Análises

Capcom Arcade Stadium

9.5
Reviva a história da Capcom com estilo

Capcom Arcade Stadium é um presentaço para os fãs da empresa e que cresceram com ela

Não é segredo para ninguém que a gigante Capcom fez sua história nos Arcades e agora ela está lançando uma compilação de alguns de seus jogos mais importantes desse segmento.

APRESENTAÇÃO

Antes de falar dos jogos propriamente ditos, irei expressar minha opinião sobre a apresentação desse pacote. Desenvolvido usando a super versátil RE Engine, a Capcom trouxe um ambiente de Arcades para dentro da sua casa, sem exageros.

Cada jogo é representado visualmente por seu gabinete e parece realmente que estamos dentro de um “fliper”, é muito bonito e enche os olhos. Não somente esse capricho visual na parte externa, mas como também dentro das opções nos jogos. Contamos com uma infinidade de filtros, opções de orientação de imagem, customização de controles, customização dos jogos em si, escolha da região e muito, mas muito mais.

Saca essa tela de seleção de jogos, um primor.

A experiência vai muito além de uma simples escolha de jogo e pronto, o que já não seria ruim dado a qualidade da emulação, mas a Capcom realmente se empenhou em trazer desafios adicionais para cada um dos jogos. Esses desafios dão uma expandida legal na longevidade do título pois, apesar de ter uma boa quantia de jogos, eles em sua maioria são curtos, devido a natureza Arcade dos mesmos.

O cliente do Capcom Arcade Staduim pode ser baixado gratuitamente e conta com o jogo 1942 na faixa, para comemorar o lançamento de Ghosts ‘n Goblins Resurrection, a Capcom também disponibilizou o Ghosts ‘n Goblins original sem custo, portanto corra para baixar!

Essa análise foi feita como base na versão Switch e vale lembrar que muitos desses jogos podem ser jogados na vertical, em seu formato original como os shooters verticais e Senjo no Okami II.

Enfim, chegou a hora de falar de cada um dos 30 jogos, estão prontos? (Caro leitor, grande parte dessa lista de jogos eu joguei pela primeira vez nessa compilação, ok?)

OS JOGOS

O jogo mais antigo do pacote. Controle uma navezinha em um scroll vertical. Não é ruim, só é um pouco lento.

Higemaru é praticamente um jogo de puzzle misturado com um pouco de ação. Você controla Momotaru e deve jogar barris nos piratas safados, lembra um pouco Bomberman, é divertido e dá para jogar até 2 jogadores.

Figurinha carimbada nas coletâneas de Arcades da Capcom, 1942 é um shooter vertical baseado na segunda guerra mundial. Vale muito a pena conferir esse.

Commando lembra bastante Ikari Warriors da SNK e mesmo sendo meio lento como Vulgus, dá para se divertir bastante com ele. Gosto do visual desse jogo.

Um verdadeiro clássico e com uma dificuldade que beira a insanidade. Controle Arthur por cenários macabros, super detalhados, o jogo foi um dos primeiros a dar um grande salto em qualidade em relação aos títulos anteriores.

Com uma jogabilidade precisa, esse título vai exigir 100% de foco se quiser ter a chance de ver o final dele.

Section Z foi uma grande surpresa pra mim. Ele parece uma versão primitiva de Forgotten Worlds(que veremos mais adiante), onde podemos atirar para ambos os lados com o apertar de um botão. O jogo exige troca constante de lado pois inimigos irão aparecer de qualquer parte da tela. Esse jogo é divertido pacas, vale muito a pena.

Um jogo com uma proposta mais legal do que a execução. O movimento dos personagens é lento para um jogo de ação focado em combate lateral, irei dar mais uma chance, mas as primeiras impressões não foram das melhores.

Com um nome desses eu esperava mais, honestamente. É um shooter vertical com uma ambientação mitológica, é original pelo menos.

Esse aqui é bem conhecido pelos fãs da Capcom e eu queria entender porque ele é tão elogiado. Os controles são horríveis e apesar de terem tentado algo diferente com os braços biônicos, o resultado final infelizmente deixou a desejar. Se tiveres bastante paciência, pode ser que encontre diversão nesse título.

Se você gostou de 1942, não deixe de conferir sua sequência. Os gráficos deram uma boa melhorada, especialmente nas cores.

Eu amo esse jogo e a versão Arcade é bem superior ao que joguei no Mega Drive. O jogo é uma espécie de shooter horizontal com um botão dedicado para girar em todas as direções. Lembra de Section Z? É a mesma pegada só que muito melhor, esse vale a pena!

Jogaço. Arthur está de volta em uma aventura muito mais polida, apesar de no fundo parecer mais um remake do original. Ghouls ‘n Ghosts deu uma ideia do que a Capcom iria aprontar nos anos 90.

Talvez um dos melhores jogos dessa coletânea. Strider é um jogo de ação lateral onde controlamos Strider Hiryu e munido de sua espada laser temos que destruir tudo que aparecer pela frente. Os controles foram revolucionários para a época, Hiryu podia se dependurar em diversas partes do cenário e toda a ação era mega rápida. A cereja do bolo é a trilha sonora, fantástica.

Joguinho bom esse, hein? O jogo conta com muita ação e é ambientado na China feudal. Dá para dizer que ele é quase um percursor dos jogos beat ‘n up dos anos 90.

Falando em beat ‘n up, cá está ele, o famoso Final Fight! Esse jogo dispensa comentários, é divertido e viciante até hoje. Muitos de nós só jogamos a versão de SNES dele que possuia um grande defeito, era somente para um jogador, diferente dessa de Arcade que dá para se divertir com um amigo. Jogaço.

A série 19** está de volta e agora conta com visuais um pouco mais atualizados, mas não espere nada grandioso. Para quem curtia os anteriores ainda vale a pena conferir.

Senjo no Okami II, também conhecido como Mercs no ocidente é o meu jogo favorito desse pacote. Sabe aquele jogo que você pode jogar um milhão de vezes e ainda vai ser divertido? Então, esse é um deles.

O jogo é uma evolução de Commando e diferente da versão Mega Drive que foi a que joguei na época, aqui podemos jogar com 3 amigos ao mesmo tempo, preciso dizer que é diversão garantida? Jogo maravilhoso, dá até vontade de parar a análise aqui só pra dar mais uma jogadinha!

Também conhecido como Chiki Chiki Boys, Mega Twins(os 2 nomes são péssimos) é um jogo de plataforma coloridíssimo e extremamente divertido. Você tem uma espada e pode adquirir diversos power-ups ao longo dessa curta jornada… sim, curta.

Finalmente um shooter horizontal propriamente dito! Esse jogo é demais e com certeza uma das surpresas mais eletrizantes desse pacote. Os gráficos ficaram lindos nesse jogo e o controle é nível Capcom, ou seja, perfeito.

O que eu posso falar sobre Street Fighter II que ainda não foi dito? Clássico absoluto dos jogos de luta em uma versão caprichadíssima. Eu sei que ela é meio “vagarosa” em relação aos demais títulos, mas pra mim tem um carisma único. A trilha sonora é eterna, agora mesmo está tocando a música do estágio do Blanka na minha cabeça.

Se você achou que Final Fight era bom, experimente Captain Commando. A Capcom simplesmente detonou nesse jogo. São 4 personagens para escolher, um mais louco que o outro e você não vai conseguir parar de jogar, na época que conheci a versão do SNES em uma locadora, eu invejava aqueles que podiam alugar Captain Commando para se divertir em casa, história verídica.

Varth? Que nome tosco. Por sorte o jogo não tem nada de tosco! É um shooter vertical bem competente, só faltou um pouco mais de criatividade e isso é algo que dificilmente não vemos em jogos da Capcom.

Os jogos da Capcom conforme o tempo passa vão ficando cada vez mais polidos e caprichados, Warriors of Fate só comprovou isso. Conseguiram fazer um beat ‘n up que superou Final Fight e Captain Commando em tempo recorde. A ambientação desse jogo é baseada no Romance dos Três Reinos e ficou muito boa, recomendado é pouco.

O famoso Street Fighter II onde era possível jogar com os chefes e também aquele que deu um “tchan” na velocidade do jogo. Para muitos é a melhor versão do Street Fighter II, só não entendi até hoje o porque visto que a Capcom ainda tinha mais uma carta na manga para essa série.

Para mim, a versão definitiva de Street Fighter II é sem sombra de dúvidas essa. Aqui temos todos personagens, inclusive Akuma e um showcase do que a placa CPS-2 era capaz.

Esse jogo é um beat ‘n up de qualidade, porém não consigo gostar tanto dele assim… talvez seja pelo fato desse tipo de jogo combinar mais com pessoas ao invés de robôs, sei lá. Beat ‘n up é um gênero que conquista os jogadores pelo nível de satisfação ao encher o inimigo de porrada, aqueles efeitos sonoros estridentes e animações exageradas… nada disso vi aqui, pelo menos não da mesma qualidade dos demais títulos que a Capcom já produziu até então.

Eu gostei bastante de Cyberbots e acredito que um dos motivos era porque eu jogava muito com o Jin Saotome em Marvel vs. Capcom. Ele era demais e seu robô Bloodia era ignorante demais.

Mas independente dessa referência, esse jogo é de qualidade e possui mecânicas que só combinariam mesmo com robôs, criatividade total.

A Guerra contra o Destino. Subtítulo de mais um jogo da série 19**, agora com um nome de uma data que nem eles mesmos sabem. Não mudou muita coisa em relação aos demais.

Quando vi a silhueta do personagem já achei que tivesse algo relacionado ao Captain Commando… olha, apesar de não ter nada a ver com ele, são jogos relativamente parecidos. É um beat ‘n up bacana em uma época onde esse tipo de jogo já estava dando sinais de fraqueza, vale a pena conferir.

O melhor vertical shooter desse pacote, Giga Wing é bom demais. Gráficos lindos, ação frenética e controles maravilhosos, se tiveres conferindo um por um, por favor deixe ele um pouco pra frente senão vai ser complicado jogar os jogos mais antigos!

Ahá, Capcom você conseguiu me surpreender bastante com esse jogo, hein? Com certeza a melhor versão da série 19**. O jogo é lindo como Giga Wing, mas retém aquela pegada das guerras e possui uma trilha sonora excelente.

Olha, eu não esperava que o último jogo da lista fosse tão bom. Progear é um shooter horizontal incrível, lindo e com um desafio de tirar o fôlego. Ele foi desenvolvido pela CAVE, estúdio que ficou famoso por produzir muitos jogos “bullet-hell” de qualidade e a Capcom ficou responsável pela publicação deles.

Quem aí já viu uma máquina dessas?

VEREDITO

A história da Capcom nos Arcades é simplesmente lendária e se você tiver algum apreço por ela, recomendo que corra adquirir os pacotes pois vale a pena demais. Grande parte dos jogos são excelentes e até hoje valem a pena ser jogados, isso ainda tudo num pacote belíssimo e de extremo bom gosto!

O código para análise foi cedido gentilmente pela Capcom Brasil.

Pros

  • Reviver a história dos Arcades da Capcom com 30 jogos excelentes
  • Emulação incrível e com opções que faz parecer que estamos em um fliperama
  • Diversos desafios adicionais e configurações de dificuldade para agradar todos os tipos de jogadores


Contras

  • Jogos como Darkstalkers e Red Earth poderiam estar na coletânea


David Signorelli
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