Análises

The Cruel King and the Great Hero

10
Sai da frente que lá vem a "guarda-chuvada"!

Evil King and the Great Hero é certamente uma das melhores experiências recentes em termos de RPG e storytelling. É uma aventura bem única moldada nos estilos mais clássicos do gênero.

Mais um jogo incrível da NIS que está bem distante de Disgaea que foi distribuído pela mesma, para nossa coleção de jogos de RPG excelentes mais uma vez.

Dessa vez eu irei escrever sobre The Evil King and the Great Hero, um RPG de turnos tradicional lançado para o PlayStation 4, PlayStation 5 e Nintendo Switch. A versão do Nintendo Switch é a qual esse review se baseia. Então vamos lá!

Dá para ter uma ideia do tom do jogo por essa arte incrível.

Este é um jogo bonitinho, especialmente fofo mesmo, super infantil e super bem feito também. A primeira coisa que chama a atenção é o estilo de arte adotado neste projeto, um estilo totalmente feito à mão, desde os personagens aos cenários. A maneira que a trama é contada (as cenas importantes, claro) é como uma história contada para crianças antes de dormir, com alguém dublando a voz dos personagens enquanto mistura com uma narração dos acontecimento, com um jeitinho bem silencioso, algo como uma história de ninar? Achei muito fofo, haha!

É importante enfatizar que o jogo é totalmente dublado em japonês e com textos em inglês. Algo que pra mim realmente não me incomoda, mas algumas pessoas podem virar um pouco o nariz por algum motivo. Os textos são bem agradáveis de ler porque a trama é conduzida de uma maneira muito especial, é tudo muito cheio de pequenos agrados gramaticais que são difíceis de explicar, apesar de alguns momentos serem super melancólicos, o jogo se sobressai com maestria nessa maneira de segurar o jogador pelas mãos ao atravessarmos os capítulos sem que fiquemos desanimados nem que seja por alguns instantes.

Sistema de batalha simples e funcional, com certeza terás bastante diversão!

Mas sobre o que o jogo trata exatamente? Sem dar muitos spoilers e sendo bem seco (Já que o jogo é infelizmente curtinho), nossa heroína mirim, Yuu, é uma garotinha órfã que foi adotada por um grande dragão negro cujo qual ela o trata como pai. O dragão a protege, cuida cada mísero passo que ela dá, incentivando o treino diário para ela se tornar uma verdadeira heroína como foi seu falecido pai biológico, que perdeu sua vida em combate contra o rei demônio. Mas a aventura dela guarda um terrível destino que em um momento virá à tona, que será concluir o que seu pai não conseguiu no passado.

Mas, melancolia e tristeza à parte, a jornada de Yuu é bem legal e tranquila, cheia de personalidades fofinhas que irão acompanhar ou ajudar ela durante o percurso todo. E o jogo gira em torno disso mesmo, de relacionamentos, de você ajudar os moradores locais a resolver pequenos e grandes problemas, desenvolvendo assim seu elo com eles e destravando mais intimidade com os pedidos que são feitos, culminando numa conclusão bem legal e acolhedora no final de cada uma dessas linhas de side-quests que a gente aceita por aí a fora.

Um passeio pela floresta.

Os residentes são todos animais antropomórficos, bichos que andam como seres humanos, e por serem bem diferentes uns dos outros a gente acaba se apegando a cada um deles de uma maneira especial. Tem lobos, ovelhas, lagartos, guaxinins, tem de tudo. É uma pena que a maioria das side-quests sejam de ir em um determinado lugar e catar um item, então rola muito backtracking, mas isso realmente não me incomodou porque o sistema de fast-travel funciona bem pra caramba, não deixando o processo meio chato, apesar de que em alguns casos acaba ficando um tanto repetitivo.

Fazer as quests opcionais são incentivos para coletar equipamentos, acessórios e habilitar um recurso que achei muito maneiro nesse jogo, que é uma galeria de arte de conceitos que são habilitadas ao concluir essas missões. Cada uma dessas peças custa um valor de um item que só é obtido através destes, então é um jeito bem legal de ir mantendo registro do que foi feito e o quanto falta para concluir o game.

Uma grande amizade.

Além disso, juntamente atrelado, tem as conquistas em forma de medalhas que vamos alcançando quando concluímos um objetivo determinado, como gastar 20,000 de dinheiro nas lojas, fazer 100 batalhas com um membro X da equipe ou concluir uma sequência de quests de um determinado residente. Não vamos esquecer do bestiário também! Rico, informativo, valoriza e muito a riqueza de informações do jogo, fora que é massa pra caramba perder mó cota lendo coisas que não estão presentes durante o gameplay diretamente.

Tudo isso no vibrante menu do game que é composto por textos claros, ícones para cada tipo de categoria de item e equipamento, um acompanhador de item novo (ou entrada no bestiário), um verdadeiro colírio para os olhos. A tela de título e até mesmo o menu para salvar e carregar o jogo é diferentão e agradável.

A respeito do gameplay em si, como mencionei anteriormente, é um RPG de turnos tradicional. Atacamos, defendemos, usamos habilidades que aprendemos ao subir de nível, algo bem clássico! Nossa equipe sempre será composta da Yuu e de mais um amigo, e cada um desses amigos realizará ações especiais nas dungeons para coletar itens que nossa heroína não consegue alcançar. Uma dica que eu dou é tirar screenshots desses lugares para não se perder posteriormente.

Não se preocupe, dá para colocar legendas em inglês!

Há muitas opções para se escolher durante as batalhas e muitas delas deverão ser bem pensadas. Aumentar resistências elementais, usar equipamentos corretos para não cometer grandes deslizes e ter um bom estoque de itens é mandatório. Não deixe o aspecto simples do jogo te amolecer nas lutas, porque amigo, tem umas que são brutalmente cruéis. As batalhas comuns costumam ser mais difíceis que os chefes, já que você pode encontrar grupos com 4~5 inimigos poderosos ao mesmo tempo.

As dungeons são todas side-scrolling com mapas bem acessíveis e tranquilos de se navegar. Ícones de itens, de ações especiais e quests ficam bem claras para gerenciarmos tudo com muita facilidade. E, falando de dungeons, a cada sala que entramos o jogo salvará automaticamente, o que é bom porque tem áreas que somos surpreendidos por inimigos bem fortes que nos derrotarão sem muitos esforços, experiência própria.

Com muita coisa para se fazer, o jogo brilha mesmo no capítulo final do game, onde podemos ir para qualquer lugar com qualquer membro da equipe, para coletar os equipamentos finais, concluir as quests e explorar o que falta, é muito louco que todo nosso progresso nós conseguimos perceber um crescimento de personalidade muito forte de todos os membros da equipe, principalmente a Yuu, que começa o jogo bem dependente de tudo e todos, e depois se torna um ícone de esperança para a galera. Adoro isso! Somados ao belíssimo final da trama, as side-quests são complementos essenciais também, é praticamente um crime jogar o jogo sem concluir essas missões secundárias já que elas fazem tanto quanto a campanha principal do game.

Eu recomendo muito, eu zerei o jogo em 25 horas fazendo tudo, é curtinho mas é um jogo muito completo, vai cativar, vai fazer chorar, vai fazer sorrir, é uma viagem bem gostosa e de um bom gosto sem igual. Donos do Switch realmente precisam ter mais esse grande título em sua coleção.

Fábio Kraft
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