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Yakuza Kiwami 2 – Análise

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Um dos melhores jogos da geração
Mesmo para quem já jogou o original, as novidades são tantas que vale investir novamente. É a melhor série de jogos da Sega na atualidade e com certeza você irá querer encarnar o Dragão de Dojima nessa aventura fantástica pelo Japão moderno.

Em um certo momento, ao andar pelas ruas estreitas de Sotenbori, me peguei com o seguinte pensamento: “Incrível poder estar jogando esse jogo totalmente em inglês…”. Não somente pelo fato de Kiwami 2 ser um jogo excelente, mas pode ter vivenciado o ressurgimento da série no ocidente após o maravilhoso Yakuza 0.

Depois dele tivemos Yakuza: Kiwami, que é um remake do primeiro jogo da série, e ainda esse ano foi lançado Yakuza 6: Song of Life, que trouxe a série para um novo e robusto motor gráfico simplesmente chamado de Dragon Engine.

Para efeitos de curiosidade, Kiwami significa “extremo” em japonês e Yakuza: Kiwami 2 é um jogo que leva a sério esse termo.

O RUGIDO DO DRAGÃO

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Desde o começo, a série Yakuza sempre teve como ponto mais forte a história e aqui damos sequência aos eventos do primeiro jogo. Antes de mais nada gostaria de ressaltar que, por mais que cada título tenha um arco de história independente, você vai conseguir mergulhar no universo da série caso tenha jogado seguindo uma sequência cronológica.

Portanto é muito recomendado que você jogue Yakuza 0 e Yakuza: Kiwami antes de ir para Kiwami 2. Caso queira mesmo começar por aqui, não tem problema pois logo no começo o nosso herói Kazuma Kiryu vai até um cemitério junto de Haruka para rezar por pessoas que partiram deste para o outro mundo em 0 e Kiwami, dando início a uma série de eventos de lembrança.

Esses eventos dão um panorama geral do que aconteceu a 1 ano em Kamurocho e é bem breve, no fim acaba que nada supera ter realmente “vivido” aquilo tudo. Após o término desses acontecimentos a grande saga de Kiwami 2 começa ali mesmo, com a morte inesperada de um dos membros principais do clã Tojo que juntamente da aliança Omi, divide o Japão entre o oeste e o leste.

Mesmo contra sua vontade, Kiryu é obrigado a tentar formar um pacto de paz entre os clãs, mas as coisas acabam não saindo como planejado e o filho do patriarca da aliança Omi, Ryuji Goda, quer de qualquer maneira criar uma guerra e causar o caos. Nessas idas e vindas, Kazuma conhece a policial Kaoru que acaba se tornando mais uma peça chave neste drama da máfia japonesa.

O arco principal é fantástico e pra mim só perde para o Yakuza 6: Song of Life em matéria de impacto emocional. Os personagens são incríveis, tanto os vilões quanto os protagonistas. Simplesmente ninguém é mal aproveitado e todos tem um papel crucial. Se o jogador seguir somente a história e ignorar as hilárias side-stories do jogo, dá para terminar em umas 20 horas, sendo bem mais curto que 0 e o Yakuza 6.

Apesar de parecer um ponto negativo, o fato de ele ter um ritmo mais rápido acaba ajudando a prender o jogador e se ainda tiver vontade de se aventurar mesmo após os créditos rolarem, Yakuza: Kiwami 2 tem conteúdo de sobra.

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KAMUROCHO & SOTENBORI

O distrito de Kamurocho não é o único que local que iremos visitar em Kiwami 2. Logo nos primeiros episódios vamos com Daigo Dojima para Sotenbori, um distrito da cidade de Osaka, onde grande parte do arco de Majima Goro acontece em Yakuza 0.

São duas cidades completamente distintas, com atividades únicas e muitas side-stories para desbravar. Ao andar por elas, Kiryu será abordado pelos personagens mais loucos que poderá imaginar e logicamente acabar tendo que lutar contra uma série de gangues, passando por Yakuzas até bandidos da pior espécie.

Lutar está mais divertido do que nunca, nessa nova engine os movimentos reagem melhor com a física aplicada e as situações ficam bem imprevisíveis, desde levar os inimigos até uma loja de conveniência quebrando tudo que vê pela frente ou mesmo atrair eles até a beira de uma das pontes de Sotenbori e arremessá-los no rio.

Raramente eu fugia das lutas em Kiwami 2, sempre tinha alguma coisa legal para explorar nesse sistema de combate e por conta disso recomendo jogar no Hard pois no Normal os inimigos morrem muito facilmente, prejudicando a diversão. Mais recomendado ainda por culpa dos chefes que são incríveis e as lutas farão o teu sangue ferver!

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Não seria Yakuza se os mini-games mais bizarros não dessem o ar de sua graça. Prepare-se para disputar “lutas” no Piss Battles (essa eu deixo pra vocês deduzirem), bater fotos de modelos, jogar mah-jong sem entender bulhufas, arremessar dardos, jogar golfe, ir nos arcades tirar uns “contras” em Virtua Fighter 2 e Virtual-On, ser gerente de um cabaré, soltar a voz no karaokê e a lista só aumenta.

Yakuza 2: Kiwami é diversão pura e como pôde ter percebido até agora, ele tem conteúdo demais, você pode levar até 100 horas para conseguir o troféu de platina.

AO EXTREMO

Dá para dizer que agora a Sega conseguiu otimizar bem sua nova engine, em Yakuza 6 tínhamos um belo jogo, que rodava consideravelmente suave até no PlayStation 4 normal, mas ainda pecava um pouco em detalhes como resolução e anti-aliasing.

Kiwami 2 é um jogo lindo, as cidades fascinam com suas luzes fortes durante à noite e mesmo de dia os detalhes enchem os olhos. Perdi as contas de quantas vezes ficava parado observando as lojinhas por dentro ou mesmo “vendo” o movimento, a sensação de realmente estar naquele lugar é indescritível, ainda bem que foi possível ver esse salto gráfico nessa geração.

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Nas cenas de animação a coisa fica ainda melhor, os personagens são bem feitos demais e as sequências de ação são muito bem coreografadas, somado a uma performance de dublagem que é fora de série, mesmo em japonês podemos sentir a emoção das falas.

As músicas são basicamente remixes do Yakuza 2 original, com algumas faixas re-utilizadas do 6 e num geral achei a trilha mais fraquinha, ainda mais se comparado ao Yakuza 0.

COMO UM DRAGÃO

Sem sombra de dúvidas um dos melhores jogos da geração. Sei que parece complicado afirmar isso a cada versão de Yakuza, mas o estúdio tem se superado. Para quem é fã, compra garantida e mesmo para os que já jogaram o original, as novidades são tantas que compensam investir nele novamente.

Quem não jogou, agora é a chance. Mesmo recomendando seguir a ordem cronológica, a dica é dar uma chance para Yakuza. É a melhor série de jogos que a Sega já fez na minha opinião e com certeza absoluta você irá querer encarnar o Dragão de Dojima nessa aventura fantástica pelo Japão moderno.

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Pros

  • História incrível, sem enrolações
  • Conteúdo de sobra
  • Combate muito divertido, com possibilidades infinitas

Contras

  • Poderia ter mais músicas
David Signorelli

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