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26, maio 2025
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Diversão na medida certa, mesmo quando a repetição é parte do plano.

Para fãs de Gundam, especialmente da era Seed, essa remasterização é quase obrigatória. Para os demais, vale se perguntar: “Quero um jogo simples, direto e explosivo com robôs gigantes em combates cheios de barulho?” Se a resposta for sim, pode embarcar sem medo.

MOBILE SUIT GUNDAM SEED BATTLE DESTINY REMASTERED

Antes de qualquer coisa, deixa eu confessar uma coisa: eu nunca fui o maior fã de Gundam Seed. Sempre fui mais da escola “Universal Century”, aquela galera com dramas políticos densos, Amuro vs Char e tudo mais. Mas… Gundam Seed: Battle Destiny foi uma das poucas exceções que me fisgaram, lá nos confins do meu PS VITA. Era um jogo direto, estiloso e com um ritmo viciante.

Quando vi o anúncio de uma versão remasterizada para Nintendo Switch, confesso que me bateu uma curiosidade quase adolescente. E cá estou eu, algumas horas de jogo depois, tentando não começar esta análise com um “É só isso? Mas que delícia!”

Uma cara nova, mas uma alma bem conhecida

Vamos começar pelo óbvio: sim, o jogo está mais bonito. Os visuais receberam um bom banho de loja — nada revolucionário, mas suficiente para não parecer um jogo perdido no tempo. As animações estão mais suaves, os efeitos de partículas dão um brilho nas explosões, e os Gundams… ah, os Gundams estão lindões. Não é aquele nível de polimento de um triple-A moderno, mas considerando que esse jogo nasceu como um título de PS VITA, a evolução visual é nítida e bem-vinda.

Não tem como não achar isso animal.

A performance, por outro lado, é onde a coisa pega um pouco. Roda a 30fps, o que pode ser um balde de água morna para quem esperava voar por aí a 60 quadros por segundo. Mas a verdade? Depois de cinco minutos de jogo, você já se acostuma. E mais: se o preço a pagar por uma remasterização estável, sem quedas bruscas de framerate e com gráficos mais limpos, for essa taxa de quadros, então que assim seja. Ainda mais em um portátil como o Switch.

A fórmula Battle Destiny: ame ou odeie

Quem jogou o original vai se sentir em casa: lutas rápidas, combate em terceira pessoa com robôs que soltam lasers, míssil, espada e — por vezes — tudo isso ao mesmo tempo. É aquele tipo de jogo que entrega adrenalina pura em pequenas doses. Você entra, escolhe sua missão, sai voando, explode um ou dois ZAKUs, toma um míssil na cara, xinga, volta e faz melhor.

Dá pra customizar muita coisa.

Mas vamos ser sinceros: é repetitivo. Muito repetitivo. As missões, apesar da variedade visual, seguem uma estrutura básica que se repete incansavelmente: destrua todos os inimigos, proteja a base, ou sobreviva por X minutos. Depois de algumas horas, você começa a pensar: “Caramba, será que já joguei essa missão hoje?” E a resposta geralmente é “sim, só com outra pintura”.

E ainda assim… é divertido. O gameplay é direto, gostoso de controlar, e existe uma satisfação quase primitiva em destruir tudo que se move com um robô de 20 metros de altura. Aquela sensação de poder que só Gundam sabe oferecer está intacta — e, se você entrar no jogo com essa mentalidade de “fast-food de mecha”, ele vai te satisfazer por horas.

Seed para iniciantes e veteranos

Uma das coisas mais legais dessa versão é como ela funciona como porta de entrada para a galera que conheceu Gundam Seed pela série ou pelo remake recente. Os modelos, personagens e trilha sonora remetem diretamente ao anime, e isso cria uma familiaridade instantânea para fãs novos e antigos.

Essa é uma visão de combate!

Claro, não espere profundidade narrativa. Battle Destiny nunca teve ambições nesse sentido — ele é um jogo de ação com pitadas de estratégia e personalização, mas não vá achando que vai viver um novo arco dramático com Kira Yamato ou Athrun Zala. As histórias são contadas por textos e vozes ocasionais, mas o foco está mesmo no combate. E cá entre nós? Isso não é um problema, desde que você saiba o que está comprando.

Remaster honesto, mas não ousado

É importante deixar claro: esse remaster não reinventa nada. Não há novos modos de jogo, não há online competitivo (um pecado, considerando o potencial), e nem mesmo ajustes finos no design das missões ou IA dos inimigos. O que temos aqui é uma remasterização bem-feita de um jogo já sólido, mas que poderia ter voado mais alto com um pouco mais de ambição.

Explosões no espaço…

Talvez o maior acerto da Bandai Namco tenha sido justamente não tentar modernizar demais. Eles entenderam que o charme do Battle Destiny está em sua simplicidade, e optaram por deixá-lo mais apresentável sem tirar sua identidade. Ainda assim, não custava sonhar com um modo coop local, né?

Um brinquedo de luxo para fãs de mecha

Gundam Seed Battle Destiny Remastered é como reencontrar um brinquedo de infância em perfeito estado — agora reluzente, mais detalhado, mas ainda com aquela mesma essência que fazia você sorrir. É um jogo que sabe exatamente o que quer ser: uma dose rápida e intensa de ação mecha com fanservice de sobra.

Tem Gundam pra caramba aqui.

Ele é repetitivo? Sim. Poderia rodar a 60fps? Sim. Poderia ter modos novos? Também.
Mas… eu me diverti. E no fim do dia, é isso que importa.

Para fãs de Gundam, especialmente da era Seed, essa remasterização é quase obrigatória. Para os demais, vale se perguntar: “Quero um jogo simples, direto e explosivo com robôs gigantes em combates cheios de barulho?” Se a resposta for sim, pode embarcar sem medo.


VEREDITO

Ver esse jogo ganhando nova vida em 2025 me faz sorrir. É como se a indústria lembrasse que nem tudo precisa ser um épico cinematográfico com 200 horas de campanha e árvores de habilidades infinitas. Às vezes, só queremos entrar num cockpit, soltar foguetes e ouvir um bom j-pop no fundo.

David Signorelli

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