Análises

Disgaea 6: Defiance of Destiny

7.5
Você consegue contar quantos zeros tem nesse dano?

Disgaea agora chega a novos limites da loucura. Isso é bom? Ruim? Vamos descobrir.

Disgaea 6: Defiance of Destiny é a mais nova instalação da famosa e exagerada franquia de S-RPG da NIS, a versão do Nintendo Switch (também disponível para o PS4/ PS5) é a qual esta análise se baseia graças ao código cedido a nós da vgBR.

Desenvolvido pela Nippon Ichi e distribuído pela NIS America, esse jogo traz várias mudanças controversas para a série que poderá agradar um certo grupo de jogadores e, infelizmente, afastar outros.

Vamos seguir a linha desta análise para que as coisas fiquem um pouco mais claras a partir de agora.

NETHERWORLD EM REFORMAS

Começando pelo começo, Disgea 6 ficou totalmente tridimensional agora, a era dos sprites parece que chegou ao fim, o que particularmente pra mim não é algo muito bem-vindo não.

Uma das vantagens dos gráficos 3D fica nos ataques especiais!

Apesar de tudo, os modelos dos personagens são bem bonitinhos e animados (E nada além disso), sem dúvidas, mas por algum motivo que não consigo entender é porque a navegação in-game do jogo fica severamente prejudicada por deixarmos ele com prioridade para os gráficos ao invés de desempenho, mesmo jogando no PlayStation 5, a queda de quadros durante as caminhadas e batalhas são muito grandes.

Digo isso porque embora tudo seja “bonitinho”, tecnicamente são muito inferiores aos gráficos de jogos da atualidade, não tinha razão para ser capado desse jeito. Enfim.

Isso felizmente não ocorre quando deixamos tudo para prioridade de performance, que por sua vez conseguimos jogar em 60 FPS constantes, ufa.

MAS, HEIN?

Essa é exatamente a expressão que fiz para toda e qualquer adição nova que esse jogo teve, e digo que são muitas coisas novas nesse título, ok? Vou tentar ser breve para os pontos positivos e negativos que irão interessar principalmente os fãs da série como eu.

Primeira coisa que eu achei bem estranha foram os super status no início do jogo, achei que seria algo de primeiros capítulos, mas não, é assim mesmo que funciona no Disgaea 6.

Exemplificando, no level 1, todos nossos personagens estão com cerca de 20,000 ~ 40,000 nos atributos base, como ataque, defesa e tudo mais, causando quase 100,000 de dano no primeiro mapa do jogo caso combinemos os esforços.

Como sempre Disgaea nunca é levado a sério, ainda bem.

Pode acabar parecendo um exagero, mas que é bem estranho isso é, eu honestamente não consigo ver o progresso da mesma maneira que eu via anteriormente com os personagens durante o curso normal do jogo, tudo parece meio que um post-game.

Antes fosse só a questão dos números nos atributos, mas tudo é muito exagerado, me lembra muito aqueles jogos de AFK (away from keyboard, “longe do jogo) que tem para celular onde você simplesmente deixa o jogo jogando por você enquanto você está escrevendo uma análise…

E é exatamente isso que está acontecendo comigo nesse exato momento; estou grindando sem esforços para vencer um mapa pós game ter que ao menos ter o trabalho de navegar nos menus. Já já comento mais sobre esse novo recurso.

Exagero? Imagina.

Ainda na linha do que há de novo são novas lojinhas que permitam facilitar a melhoria dos seus personagens acumulando experiência de combate, mana, atributos, para que quando usemos o re-incarnation, que deixa nosso boneco no level 1 de novo, ele venha com status tunados, tornando-o mais forte a cada término de ciclo de reencarnação.

O tal do Juice Shop e o próprio Quest Shop são adições com um sentimento de overwhelming tão grande que é complicado dar atenção a cada linha de texto com tudo o que envolve essa mecânica de exageros.

Mas nem tudo é ruim, é bem feito mesmo os negócios, mas não me agrada muito particularmente.

Cresci com Diseaga sem meio ponderado até, mas os jogos de hoje em dia tem essa tendência meio AFK “dane-se”, pelo o que eu pude notar.

Eu me diverti muito mais com o post game do que com o modo história do game. Parecia que fazia mais sentido quando nos ausentávamos da busca pela normalidade.

Algumas das classes do jogo já são clássicas da série.

O jogo pode ser zerado bem rapidamente mesmo, já que tudo o que você precisa fazer é chegar em um capitulo que tenha uma batalha relativamente fácil, apertar o botão “menos” e o botão “mais” no Switch e deixar eles lutando sozinho em auto-battle.

Da noite para o dia, seus personagens estarão level 2000+ que resultarão no extermínio de tudo e todos que venham no seu caminho. (Falando nisso, meu Zed acabou de chegar no 9999 pela oitava vez já, nesse exato momento)

OK, E O RESTO TODO?

Disgaea ainda se mantém como Disgaea no final das contas. Temos um riquíssimo Item World, os Innocents, farmar status, roubar equipamentos, Dark Assembly, piratas, tudo o que tem de bom na série também tem nesse jogo para a alegria de todos nós.

Parece que há bem menos sub-classes que os jogos anteriores, mas acabam compensando pela versatilização das mesmas, além das classes de monstros também presentes.

Vi que um pessoal reclamou bastante disso, mas eu acredito que uma coisa acaba compensando a outra, mais do que acabar mudando um pouco os status e a corzinha dos personagens.

Claro, além da trama que é bem legal também, conclui de maneira bem satisfatória e os personagens são super carismáticos, tendo um ar bem menos tenso que o 5 que era depressão pura na maioria do tempo.

Kudos especiais para a trilha sonora que é bem competente também; a música do mapa é bem gostosinha de escutar enquanto se navega por ela, Tenpei Sato manda bem pra caramba desde sempre, sou fã boy do cara mesmo.

Me diverti bastante explorando os mapas extras, peguei bastante conteúdo do jogo e consegui digerir bem a proposta. Tive acesso as DLCs que foram lançadas até agora e fiquei bem satisfeito com o conteúdo das mesmas, os mapas e o retorno de personagens icônicos da série (agora remodelados) deu para esboçar um sorriso honesto.

Disgaea 6 é um jogo moderninho agora, eu honestamente espero que a série volte a ser menos explosiva assim, mas se a tendência for essa, o negócio é respirar fundo e aceitar os novos ventos.

VEREDITO, AYE ou NAY?

Pode não ser meu Disgaea favorito, mas eu não acho que seja um jogo ruim num geral. Temos que nos acostumar com coisas meio estranhas o tempo todo, mas acho que em um geral, as coisas boas acabam se sobressaindo mais do que as ruins, o que torna minha análise tudo mais difícil.

Fraca a mulher.

Os pontos positivos são que o jogo é polidinho, a história é ótima, o conteúdo extra é bem rico e legal, gosto bastante das músicas e dos personagens – É Disgaea, é uma relação estranha de amor que a gente acaba tendo com jogos assim.

Os pontos negativos são basicamente os exageros numéricos dos status, a facilitação da preguiça para grindar coisas com o Auto Battle e o Auto Repeat que tiram muito o foco real do game pra mim, que é bem, jogar.

Outras coisas que eu não gostei foram a quantidade exorbitante de coisas que você pode fazer logo na primeira hora do jogo, apesar de serem introduzidas sequencialmente, devagarinho, as coisas que liberam tem simplesmente tarefas excessivas de cara. Você não tem uma quest ou outra para resolver, são 70 num tapa só, entende?

Mas, rendeu boas horas de jogo pra mim, curti até o fim, aproveitei bastante apesar de reclamar disso e aquilo, por tanto meu veredito é AYE sim, é um jogo bem bom no final das contas. 35 horinhas para zerar a campanha e mais umas 50 para concluir os outros mapas, coisa que é muito agilizada pelo fato dos fatores de facilitação como o auto-battle e tal.

Pros

Os modelos em 3D dos personagens são bonitinhos.

É um Disgaea super otimizado e com uma interface excelente.

Enredo e personagens continuam sendo ótimos.

Contras

Os status exagerados incomodam muito.

É possível zerar o jogo sem se quer tocar nos controles devido ao auto-battle.

Trilha sonora é a mais fraquinha da série.

Fábio Kraft
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