Análises

World’s End Club

8
Vou testar isso aqui para ver o que acontece com o gordinho.

Um aventura com um tom bem macabro, mas com fortes laços de amizade.

World’s End Club é uma experiência no mínimo interessante. Embora não seja muito o meu tipo de jogo, eu tenho que ser honesto aqui; a trama é realmente muito boa, é muito bem escrito os diálogos e a personalidade dos personagens realmente brilham bastante. Mas, no quesito “gameplay”, muita coisa parece meio fora de lugar, um pouco estranho, com a sensação de falta de polimento em alguns seguimentos.

Me acompanhem aqui que eu irei explicar um pouco sobre minha experiência com este título para o Nintendo Switch.

World’s End Club, distribuído pela NIS America, é o que eu chamaria de um jogo de plataformas com puzzle, a definição real é um tanto confusa por conta da diversidade de aspectos peculiares aqui dentro.

O jogo começa em um estágio da história bem avançado, momentos antes do confronto final do game, introduzindo assim alguns personagens e um pequeno tutorial dos comandos, mas após essa doideira toda, o game começa de verdade com um grupo de jovens em uma viagem bem bizarra de ônibus que acaba sendo interrompida por um meteoro que cai nas proximidades e, aparentemente destrói tudo em sua volta, fazendo com que todos sejam arremessados para longe com o impacto.

Mas antes disso tudo, a galera assiste a um vídeo assustador com um jeitão de “gente de verdade” (digo isso porque nossos heróis são super cartunizados e tal) a respeito de um jogo que soa como um battle royale, narrados por um tipo de demônio voador sinistro pra caramba, dá medo.

A cara de alívio ao sair de uma situação complicada.

Até aí beleza, né? Acaba que todos eles acordam em um parque temático no fundo do oceano, saindo todos de capsulas metálicas, confusos pra caramba com o que está acontecendo. Depois de ter tudo revelado por aquele demônio voador de antes, os então amigos terão que impedir que seus amigos realizem suas tarefas (contidas em segredo) para que bem, eles não morram.

Então o pânico começa e as reviravoltas e traições começam a vir a toda, tudo num clima pesadão e, muitas vezes, até forçadamente com vergonha alheia, mas sim, muito tenso num geral. Confesso que fiquei bem chocado com as perseguições e as situações de morte, é legitimamente assustador.

Tecnicamente o jogo é feinho, os cenários são interessantes mas os gráficos parecem bem defasados, a jogabilidade tem um aspecto estranho também. Mas roda em quadros fluídos e o departamento artístico, sonoro e de dublagem são bem competentes. Recomendo jogar o jogo em japonês, a propósito. Há linhas de diálogo que não são falados em inglês por algum motivo.

Os acampamentos são os melhores momentos na minha opinião.

A grande magia dessa primeira fase é ficar imerso no que está rolando e tentar de alguma forma fazer com que seus amigos não morram, e no processo ir conhecendo um pouco mais sobre cada um. Mas para não dar spoilers, vou parar de citar momentos do enredo aqui, porque na verdade é um dos poucos pontos realmente positivos aqui, infelizmente.

Obviamente não ficamos o jogo todo debaixo do oceano, partiremos para a superfície para saber o que que houve de fato com o Japão, e enquanto vamos em busca de respostas, vamos em busca de sobreviventes também, criando um sentimento de responsabilidade da nossa equipe, que posteriormente se auto-entitulam de Go-Getter’s Club, way to go!

Enquanto a trama se desenrola e ficamos mais próximos dos personagens, as fases ficam com puzzles mais complexos de se resolverem, começam a aparecer novos inimigos, chefes, o despertar de habilidades entre os heróis e desafios diversos.

Go-Getter’s Club!

E é exatamente aí que eu fico um pouco triste com esse jogo pois apesar de realmente sentirmos um progresso legal na trama, parece que o jogo no sentido de gameplay em si não progride em nada.

Os puzzles são mais difíceis, beleza, mas acabam sendo repetitivos e até chatos, enquanto os inimigos e até mesmo os chefes parecem que não foram tão bem criados como o primeiro, com toda aquele background assustador de assassino sinistro.

Os maiores desafios do game acabam sendo os momentos de plataforma que são péssimos por conta dos saltos com delay, de ficar correndo de um lado para o outro dos chefões ou mirar um projétil com precisão duvidosa – particularmente me cansou um pouco.

Mas nem tudo é ruim, Existem muitos momentos durante a jogatina, mesmo no que diz respeito ao gameplay, que é legitimamente legal. As interações dos personagens são bem interessantes de verdade, quando eu digo que a gente se apega aos personagens, a gente realmente se apega a eles, também nos momentos em que acampamos no mapa mundi, os bate papos entre as fases, a divisão de equipes mais pra frente, são pontos positivos que ajudam a levar o jogador a zerar o game.

O melhor vilão do game.

Meu veredito é: Vale a pena jogar! É um joguinho meio confuso no design que foi adotado, dos menus e aspectos de gameplay, mas a trama e os personagens são os pontos que brilham pra caramba neste título. Se seu tipo de jogo é uma aventura com uma pegada de mistério e battle royale, esse é o jogo para você.

World’s End Club pode ser finalizado em torno de 20 horas, há um true ending para se fazer e o jogo realmente conclui, não há um cliffhanger chatão ou algo do gênero, o que é um ponto super positivo na minha opinião.

Pros

Enredo desenvolvido pelos mestres Kotaro Uchikoshi e Kazutaka Kodaka.
Personagens incríveis, cheios de personalidade.
Ambientes pós-apocalipticos que muito me agradam.

Contras

Jogabilidade fraquinha.
Puzzles e seguimentos de gameplay decepcionantes em boa parte do jogo.

Fábio Kraft
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