Diablo II: Resurrected
Tanto a Blizzard quantoa Vicarious Visions conseguiram ressuscitar Diablo II, com um remaster sensacional e uma experiência fascinante
Há 21 anos era lançado Diablo II, a sequência do aclamado game da Blizzard que conquistou centenas de milhares de fãs ao redor do mundo, e não é que a nova entrada da franquia havia dado certo? Com mais de quatro milhões de cópias vendidas e uma média de 88 no Metacritic, o game se tornou um fenômeno estrondoso, e é claro que isso não passaria em branco.
Eis que agora recebemos um remaster do mesmo, trazendo atualizações para os dias de hoje e uma repaginada que Diablo II estava precisando. Saindo para PC, Xbox One, Xbox Series S|X, PlayStation 4, PlayStation 5 e até para Nintendo Switch, o mesmo promete ressuscitar o game clássico, trazendo até mesmo a sua DLC, Lord of Destruction. Mas será que a Blizzard consegiu ressuscitar Diablo II, ou a proposta ficou apenas no subtítulo? É isso que vamos descobrir!
Os Males Supremos!
Devo ser sincero com você, caro leitor, Diablo II: Resurrected foi a minha porta de entrada para a série. Há um bom tempo eu já passava por algumas oportunidades de jogar especialmente o terceiro game da franquia, mas sempre acabava deixando de lado e depois eu simplesmente esquecia e não voltava mais. Mas agora não teve jeito, entrei de cabeça nesse remaster do segundo game e devo dizer que eu me surpreendi, e admito que demorar tanto tempo para experimentar um Diablo foi um enorme erro meu.
A narrativa começa de maneira bem lenta, algo que pode deixar a experiência um tanto quanto monótona para alguns jogadores, mas devo dizer que o plano de fundo me deixou bem interessado, e toda a progressão da história acabou me prendendo posteriormente. Na trama, diversos demônios passam a aterrorizar algumas cidades da região, assim fortalecendo Diablo, o grande vilão da narrativa. E da maneira mais clichê possível, surge um novo herói ou heroína (você) que deverá conter as forças malignas e evitar que o pior aconteça.
Como eu disse acima, a trama é um tanto quanto lenta, o que pode fazer com que alguns jogadores acabem não se sentindo presos a mesma, mas caso você esteja disposto a dedicar mais tempo para entender tudo o que vai acontecendo conforme tudo progride, tenho certeza de que ficará cativado. Algo de novo que sem sombra de dúvidas foi muito bem implementado é a localização para português, já que agora temos não apenas legendas como também uma dublagem sensacional, o que sempre acaba agradando a nós brasileiros.
Agora falando sobre a gameplay, Diablo II: Resurrected dá um show na diversidade de coisas que temos à nossa disposição. Logo de cara você já pode escolher entre jogar online ou offline, da maneira que preferir, mas tenha em mente que um personagem criado no modo online não pode ser usado no offline e vice-versa. Após isso chegará a hora de escolher a sua classe dentre sete disponíveis, sendo elas: amazona, assassina, necromante, bárbaro, paladino, maga e druida, e ainda acaba sendo muito bacana ver como cada um influencia na sua jogatina e na forma como você avança na gameplay.
Joguei com três classes diferentes, e foi interessante ver na prática como cada uma se diferencia das outras, seja modo de jogar ou até nas habilidades dos mesmos, que são únicas para cada um. Falando de habilidades, assim como todo bom RPG, aqui ao upar de nível você ganha um ponto de habilidade que pode ser utilizado para adquirir novas skills para o seu personagem, isso se não contarmos ainda que o jogador pode também melhorar alguns outros atributos, como força, destreza, vitalidade e energia. Tudo isso acaba trazendo uma variedade para a gameplay, e traz também uma melhor progressão.
Agora sobre o remaster em si, a Vicarious Visions fez um trabalho excepcional. A mesma já tinha entregue ótimas repaginadas com Crash Bandicoot N. Sane Trilogy e Tony Hawk’s Pro Skater 1 + 2, e aqui em Diablo II: Resurrected não é diferente. Ao ver comparações da versão original com essa nova é possível notar como a remasterização deixou o game com um aspecto mais moderno, porém ainda deixando a essência que o antigo game possuía. É claro que no geral o visual não é dos melhores que temos hoje em dia, mas sinto que para essa proposta de Diablo, sendo um RPG isométrico, o estilo dos gráficos no geral combina e muito.
Já falei de diversos pontos positivos, mas se tem algo que eu realmente adorei em Diablo II: Resurrected foi a sua trilha sonora. Eu fiquei encantado em como a mesma consegue ser imersiva nos mais diversos momentos, seja quando estamos nos momentos mais calmos e tranquilos, até os mais épicos e gloriosos. Posso estar enganado (por mais eu tenha quase certeza de que não estou), mas ouso dizer que a trilha sonora do game é uma das melhores que ouvi no ano, quiçá dos últimos anos.
Partindo para a jogabilidade, sinto que Diablo II: Resurrected deixa a desejar. Sinto que a mesma não aparenta ter sido modernizada, o que, consequentemente, traz alguns problemas um tanto quanto irritantes. Muitas vezes os controles não são tão precisos, como em momentos nos quais você vai atacar algum inimigo, e você está na frente dele, porém mesmo assim é como se o ataque atravessasse o mesmo, e de quebra o seu personagem acaba tomando dano, muita sacanagem. Como a jogabilidade deveria ser um dos principais fatores para o game, acabei ficando decepcionado nesse quesito.
Tenho ainda uma última reclamação que a princípio pode até parecer algo bobo, mas que acabou me irritando e muito enquanto jogava. Em um determinado momento do game, vários inimigos se reuniram na entrada de uma passagem subterrânea, acabei ficando encurralado e morri, até aí tudo bem. Porém após isso, sempre que eu entrava na mesma já ficava encurralado novamente e morria em questão de dois segundos, sem nem ter tempo de reação, já que os inimigos sempre ficam no mesmo lugar, independente de quantas vezes você bate as botas. Resultado: tive que reiniciar o game apenas por conta disso.
Veredito
Não sei como demorei tanto tempo para jogar um game da franquia Diablo, mas a hora finalmente chegou e admito que adorei a minha experiência com esse remaster do segundo game. Por mais que a trama seja um tanto quanto arrastada (o que pode acabar não agradando alguns jogadores), a mesma acabou me intrigando e fiquei cativado para ver o que viria a seguir. É incrível ver também como o remaster trouxe visuais incríveis, incluindo também a DLC Lord of Destruction, o que adiciona ainda mais horas para a jogatina. É claro que não posso deixar de lado a trilha sonora, que como disse acima, é uma das melhores que ouvi em um game nos últimos tempos.
Infelizmente a jogabildade não é tudo aquilo, o que é decepcionante, já que a mesma é um dos pontos principais e mais importantes para jogos do gênero. Também me irritei um pouco com determinadas localizações de inimigos, mas tirando isso posso afirmar que a Vicarious Visions definitivamente ressuscitou Diablo II, e o mesmo vale um tempo da sua atenção, seja você um fã de longa data ou até mesmo um novo jogador, assim como eu.
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- Mesmo sendo um pouco lenta, a narrativa é intrigante
- 100% localizado para o português
- Diversidade de classes e habilidades
- Ótima repaginada no visual do game
- Trilha sonora memorável
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- A jogabilidade deixa a desejar
- Algumas localizações de inimigos são problemáticas
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