Análises

Dragon Quest Monsters: The Dark Prince

9
Que tal um jogo realmente bom de capturar monstros? Aqui está!

Dragon Quest Monsters: The Dark Prince surge como a mais recente adição da série ao catálogo de RPGs para o Nintendo Switch, tornando-o como um excelente spin-off da já mundialmente conhecida série Dragon Quest.

Exclusivo para a plataforma da Nintendo até o presente momento, o jogo representa uma surpresa empolgante para os amantes do gênero, proporcionando uma experiência animadora para os jogadores que buscam por novas aventuras. Lançado no final de 2023, o título destaca-se por sua abordagem mais leve, uma característica rara nos RPGs contemporâneos na minha opinião.

A narrativa de Dragon Quest Monsters: The Dark Prince acrescenta um toque emocional ao enredo, focando na jornada de Psaro, um personagem meio-humano meio-monstro em busca de vingança contra seu próprio pai. Motivado pela negligência paterna que resultou na morte de sua mãe, Psaro enfrenta uma maldição que o torna incapaz de lutar contra seres com sangue de monstro. Essa trama intrincada e emocionalmente carregada proporciona uma dimensão única ao enredo, afastando-se das convenções típicas do gênero e oferecendo uma experiência de jogo envolvente, apesar de muitos acharem que é pode acabar se tornando um clone de Pokémon.

Apesar de sua temática mais leve e momentos épicos característicos da série Dragon Quest, The Dark Prince não se distancia da excelência. O jogo, embora não siga o caminho mainstream, destaca-se pela qualidade de sua produção, levando os jogadores a se envolverem profundamente na jornada de Psaro e seus sistemas bonitos e complexos de composição de monstros e acervo para sua equipe. Ao assumir o papel de treinador de monstros, os jogadores mergulham em um universo onde a cooperação com os habitantes monstruosos é essencial para alcançar o sucesso, mesclando-os com foco em força bruta, suporte, debuff, healer dentre muitos outros. Essa abordagem contribui para a singularidade do título, conquistando tanto os fãs dedicados quanto os novos da série.

Dragon Quest Monsters: The Dark Prince possui uma abordagem evoluída da fórmula de captura de monstros. O ciclo da fluência do jogo consiste em explorar uma área aberta que está em constante modificação em seu sistema de estações do ano, recrutar e treinar uma equipe de monstros, enfrentar uma série de inimigos em torneios ou derrotar o chefe no final de uma dungeon, e depois seguir para a próxima área para repetir o processo com novos monstros e oponentes mais fortes basicamente. Com mais de 500 monstros para adicionar à sua Monsterpedia, é divertido descobrir novos tipos e experimentar como eles podem se encaixar em sua equipe com sua enorme diversidade de habilidades e roles que podem seguir.

Cada monstro em Dragon Quest Monsters tem uma classificação que determina a força relativa de sua espécie, enquanto estatísticas e habilidades distintas conferem a cada monstro uma vantagem única. A obtenção de novos monstros ocorre por meio de recrutamento durante as batalhas, mas o sucesso está longe de ser garantido. Durante a tentativa de recrutamento, seus monstros ativos atacam simultaneamente em uma “demonstração de força” que aumenta as chances do monstro escolhido se juntar a você, sendo que monstros mais fracos geralmente têm maiores porcentagens. Existem alguns itens que podem ser usados para obter uma melhora bem irrelevante, mas a espera pela decisão do monstro sempre gera tensão, especialmente porque você só tem duas ou três tentativas antes que ele fique “irritado” e impossibilitado de capturar.

Além do recrutamento, novos monstros podem ser adicionados à sua equipe por meio da fusão de dois monstros que atingiram pelo menos o nível 10. Esta não apenas é a maneira mais rápida de obter alguns dos monstros mais poderosos para sua equipe, mas também a única forma de adquirir vários monstros, e que por sinal, misturar sempre o que você não tem vai acabar acarretando dos monstros estarem em . O monstro resultante da fusão sempre herda algumas árvores de habilidades que você seleciona dos dois pais, o que pode levar a efeitos verdadeiramente poderosos se planejado com antecedência e muita paciência. Gostaria que fosse mais fácil readquirir monstros excluídos por meio da fusão, já que não há um compêndio de demônios como vistos em jogos como Persona para poder comprá-los novamente, o sistema ainda adiciona muita diversão à construção constante de sua equipe por meio da renovação contínua de seu lineup, já que é legal pra caramba ficar re-explorando as localidade… E o dinheiro in-game é meio escasso também.

O combate é baseado em turnos, onde seus quatro monstros ativos lutam autonomamente ou de acordo com suas ordens (caso eles sejam Small, se forem maiores, poderão compor times menores, por questões de slot mesmo). Cada monstro pode ser configurado para priorizar ações específicas, como atacar ou curar, e vale salientar que a inteligência artificial de batalha automática se sai muito bem na maioria dos encontros com inimigos comuns (Na maioria dos casos, pelo menos). Ao enfrentar inimigos mais difíceis e equipes, geralmente é melhor dar ordens às suas unidades individualmente, semelhante ao combate padrão da série Dragon Quest. Embora o sistema aqui seja tão simplificado quanto o combate por turnos pode ser, os fundamentos são bem executados, tornando-se mais interessante através do uso de habilidades. O que eu acho que acaba deixando o jogo meio casual é a questão de deixar as batalhas em auto-battle, na sua grande maioria do tempo enquanto você vai em busca de monstrinhos repetidos ou passando de dungeons mais longas.

De toda maneira, em alguns níveis, um monstro ganhará alguns pontos de talentos que você pode distribuir entre suas árvores de habilidades. Essas árvores oferecerão aumentos de estatísticas ou desbloqueiam novas ações que o monstro pode usar, com novos desbloqueios ocorrendo em limites específicos para cada árvore. Isso significa que mesmo dois monstros da mesma espécie podem desempenhar papéis radicalmente diferentes na equipe, dependendo das árvores que você escolheu desenvolver, proporcionando várias abordagens para a construção de sua equipe. Além disso, há algo bem satisfatório na sensação de progresso que esse sistema de habilidades oferece ao jogador; praticamente cada batalha concluída resultará em pelo menos um de seus monstros subindo de nível e ganhando mais aumentos de estatísticas ou pontos de habilidade, dando sempre a sensação de que você está progredindo em um bom ritmo.

Para aprimorar ainda mais a profundidade estratégica, Dragon Quest Monsters: The Dark Prince introduz um sistema de fusão de monstros, permitindo que você combine as habilidades de dois monstros para criar uma entidade mais poderosa e versátil. Essa customização aprimorada permite que os jogadores explorem ainda mais as ligações entre as habilidades dos monstros, adicionando uma camada adicional de estratégia à construção de equipes, tendo em vista que é possível unir e mesclar árvores de habilidades que contenham o mesmo tipo de atributo, como Defense 1 e Defense 2, e assim sucessivamente. A fusão não apenas amplia as possibilidades táticas, mas também adiciona uma dimensão de experimentação e descoberta, o que acaba incentivando os jogadores a buscar combinações diferentes que se melhor combina com seu estilo de jogo. Esse aspecto de customização rica, aliado ao sistema de habilidades, eleva a experiência de combate a um nível mais profundo, proporcionando uma sensação gratificante de controle sobre o desenvolvimento de sua equipe de monstros.

Do ponto de vista visual, Dragon Quest Monsters: The Dark Prince se mantém ao estilo característico da série criado por Akira Toriyama. Embora os ambientes possam parecer um pouco comuns, o destaque aqui são os designs dos monstros, verdadeiramente estrelas do show, apresentando características peculiares e engraçadas e memoráveis. Novos monstros, como o Darky ou Sabertiger, se encaixam perfeitamente ao lado de clássicos como o icônico Slime. Teria sido interessante ver um pouco mais de capricho na questão das taxas de quadro, pois esta versão pode parecer um pouco afogada, mas, no geral, parece atender ao padrão estabelecido pelos lançamentos mais recentes da série Dragon Quest.

VEREDITO

Dragon Quest Monsters: The Dark Prince é um RPG envolvente de captura de monstros que combina visuais maneiros com jogabilidade viciante, proporcionando uma experiência verdadeiramente boa e imersiva. A espera desde o último lançamento fora do Japão parece ter valido a pena. Se você é fã de Dragon Quest ou RPGs de captura de monstros, sugerimos que experimente este jogo!

David Signorelli