Análises

Monster Hunter Rise

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A experiência definitiva de Monster Hunter.

Tudo o que já era bom no World ficou exponencialmente melhor com o Rise.

É, pessoal. Monster Hunter World foi um jogo em tanto, todos nós sabemos. Vários monstros, biomas ricos, conteúdos extras, o Iceborne inteirinho como expansão cheia de DLCs únicos, batalhas épicas, momentos de pura alegria, sem dúvidas. Rise fez justiça à franquia? Segue a linha e vamos conferir.

Desde que foi lançado até os dias de hoje, muita coisa tem saído para ele via atualização, desafios ou correção de pequenos problemas. Sempre os conteúdos são bem elaborados e agradam qualquer um que simpatize com o game em geral.

Magnamalo é o monstro principal desse jogo!

Agora, conseguem acreditar que um jogo consegue, tecnicamente, superar absolutamente todos os aspectos possíveis de gameplay do já maravilhoso antecessor? Acreditem pois é a realidade, Monster Hunter Rise é atualmente o game mais maravilhoso e satisfatório da franquia e, arrisco dizer, de toda a biblioteca de games do Nintendo Switch.

Desenvolvido e publicado pela Capcom, Monster Hunter Rise é um presente para quem vivenciou o Tri Ultimate (principalmente) e o World, é como o filho que nasceu dessa união de altíssimo bom gosto, com a mistura de ambientes, monstros e uma mobilidade jamais vista antes na série.

E isso é apenas o começo, tenho certeza.

OS NOVOS PRATOS DO RESTAURANTE.

Começar a falar desse jogo é uma tarefa que é um pouco difícil, mas vamos começar do começo, ok? Primeiramente é que se trata de um jogo para o console híbrido da Nintendo, que até esse momento está exclusivo para ele. 

Segundo é que eu nunca vi um desempenho tão bom num jogo online como neste título, sério mesmo, até com a nossa infame internet lenta, todos os jogadores participam dos combates altamente frenéticos sem que haja um mísero lag se quer, dados que eu tirei das minhas inúmeras jogatinas com gente de toda parte de mundo.

As diversas armas dão uma variedade enorme.

Com isso dito, eu achei que iria sentir um peso da redução técnica do gráfico do game em comparação com o World que já estava bem acostumado, mas honestamente, não foi nada que me deixou minimamente com o nariz entortado, muito pelo contrário inclusive, a parte artística, texturas, movimentação, qualidade de animação e fluência são excepcionais, superando em muitos pontos os fatores técnicos de seu antecessor com maestria.

Monster Hunter Rise traz à mesa tantas novidades que vão deixar até os jogadores mais calejados com a série sentir um ar enorme de surpresa, e um desses fatores que são muito bem vindos são as questões de mobilidade no game.

Os personagens dispõe de duas coisas que fazem toda a diferença durante as explorações, coisas que vou detalhar mais pra frente, claro, mas adiantando são: Wire Bugs e Palamutes, respectivamente os “grappling hooks” para saltar e escalar e a sua montaria versátil canina. Isso mesmo, além dos gatos, agora temos cães para dar um up nas fases enquanto exploramos e também, ambos, representando dotes estratégicos fundamentais nas lutas contra os large monster.

A BICHARADA TÁ SOLTA.

Nossa missão ao iniciarmos a jornada é clara: Defender o vilarejo de Kamura a todo custo contra os monstros invasores, todos liderados por um líder repleto de ódio e sedento de sangue chamado Magnamalo

Por muitas gerações tem aterrorizado os moradores locais, mas agora caberá a você, o Hunter, e seus companheiros para pôr um fim definitivo nessa ameaça que está à espreita.

Sem seus amigos você não é nada!

Mas enquanto isso, vamos fazer o que fazemos de melhor: Assassinar a fauna local que está ali apenas existindo, vivendo sua vida pacificamente. Brincadeira, gente.  Vamos fazer algumas missões para ajudar a galera da vila com as mais variadas quests que podem ser realizadas offline no modo história, e online no que chamamos de “hub“, onde são missões com níveis de dificuldade mais elevados que os que encontramos no vilarejo normalmente.

Missões que podem ser feitas perfeitamente sozinho caso queiram um desafio maior, diga-se de passagem, embora eu absolutamente não recomende, mas estejam avisados que, ao encarar sozinhos as missões do hub, vocês ficarão por muitos minutos ralando os monstros até que eles venham finalmente a ceder e… morrer. Mas para que isso tudo venha a acontecer, vamos conhecer um pouco o que estaremos lidando de agora em diante.

Lembrando, claro, que é necessário uma assinatura do serviço online da Nintendo para se jogar com os outros, exceto via Ad-Hoc, localmente.

HUNTERS, PREPAREM AS ARMAS!

Eu ouvi muita gente reclamando do fato de que o jogo não possui novos tipos de armas para alavancar o já enorme acervo disponível, mas os mesmos esquecem que temos ao nosso dispor 14 tipos de maneiras de se experimentar esse jogo, armas pesadas, leves, de curto e longo alcance que, além da enorme gama de árvores de equipamentos, o jogador irá dispor de habilidades únicas que poderão ser obtidas e trocadas entre missões, o que resultará muito positivamente o andamento dos combates.

Se possível jogue online, é uma experiência única.

A versatilidade dessas habilidades tornam mais atrativas as escolhas dos diferentes tipos de equipamentos para os jogadores que nunca quiseram arriscar jogar com algo que não se sentiam confortáveis antes. Eu por exemplo, nunca iria em uma missão trabalhosa no World com Sword & Shield ou Hunting Horn, coisa que eu faço com mais segurança no Rise por conta de toda essa questão de deixar as armas mais amigáveis ao uso do que no game anterior.

E essa amigabilidade toda ocorre com todos os tipos de armas, fazem a experimentação algo mais divertido e fortalece pra caramba o gameplay quando estamos caçando algo que apanha mais para um determinado tipo de “impacto”, como blunt ou corte, não deixando o jogador limitado a cortar pedra com uma espada ou tentar achar uma maneira bizarra de cortar um rabo com um martelo (Sim, é possível).

Lembrando que isso não deixa uma determinada arma mais “boba” ou “overpower” durante a jogatina, mas sim abre uma janela para muitas outras oportunidades nas lutas. 

Essas habilidades são todas executadas ao atacar normalmente em alguns casos ou apertando ZL + X e ZL + A, usando uma barrinha ou duas do wirebug, simples assim.

Os antigos heróis irão lhe dar conselhos valiosos.

Como eu havia falado anteriormente, dentro dos 14 tipos de armas há inúmera árvores de equipamento nessa lista, equipamentos com variedades elementais bem focadas, outras com uma pegada não-elemental voltada para críticos e afins, eu não saberia mesmo contar quanta coisa é forjável nesse jogo, até porque você pode, acima de tudo, forjar equipamentos para seus palicos e palamutes.

Os inimigos são todos catalogados detalhadamente no seu caderno de anotações, então nele você poderá conferir as chances de um item X dropar, poderá também ver contra o que ele é forte ou fraco, o que pode ser quebrado ou cortado, e assim sucessivamente, deixando a gestão toda de combate na mão do jogador, o que é muito maneiro.

BELEZA, ESTOU PRONTO PARA ME JOGAR NO FOGO DA BATALHA?

Ninguém disse que não, né? Mas Monster Hunter Rise, assim como os anteriores, segurarão na sua mão só na primeira parte do game, depois é você e você mesmo, colega.

Então, o que fazer? Aprender os básicos. Aprender a usar os recursos da vila de maneira eficiente, aprender a usar os equipamentos no hall de treino, aprender que não se pode ir para uma missão sem comer e, por fim, criar seus itens e preparar os loadouts

É engraçado falar de “comer antes de partir“, mas é um ritual que se faz desde os jogos mais antigos da franquia. Basicamente, comer serve para aumentar sua vida e sua stamina base e lhe conceder algumas habilidades que são ativadas com uma determinada percentagem de sucesso, sejam elas para aguentar stuns de rugidos ou coletar mais recursos ao explorar as fases, acaba sendo essencial isso.

Palamutes adicionaram agilidade a jogabilidade.

Não temos como fugir muito disso não, mas para nossa alegria, o jogo traz quase tudo pertinho de você; o lugar de forjar equipamento, de comer, o seu baú para coletar seus itens e criá-los, pegar as missões e etc, e os recursos utilizáveis ali dentro são bem explicadinhos, tutoriais rápidos de ler e pegar, mas esteja pronto para isso virar rotina entre uma missão e outra, ok? Kamura está ali para ajudar, mas por favor, leia as coisas.

Claro que agora que Monster Hunter está mais vertical, os palamutes e os wirebugs tem uma tarefa bem importante para praticamente tudo ali dentro. Começando que seu personagem agora pode escalar tudo o que tem pela frente utilizando esses bichinhos, você poderá escalar verticalmente e andar nas paredes no melhor estilo Prince of Persia (alguém?), ideal para sair de uma emboscada e se recuperar, mas a ideia é que isso dá mais liberdade para explorar cantos difíceis de se chegar nos cenários, revelando itens-chave ou pontos de coleta de materiais raros.

Enquanto os palamutes servem como companheiros de luta e montaria, ao estarmos montados, nós podemos atacar, escalar, usar itens de cura, afiar sua arma, correr e até mesmo coletar os itens do chão. Palamutes são especialmente importantes porque são muito rápidos, então para perseguir um monstro em disparada, ele é o ideal.

NO FINAL DO DIA, UM DESCANSO?

Merecidos descansos virão depois de uma batalha fervente, claro, mas as recompensas são sempre muito maiores do que apenas receber um itenzinho no final de cada quest, mas sim uma sensação de realização pessoal muito intensa e predominante que só pode ser sentida com a experiência.

Jogar online e offline oferecem graus altíssimos de diversão, uma coisa não atrapalha o andamento da outra, então é bem legal curtir sem compromisso a companhia de um estranho para ajudar com uma quest ou sermos ajudados. 

Essa é a boa parte de se jogar online com alguém, e Monster Hunter não é um game competitivo, mas sim cooperativo, então não haverá mesmo essa corrida de se tornar melhor que alguém numa partida, mas sim fazer o seu papel ali dentro de maneira eficiente para que todos saiam ganhando no final das contas.

ORA BOLAS, ACABOU A BATERIA DO JOY-CON.

Com mais de 50 monstros até agora, Monster Hunter Rise é um game enorme e vai fazer você jogar por mais de 100 horas tranquilamente, eu mesmo já tenho 700 horas no World, e para isso se tornar realidade no Rise é quase que certo. 

Preciso dizer que é fácil o melhor jogo de Nintendo Switch que já joguei, e honestamente não consigo imaginar que haverá um outro tão bom quanto esse.

Monster Hunter Rise é compra certa garantida, terá sempre conteúdo novo por alguns anos como sempre tem feito a Capcom, então não tenho mesmo como reclamar de nada ali dentro. Apresentação, gameplay, som, departamento artístico, tudo está no talo; é a perfeição.

Pros

  • Jogabilidade melhorada, mais amigável e agradável para novatos e experientes.
  • Adição de verticalidade no jogo transformou a experiência positivamente como um todo.
  • O retorno de vários monstros clássicos re-imaginados.
  • A melhor trilha sonora da série toda.
  • Sistema online impecável, fluente, intuitivo e divertido.

Contras

  • Você não ter jogado isso ainda.

Fábio Kraft
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