Análises

Akiba’s Trip: Hellbound and Debriefed

5
Crepúsculo em Akihabara, com um toque de calcinhas.

Akiba's Trip é um jogo desajeitado, infelizmente. Tem boas ideias, mas são muito mal executadas.

Akiba’s Trip: Hellbound and Debriefed é um, digamos assim, port do original lançado para o PSP em 2012, agora disponível para o Nintendo Switch e PlayStation 4.

Akiba’s Trip é um jogo de RPG ação com um alto teor de comédia e referências pop japonesas, para não dizer abruptamente Otakas. Otaku para quem não sabe, nada mais é do que a versão “nerd” da terra do sol nascente, como games, animê, mangá, idols e tudo que permeia esse universo.

Embora a trama seja meio bobinha, os personagens são legais pelos motivos mais absurdos e estereotipados que eu já vi, algo que eu conheço bem porque sou e faço parte de um pouco disso tudo também.

A trama tem várias ramificações, mas a principal é que nosso herói se envolve em um ataque de vampiros em Akihabara, o bairro onde se passa o jogo. E como nosso protagonista se torna um vampiro também, caberá a ele e a galera do Freedom Fighters botar um fim aos ataques sangue-sugas no povo.

Nosso herói antes de arrancar algumas roupas.

Vou começar a falar o que eu acho legal no jogo, porque infelizmente vou ter que malha-lo um pouquinho.

Os personagens, como falei anteriormente, são legitimamente bons. São bizarros, engraçados, alguns super sérios, outros nem tanto, mas como todos os dialogos do game são dublados, é possível gerar um tipo de apreço por eles, dá vida e personalidade autêntica, o que eu gostei muito mesmo, de verdade.

Outro fator bem positivo é a trilha sonora. Trilha cujo qual é uma mistura de rockzinho com hip-hop da cidade, algo que está na linha ali de Persona ou The World Ends With You, é estilosa, kudos para os compositores.

Nossa gangue!

Mas é um game que tem muito problema. Para começar, é um port super preguiçoso de um jogo que foi lançado a 10 anos atrás, algumas texturas são bem borradas e que mal representam aquilo que elas se propõe. Os modelos dos personagens são simples até demais, e o gráfico no geração poderia ter sido ao menos retrabalhadinho.

Outra coisa que me incomodou muito é que não temos um hud, um display de nada na tela, não sabemos nem quanto de vida nos resta por exemplo. Essas decisões de design são muito estranhas na minha opinião, é algo que não faz sentido pra mim, ainda mais se tratando de um jogo de RPG.

Segure Y após dar umas porradas e PIMPA, lá e vai a roupa.

Falando ainda um pouco de coisas estranhas de interface é a maneira que navegamos nos menus. Não gosto dessa pira que a galera tem de fazer tudo como se fosse um celular, os ícones e interações são chatas pra caramba, tudo muito cheio de coisa e ao mesmo tempo que não diz nada, como por exemplo explicando um objetivo seguinte ou uma características de side quest a ser seguida- não é simples mesmo.

Equipar os itens também pode ser realizado só no mapa-mundi do game, porque? Não sei também, a impressão que me passa é que damos uma volta muito grande para fazer uma tarefa que era para ser dois cliques só, acaba cansando.

Parece fácil dar voadora, mas é bem duro e mal feito.

Eu acho que o jogo é um grande aglomerado de ideias mal executadas e com muito enfoque em taradísses.

Isso sem comentar sobre o mais importante nisso tudo: O sistema de batalha.
Sistema de batalha de Akiba’s Trip é fraquinho também, super limitado no que é possível fazer, mesmo adquirindo os golpes especiais.

As lutas se resumem em acertarmos 3 pontos do corpo dos inimigos até que podemos finalizar a luta despindo eles, batemos na perna diversas e diversas vezes até o zíper da calça abrir e pimba, retiramos a força, repetimos isso com a camiseta e com um acessório na cabeça e concluímos a luta.

Geralmente conseguimos alguns drops de armas e de roupas ao concluir as batalhas, mas nada que seja muito relevante.

Sem ter equipado suas armas no mapa mundi, você estará ferrado.

Durante as batalhas ficamos os comandos principais são soco, soco, soco, voadora, voadora, voadora e soco baixo, soco baixo e soco baixo, repetição do início ao fim do game, fim do game que inclusive tem o pior final boss que eu já tive o desprazer de enfrentar.

Alguns ataques especiais são necessários pra caramba, pois mais a diante no jogo, os grupos de inimigos ficam maiores e aí não temos muito para onde ir se não quisermos levar uma sova, e me dá um nervoso não saber o quanto temos de vida.

Falando um pouco de como o jogo anda, é provável que você se canse das quests opcionais pela falta de diversidade de objetivos, e objetivos muito mal explicados e confusos. Acredito que grande maioria irá fazer direto os capítulos da campanha principal para terminar logo com isso.

Ao menos que você goste muito do universo do jogo, o animê e tal, é complicado de eu recomendar. No Switch ainda temos diversas quedas de taxa de quadros que, aliados a uma péssima câmera, deixa tudo mais desagradável.

Digo, dá para rir com o enredo, tem momentos legais o jogo, mas é uma massaróca confusa e mal executada no final do dia.

Pros

Personagens e enredo cativante.
Trilha sonora e departamento artístico top.

Contras

Alguns processos são mais burocráticos do que precisariam ser.
As batalhas são estranhas, duras e há muita repetição de ações.
É meio contra-intuítivo o progresso do jogo.

Luis Felipe Heiss
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