Análises

Dauntless

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Surfando (errado) na onda de Monster Hunter

É um Monster Hunter de graça, meio desajeitado, mas de graça

Num surfe ousado na onda de Monster Hunter, a Phoenix Labs, produtora de Fortnite, lançou a um tempo atrás o game chamado Dauntless totalmente gratuito e multi-plataforma. O jogo agradou bastante um público bem específico mas, mimado com a perfeição que é Monster Hunter World assim com outros títulos da série, eu simplesmente não consegui engolir esse jogo tão bem.

A versão do jogo que analisei é a lançada para o Nintendo Switch, vale salientar, plataforma que contém jogos incríveis como Y’s VIII e Xenoblade Chronicles 1 e 2, era de se esperar que algo rodasse mais ou menos nesses moldes, tecnicamente falando, performance principalmente. O jogo tem fatores legais como o cross-plataform que permite uma maior variedade de pessoas jogando, funciona super bem o recurso.

O visual dos monstros até que é decente.

Ao meu ver, o jogo é uma bagunça do início ao fim dele. Tem pontos que são bem bons, que se destacam, mas os negativos realmente se sobressaem demais, tornando a experiência praticamente injogável. Joguei com mente aberta sim, sou bem fanboy de jogos de “hunt” e queria sim que tivesse sido melhor, mas não deu, não me conectei e vou comentar os motivos pelos quais me desanimaram bastante.

Antes, no entanto, vou falar o que eu vi de bom no jogo. Não dá para dizer que o design das fases e os monstros são ruins porque não são (não são incríveis também), os personagens são bem construídos, há bastante customização dos heróis, cores instaláveis nas armaduras, assim como as armas e armaduras que os compõe. Graficamente falando, o game é bem bonito, cenários bem grande e variados. E é basicamente isso, porque o resto é lamentavelmente estranho e pouco funcional se eu precisasse descrever.

Esse cara vai arrebentar a boca do balão.

O principal defeito pra mim que matou o jogo é que a navegação dos menus é muito ruim, muita informação, pouca coerência, muita aba, muito brilho, esse tom frio que eles adotaram para o design do jogo todo desanima demais você querer andar pelo acampamento e conhecer os NPCs, lojas, criar equipamentos e etc porque o excesso de “modernice” dá um cansaço visual quase deprimente.

E o foco do jogo que é caçar os monstros? Bem, realmente caçamos os monstros e é basicamente o que fazemos durante a experiência toda em Dauntless. Saímos para as missões, derrotamos os Behemoths (os “large monsters” do game), criamos os itens no acampamento com o que são dropados deles, e repetimos isso incansavelmente até conseguirmos força e recursos o suficiente para lidar com os de nível maior.

Parece bem simples, e é bem simples mesmo, é um jogo que não exige que você tenha muita bagagem para começar a pegar e jogar, não exige tanto treino para entender o básico dos 6 tipos de armas disponíveis, para quem gosta de armamentos mais rápidos e até os que preferem lidar com coisas mais pesadas e que causam mais danos. Ponto positivo de certa maneira, a ideia de ter uma curva de aprendizado baixa atrai mais pessoas para o jogo, isso é verdade.

O jogo tem uma predominância de cores frias.

Outra coisa que me incomoda é a necessidade de “estar sempre online”, prejudica bastante a questão das taxas de quadro e, no gameplay, não ter benefícios algum em concluir o jogo em uma sala privada, você é obrigado a jogar com outras pessoas para que se tenha um proveito decente ao derrotar um behemoth, dado ao fato que se você morrer e ninguém lhe reviver a tempo, suas recompensas são bem prejudicadas no processo.

As batalhas num geral são tão emocionantes quanto dar umas porradas em mobs de God of War, uma tristeza, não tem nenhuma música marcante e alto astral na pobre trilha sonora, temas de batalha mesmo, tudo parece que é meio morto, azul, embora os inimigos sejam super bem animados e com golpes variados, parece que seus esforços para derrota-los se resumem em “bata e espere pelo melhor”, o impacto os ataques são fracos e os padrões da maioria dos monstros são “inspirados” na maior cara de pau dos quais encontramos no MonHun World por exemplo.

Cenários típicos.

É legal o fato de você pode evoluir alguns aspectos de habilidades que seu herói pode aprender através do uso específico de um tipo de arma, mas aquela arvore de habilidade é uma maçaroca de coisas que no fim não vai fazer muita diferença aprender tudo ou não. Zerei o jogo, matei o último chefe sem maiores dificuldades e não me liguei com esses detalhes de tunar meu boneco para aguentar os golpes, ou desferir um ataque mais maneiro, simplesmente fui na porrada básica mesmo com o fiel martelo.

Eu não curto descer a lenha nos jogos que eu não gosto, tento ser imparcial, até porque é um jogo grátis e sempre tem aqueles que defendem que pode ser assim porque não houve nenhum investimento do usuário final, mas eu acho esse pensamento muito desconexo com a realidade, a gente espera se surpreender, ver algo novo na mesa, mas fui firme até o fim do jogo, e quando eu terminei ele me dei conta que não concluí nada.

Até no entardecer tem gente matando monstro.

Lembro que é minha opinião, sou amante de Monster Hunter e God Eater, dois dos melhores games do gênero pra mim. Dauntless é um jogo de pegada rápida, para você encontrar seus amigos e descontrair por algumas horas, aprender alguns movimentos, se frustrar um pouco e deixar de lado.   

Pros

Design dos personagens e monstros são legais.

Fácil de pegar e jogar.

Contras

Trilha sonora inexistente.

Inteligência artificial dos monstros é bem fraca.

Tudo muito triste e azul.

Menus confusos.

Fábio Kraft
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