, bonitos e envolventes.

Os ambientes são maravilhosos, com um jeitão de “feito a mão” que é bem característico da arte adotada na produção, e como estaremos constantemente acompanhando o desenvolvimento e aprimoramento das cidades, será sempre interessante ver como ficarão as construções das casas e assentamentos conforme evoluímos as regiões no jogo.

Chefes que mais parecem terem sido tirados de Castlevania.

Em ActRiser assumimos o controle de dois personagens cujo quais realizamos a maioria das ações no game.

Em primeiro lugar o anjo, o enviado do reino da luz que voará pelos assentamentos protegendo, guiando, coletando recursos que os aldeões produzem e construindo a civilização em uma determinada região (É engraçado falar de “proteger” porque estamos constantemente tacando raio em tudo para os pobres residentes reconstruirem algo melhor no lugar, dá uma pena!).

O controle do anjo é cheio de mecânicas que são bem tranquilas de assimilar, mas a galera tem que prestar bem atenção nos tutoriais in-game para não ficar viajando na maionese quando o pau comer nas invasões de monstros. Então vamos sobrevoar os mapas com ele, atirando flechas nos inimigos que vem pelo ar para destruir os assentamentos, e, nas missões de se defender, iremos auxiliar os campeões com ataques de magias elementais num estilo tower defense.

Nosso herói vai até o Egito!

Toda vez que iniciamos em uma região ou completamos alguns requisitos, conseguimos habilitar estágios para jogar com o campeão da luz, o herói que você nomeia no início do game. A aventura com ele é um side-scroller 2D em dungeons com gráficos tridimensionais.

As dungeons geralmente tem algumas rotas para se seguir que vão culminar no final com um boss aguardando. Os caminhos diferentes que a gente toma nas dungeons servem para coletar alguns aumentos de atributos e outros colecionáveis, o que gera um replay bem maneiro para quando se está subindo níveis.

Nosso herói ataca com espadas e magias que ele vai aprendendo ao longo do desenrolar da história. O jogo é, de modo geral, agraciado com uma dificuldade moderada nos combates, o que pode acabar demandando um pouco de treino com as esquivas e combos que podem ser executados. Eu achei muito bom, até porque o combate é rico e tem diversas sub-missões para se fazer, muito massa.

O povo está nas suas mãos.

Como mencionei anteriormente, o jogo tem uma grande parcela jogada em tower defense, desenvolvimento dos heróis e posicionamento de artilharia nos assentamentos, e eu vou dizer mais, eu absolutamente não gosto de jogos nesse estilo, não me atrai mesmo, mas em ActRaiser: Renaissance é muito louco, acontece coisas incríveis nas batalhas, reviravoltas empolgantes e todo aquele “encontro consigo mesmo” dos personagens dão um tchan maneiro no que compete esses cenários.

As batalhas de tower defense são brutalmente dificeis e você vai morrer muitas vezes, mas a persistência é o canal e quando conseguir superar, vai ser muito gratificante.

ActRaiser é um jogo que tem um enredo muito bem escrito e orquestrado por uma trilha sonora melhor ainda. Acompanhar os eventos do jogo e o desenrolar dele é complicado até de pôr em palavras, só experimentando mesmo para saber. Me diverti muito com a campanha normal, com o extra no final do jogo e o final verdadeiro, pra mim é uma experiência bem ímpar e não tem absolutamente nada parecido até onde eu conheça.

Fábio Kraft
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