Análises

Lake

7
O verdadeiro simulador de Correios!

Lake possui os seus problemas, mas entrega uma experiência diferenciada e que vale a pena pela curiosidade!

Há mais ou menos dois atrás era lançado Death Stranding, onde você controlava Sam Bridges e deveria entregar correspondências em um mundo devastado, e você deve se lembrar que logo no após o seu anúncio a internet foi tomada por diversos memes: Death Stranding era um “simulador de Correios“. Bom, mas você deve estar se perguntando qual a ligação do game de Hideo Kojima com Lake, correto? Pois bem, esse último realmente é a verdadeira definição de simulador de Correios!

Lake foi desenvolvido pela Gamious e publicado pela Whitethorn Games, e lançado para Xbox One, Xbox Series S|X e PC. Mas será que essa proposta inusitada consegue entreter o jogador? Será que a mesma não fica monótona? Essas eram algumas das dúvidas que eu tinha em mente antes de jogar o game, e vou responder aqui nessa análise!

Trabalhar nas férias? Caramba…

O ano é 1986, você é Meredith. Durante uma boa parte da sua vida você viveu em Providence Oaks, mas decidiu fazer faculdade em outro lugar e, devo ser sincero, isso te levou longe! Atualmente você trabalha em uma empresa que está prestes a lançar o Addit ’87, um programa que promete mudar a tecnologia. Mas é claro que todas as responsabilidades de trabalhar em um projeto desse porte traz uma enorme necessidade de férias, e você decide tirar duas semaninhas de descanso.

E tem lugar melhor para descansar do que na pequena cidade em que você cresceu? É claro que essa acaba sendo a escolha final, mas algo um tanto quanto inusitado é que mesmo de férias, você ajudará o carteiro local, Frank, a entregar correspondências… pois é! Durante essas duas semanas você irá rever velhos conhecidos e deverá tomar uma decisão definitiva no final: voltar para a cidade grande e continuar trabalhando no Addit, ou ficar em Providence Oaks?

Trabalhar nas férias? Quem em sã consciência faria isso?

A trama é bem simples, você volta para o seu lar de infância e começa a entregar correspondências, mas devo dizer que a narrativa conseguiu segurar bem a experiência de Lake. É claro que alguns jogadores podem achar a trama um tanto quanto parada e entediante, e sendo bem sincero, a própria premissa do game pode não agradar todo mundo, já que a gameplay não é nem um pouco frenética e algumas coisas demoram para acontecer, mas é aquilo: a calma é inimiga da perfeição, e você terá que ter muita calma para aproveitar Lake.

As subtramas também são um ponto muito positivo do game. Pelo fato de Meredith rever velhos conhecidos, você terá objetivos secundários para serem feitos, que agregam ainda mais para a gameplay e fazem com que o jogador fique mais inteirado no que está acontecendo em Providence Oaks. Os personagens secundários também são bacanas e acabam trazendo uma variedade para Lake, já que fazem com que o game não fique apenas nas entregas e, consequentemente, ajudam para que a experiência não fique monótona.

Pela premissa do game, é claro que um dos pontos mais importantes é a sua jogabilidade, e ao mesmo tempo em que ela acerta, a mesma também comete alguns equívocos. No geral, os controles são simples e intuitivos da maneira que deveriam ser, o jogador rapidamente pega o jeito da coisa e não terá nenhum problema em sair entregando cartas e pacotes, porém em alguns momentos o próprio jogo não colabora e acaba frustrando o jogador. Não serão raros os momentos em que o seu caminhão de transporte ficará preso no nada, ou então que Meredith ficará um tanto quanto perdida.

A gameplay tava boa, agora piorou, agora parece que melhorou…

Mas se tem algo em que Lake acerta é na sua ambientação. É claro que os gráficos não surpreendem ninguém, mas devo dizer que os mesmos acabaram me conquistando, já que combinam e muito com a proposta do game e, sendo sincero, acabou sendo a melhor escolha da Gamious para Lake. Todo o cenário de Providence Oaks é muito bem detalhado, e outro ponto muito bacana é a variação de clima, que traz uma boa diversidade para a gameplay. Já a trilha sonora acaba não tendo um grande destaque, mas não sinto que a mesma faria uma enorme diferença na experiência, e as músicas que está presente no game combinam muito bem com a proposta de Lake.

Porém nem tudo são flores, e o game tem sim alguns problemas. O jogo possui um aspecto travado, que a princípio parece algo meio bobo, mas quando você começa a jogar é algo que acaba irritando e muito. Some isso a quedas de frames e a experiência fica ainda mais frustrante. Outro ponto a ser discutido é sobre as configurações. Sempre que você entra no game, é obrigado a ajustar as configurações e a linguagem que você havia modificado anteriormente, já que ao fechar Lake, todas as alterações são perdidas.

Veredito

Lake acabou me surpreendendo e muito! A narrativa é simples mas consegue segurar bem as pontas (ainda mais por conta das subtramas e dos personagens), a ambientação do game também consegue agradar e a própria proposta da jogabilidade acaba sendo diferenciada, mas muito bacana. Infelizmente a experiência acaba sendo prejudicada por alguns problemas, como quedas de frames, um aspecto travado e e falta de salvamento das configurações, mas ainda assim vale a pena jogar Lake pela curiosidade e, caso seja o seu estilo, pelo clima mais calmo e tranquilo. E o seu preço de R$ 38 acaba sendo um diferencial ainda maior.

Pros

  • Trama e subtramas instigantes 
  • Ambientação muito boa
  • Premissa diferente mas bacana
  • Gameplay no geral é simples e fluída
  • Preço mais do que justo


Contras

  • Aspecto travado e quedas de frames
  • Configurações não salvam ao sair do game
  • Vez ou outra a jogabilidade irrita
  • Querendo ou não, Lake não é um game para todo mundo


Lucas Nunes
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