Análises

Dragon Star Varnir – Análise

8
RPG Japonês estratégico
Dragon Star Varnir tem bastante qualidade, é um título competente de uma produtora que tem se esforçado para trazer jogos do gênero para os consoles.

Dragon Star Varnir é um RPG de turnos para o PS4, desenvolvido pela IDEA FACTORY / COMPILE HEART, empresa responsável pelos jogos da série Neptunia.

HISTÓRIA

Se tratando de um RPG, nada mais sensato que começar por um dos aspectos mais importantes do gênero, a história. Em Dragon Star Varnir nós vivemos as aventuras de Zephy, um membro dos Cavaleiros do Requiem, que servem com o propósito de eliminar as bruxas que assolam o mundo.

Eis que um dia Zephy se depara com um dragão enorme que o ataca e acaba quase matando nosso protagonista. Por sorte do destino(ou não), uma bruxa aparece e resolve salvá-lo, através de um beijo encantado. Zephy acaba voltando a vida, entretanto não da mesma forma que era antes disso tudo acontecer.

A partir desse ponto, Zephy se torna um bruxo e acaba tendo que lidar com essa nova realidade. Minessa e Karikato, as bruxas que o salvaram, explicam como é triste a vida que elas vivem, sendo perseguidas o tempo todo e com isso Zephy passa a entender melhor como é o outro lado da moeda.

O enredo é surpreendentemente triste e melancólico, retratando bem a realidade difícil que cada uma das personagens passa. Dragon Star Varnir não pega leve com assuntos sérios como morte e carnificina, mesmo com uma arte meio alegre, típica da produtora. Me peguei em diversos momentos com uma sensação de agonia, mais por conta das situações e trilha sonora que acompanhava.

No fim acabei gostando mais do que imaginava desse aspecto de Dragon Star Varnir, os desenvolvedores conseguiram criar personagens marcantes e eventos que mexem com o jogador.

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JOGABILIDADE

Em matéria de jogabilidade, o jogo é dividido em três partes: Exploração de masmorras, intermissões na cidade, batalhas por turno.

Grande parte do jogo iremos passar explorando as gigantescas masmorras de Varneria. O visual delas é em sua maioria mais puxado para um lado sombrio, com florestas escuras, passando por cavernas de cristais e templos sagrados. A parte mais bacana da exploração delas é o fato de que cada um dos personagens do grupo possui uma habilidade distinta, por exemplo, Zephy consegue destruir barreiras, Laponette(adoro o visual dela) consegue criar pontes de luz e Charlotta pode revelar segredos em itens com seu poder de fogo.

Isso acaba incentivando o jogador a ficar alternando de personagem durante as explorações, deixando a experiência mais divertida. Já que estou falando de bruxas, o que seria delas sem poder voar em sua vassoura mágica? Aqui não é nada diferente. Basta apertar L1 e sair literalmente voando pelas masmorras, em uma velocidade bem superior ao normal, só se atente que tem um limite de tempo que podemos voar!

Falando em voar, a maior novidade do jogo é sem sombra de dúvidas o sistema de batalha com três níveis de altura. Todo mundo voa nesse jogo, não existe batalha no chão e até inimigos como sapos voam, por mais ridículo que isso pareça. O fato de existir esse sistema implica em um aumento estratégico durante os combates.

É de suma importância que o jogador tenha em mente que ele precisará achar meios de atacar os inimigos na posição que eles se encontram. Nem sempre uma magia que afeta um campo 2×2 vai acertar inimigos que estão em alturas diferentes, isso só para dar um exemplo. Algo que achei muito louco nesse jogo são as armadilhas, você pode colocar diversos tipos de armadilha no cenário e existem alguns ataques que conseguem fazer com que o inimigo mude de posição.

Constantemente me pegava colocando bombas logo abaixo de um inimigo que estivesse no “andar” do meio e com um ataque especial mandava ele direto para a armadilha, dando um dano enorme. Pense nisso com as infinitas possibilidades sendo que as próprias armadilhas também conseguem fazer o inimigo se movimentar. É sem sombra de dúvidas um sistema de batalha brilhante e de fácil entendimento.

Fugindo um pouco das lutas, contamos com uma pequena cidade onde as bruxas se escondem e que possui diversas lojas. Essas lojas variam entre lojas de itens, workshop de elixires e até uma espécie de guilda para pegar quests, nada muito fora do normal. O maior diferencial fica mesmo para esse workshop de elixires que serve para criar-mos elixires mágicos que se manifestam em uma batalha, vencendo o tal combate nós ganhamos um item especial, podendo variar entre armas e armaduras, com certeza os melhores equipamentos do jogo funciona dessa maneira.

Nem preciso me alongar muito para dizer que Dragon Star Varnir é um jogo bem polido e divertido, o sistema de batalha por si só já vale a pena para quem é fã de RPG.

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GRÁFICOS / SOM

Desde o seu último título, Death end re;quest, a produtora passou a utilizar a OROCHI 4 Engine em seus jogos e com Dragon Star Varnir não é diferente. O jogo é muito bonito, tem texturas de qualidade e os modelos dos personagens principais é bem feito, mesmo que não possa dizer a mesma coisa do bestiário infelizmente.

O que brilha mesmo aqui são as maravilhosas artworks que aparecem nas cenas de diálogo, Minessa e Laponette são lindas, os demais variam entre ótimos e bons, nada é fraco. Outro aspecto de qualidade são os menus, simples e de bom gosto, isso é algo que eu valorizo muito em um jogo onde passamos horas navegando por eles.

Musicalmente falando espere uma trilha de qualidade, com músicas mais tristes e raros momentos de agitação, nada que me faça querer ouvir a OST fora do jogo no entanto.

VEREDITO

Dragon Star Varnir tem bastante qualidade, é um título competente de uma produtora que tem se esforçado para trazer jogos do gênero para os consoles. Seria interessante se em uma improvável sequência eles colocassem pelo menos uma área explorável fora das dungeons, como uma cidade, para ficar mais JRPG ainda.

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Pros

  • O combate é muito estratégico, trazendo bastante variedade
  • Artworks lindas e gráficos bem competentes
  • Exploração com as habilidades únicas

Cons

  • Jogo é meio curto para os padrões atuais, com 30 horas tu já fez tudo
  • Trilha sonora é boa, mas podia ter mais faixas empolgantes
  • Continua um pouco da “mesmice” da produtora, tá na hora de evoluírem
David Signorelli

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