Galera, digo e repito: é impossível errar com Ys. Essa série é composta apenas de jogos de altíssima qualidade, e apesar do que eu havia escutado, que o game teria sim um ar muito mais pesado, dark, sinistro, acabou sendo que até teve apenas como temática estética na minha opinião, pois essencialmente o jogo é energético, animador, com personagens cativantes, uma trilha sonora explosivamente boa e um enredo muito bem construído.
Para quem está nos vendo novamente falar sobre Ys 9, essa é a análise do game lançado para o Nintendo Switch, e com um toque dos meus comentários particulares sobre ele. A versão mais completa da análise do PlayStation 4/5 pode ser conferida aqui também no vgBR trazido pelo David.
Ys IX: Monstrum Nox, gente. Que montanha russa de emoções que esse jogo é, vou te contar.
Eu sou um amante fervoroso da série desde muitos anos, mas eu não me canso de impressionar com o que a equipe da Nihon Falcom consegue fazer com cada instalação lançada dessa série.
Tanto Ys quanto The Legend of Heroes são jogos incríveis que todos deveriam dar um jeito de começar a joga-los o quanto antes (cujo qual TODOS os jogos da série estão disponíveis na Steam!)
Após ter finalizado o Ys VIII: Lacrimosa of Dana, não imaginei mesmo que poderiam melhorar o que já era tão bom, mas cá estou, novamente impressionado com o avanço considerável que o game teve. Ys IX é muito mais a respeito de exploração agora, de utilizar as habilidades dos seus companheiros para navegar pela imensa cidade de Balduq e outras localidades, explorar verticalmente os locais, obter os vários colecionáveis e extras espalhados por aí a fora e tudo aquilo que faz um jogo bem completo.
A versão do Nintendo Switch é muito competente sim, vi uma galera reclamando da resolução e das quedas bruscas das taxas de quadros, mas a maioria da aventura pode ser curtida sem qualquer tipo de interrupção por esse tipo de coisa, e quando ocorre, é quando tem muita coisa ao mesmo tempo na tela, centenas de inimigos e golpes sendo executados ao mesmo tempo, mas ao ponto de apontar isso como um problema é exagero demais.
A respeito do drawing distance enquanto estamos muito alto é realmente perceptível quando comparamos com a versão do PlayStation 4, claro, mas eu acho consideravelmente bonito dada as limitações do console num geral, já que estar em uma região alta para explorar é feita com uma certa frequência.
Questões técnicas nunca me atrapalharam, e tenho certeza que não vão atrapalhar vocês, principalmente para a galera que já jogou o Lacrimosa of Dana no console híbrido da Nintendo.
Mas, vamos comentar alguns pontos positivos e negativos sobre os aspectos-chave desta versão:
GRÁFICOS:
Tecnicamente Ys IX é um game muito pensado, bem construído, personagens são super detalhados nas feições, nas muitas cores e roupas que podem ser obtidas, animados com fluência durante as cut-scenes, assim como os cenários que são bem harmoniosos em detalhes e coerência no design das fases. Nada parece que está fora do lugar nesse jogo.
Tudo roda em 30fps constantes com momentos em que há uma oscilação pra cima e raramente para baixo.
Acho particularmente sensacional o design da cidade principal do game, aquela sensação de imensidão que parece que nunca vamos nos achar dentro dela, e que depois de um tempo, passamos a nem olhar mais o mapa para nos localizar ali dentro.
Eu achei que não teria muita variedade de dungeons, ambientes e biomas quando comecei a jogar, mas é realmente bem diversificado. Temos nossa cota de cavernas e tuneis, mas também desfrutaremos de grandes espaços abertos como planícies, montanhas, florestas, para quebrar essa claustrofobia toda que os primeiros capítulos do game trás.
SOM E MÚSICA:
Esse sim é o departamento artístico que a Falcom manda muito bem. Acho que não tem uma música na trilha sonora toda que é minimamente ruim. De verdade, a energia que as músicas carregam por toda a série Ys num geral é entusiasmante demais.
Ys IX tem bons exemplos de músicas como Crossing A/A, Norse Winds e Cloaca Maxima que gritam energia aos quatro ventos; impossível não se empolgar tocando isso de fundo, fenomenal de fato.
Além da estupenda trilha sonora, vou parabenizar o trabalho dos dubladores também. Confesso que joguei ele todo em inglês e acabei não escutando as vozes em japonês, mas eu acredito que sejam igualmente boas.
O pessoal é capaz de transmitir as emoções das situações e personagens como se estivessem vivos, algo que é muito comum desde sempre com os dubladores japoneses, mas recentemente vistos nesta qualidade entre os norte-americanos, top demais.
JOGABILIDADE E GAMEPLAY:
Ys IX: Monstrum é um action-RPG rápido, dinâmico, eletrizante e com poucos momentos de “paz verdadeira”. O jogador sempre estará realizando alguma tarefa dentro do jogo, seja ela uma quest principal, uma das várias side-quests disponíveis, explorando algum canto, tentando fazer 100% de alguma dungeon. É quase impossível que o sentimento de “tédio” ou de lentidão estejam presentes neste título, assim como nos demais Ys como um todo.
Controlamos nosso herói, Adol, e seus companheiros. Cada um dos seus amigos possui uma habilidade que aumentará o escopo da exploração dos locais, habilidades que estão entre escalar paredes, planar, quebrar paredes mais frágeis e etc. Isso é interessante por conta do back-tracking de querer alcançar um local que antes não era possível por alguma limitação imposta.
CONCLUSÃO:
É o melhor game da série? Pra mim não, fica um pouquinho atrás do seu antecessor, mas é sim uma mega experiência – é a continuação direta da trama, e o final do jogo conclui de uma maneira tão bonita e especial, vale muito mesmo jogar para acompanhar o desfecho desta aventura.
Aventura que pode ser concluída em 40 horas mais ou menos, fazendo a maioria dos extras. Eu finalizei o game no Hard com todas as quests concluídas nesse tempo, incluindo o boss opcional level 95, que bicho nojento de difícil.
Para quem é fã da série é compra certa, para quem ainda não conhece a aventura do Adol, é muito recomendado mesmo. Claro que jogar os anteriores vai transformar tudo em algo mais especial já que há diversas menções dos games anteriores aqui e ali, mas não é necessário jogar para entender a trama, o negócio é que ela só fica mais rica mesmo.
Pros
Excelente jogabilidade.
O Ys mais bonito atualmente.
Personagens e enredo cativantes.
Trilha sonora e departamento artístico top, como de costume da Falcom.
Conclusão linda da trama.
Contras
As pares de plataforma do jogo são um pouco desajeitadas.
Senti falta de mais chefes opcionais no game.
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