Análises

SaGa Scarlet Grace: Ambitions – Análise

7.5
Finalmente no Ocidente
Pode não ser um jogo perfeito, mas as coisas boas sobressaem as ruins. Apesar do sistema meio complicado, passa fácil das 100 horas de gameplay, tem um desafio elevado e as batalhas são recompensadoras.

SaGa Scarlet Grace: Ambitions chega ao Nintendo Switch, PC, iOS, Android e PlayStation 4. 

Desenvolvido e distribuído pela Square-Enix, o povo que gosta de JRPG pode ficar animado pois este é um jogo bem extenso, desafiador e bonito que agrega super positivamente a já rica biblioteca de bons RPGs para os consoles, principalmente o Nintendo Switch, plataforma em que essa análise é baseada.

SaGa Scarlet Grace foi originalmente lançado para o PSVita em 2016 e acabou ficando somente na terra do sol nascente para infelicidade dos fãs dada a notícia na época de seu lançamento, porém como dito anteriormente, recebemos agora a versão localizada e atualizada, e como o título sugere, é um game bem ambicioso e ousado no estilo de gameplay em que foi adotado, mantendo em sua essência o que representa SaGa sobre as mecânicas do sistema de batalha primordialmente, mas agora com uma pegada de mapa aberto inteiramente não linear. Ficou bom, ficou ruim? Vamos as minhas impressões. 

Mas antes de começarmos, esse review é patrocinado pela Square-Enix, que nos forneceu uma cópia para análise via #SquareEnixPartner. Muito obrigado, como sempre!

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O jogo tem uma apresentação excelente, é a primeira boa impressão que temos logo que iniciamos. A animação de introdução em si é contada de maneira cinemática com uma alta e clara dublagem que explica um pouco da lore do game. Após isso, respondemos 7 perguntas que definirão qual dos 4 personagens principais iremos iniciar a campanha, os personagens são Urpina, Taria, Balmaint e Leonard, cada um deles com capítulos bem distintos dos demais, incentivando um replay posterior.

A história do jogo fala sobre um deus maligno, o Firebringer, que aterrorizou a humanidade por centenas de gerações e, desde então, as pessoas tem se defendido contra toda re-aparição dele e seus soldados. Após um milênio da vitória sobre ele, os lideres de facções e o império chegaram em uma época de paz, e enfraquecidos por esta causa, diversos surtos de rebeldia contra o poder tomaram conta do mundo, e cabe nossos heróis achar um meio de trazer a paz de volta diante de tanto caos.

Para quem jogou no PSVita, você poderá decidir se já terminou a campanha com um determinado personagem para não precisar fazer tudo de novo, ou carregar itens como um carry-over no seu arquivo de save. As diferenças não são notáveis para a maioria do publico porque são adições sobre a versão japonesa, o que tem de novidade são lojas que facilitam a venda de itens obsoletos, uma agência para enviar a galera da sua equipe para pequenas missões, NPCs especiais que liberam novas quests, etc.

Demorei um pouco para me acostumar com a maneira que o jogo flui, é lamentável a ausência de locais exploráveis, o fato de você não conseguir andar em vilarejos e dungeons me decepcionou bastante, infelizmente a impressão que eu tive quando estava jogando era um RPG de batalhas em arenas, substituindo a exploração por batalhas sequenciais como um endurance round em meras navegações de menus. 

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Nesse jogo é possível montar seu time com os personagens que você acaba recrutando durante a história, como cada um tem um tipo de arma preferida – uma aptidão digamos assim, vai colaborar para aprender as skills durante as lutas (os sparks) ou causar mais dano bruto. 

No sistema de batalha ainda, agora conseguimos ver a ordem em que os inimigos e os aliados vão agir, podendo-se ter um visual mais aberto e trabalhar melhor nas estratégias, principalmente quando somos atacados por um grupo grande de inimigos, então todas as habilidades de atraso de turno ou os que dependem de 2 ou mais turnos para executar uma skill, acaba sendo uma mão na roda, algo muito necessário para não se dar mal. Eu ainda não consigo compreender muita coisa desse jogo, algumas coisas relacionadas a criação de itens e upgrades, ou a maneira que as magias evoluem tem muito “mistério” e entrelinhas estranhas, algo que não era para ser super complicado na minha opinião.

Outro aspecto bom é que se seu membro de equipe fica sem LP, ele não morre para sempre, o personagem poderá ser revivido nos vilarejos as custas de itens que você obtém ao vencer um conflito, ainda bem, pois morte permanente era algo bem comum na série.  

Graficamente ele não é o título mais bonito que temos no mercado, mas acaba compensando bastante na grande diversidade de animações e ataques durante as batalhas, no design dos personagens durante as conversas e até no estilo do mapa mundi que lembra um jogo de tabuleiro. Quem jogou Legend of Mana? Muito parecida disposição das dungeons e cidades, eu gosto bastante do fator criatividade nos jogos, quebra a mesmice do tradicional. O jogo também está todo em belíssimos 1080p cristalinos e 60fps cravados. A trilha sonora continua a par com os outros games da série, Kenji Ito mostra sempre uma vibe tradicional e fascinante nas composições dele. Música, dublagem e sons são de primeira. 

SaGa Scarlet Grace: Ambitions pode não ser um jogo perfeito, mas as coisas boas sobressaem mais que as ruins, então eu vou sim recomendar, é um jogo que vai passar fácil das 100 horas de gameplay, tem um desafio de arrancar os cabelos e as batalhas são super recompensadoras. Vou voltar pra ele e finalizar com os outros personagens e dar mais uma chance e curtir o resto dos eventos e batalhas que ficaram pra trás. Tem muito conteúdo para ser visto nele, pena por um detalhe ou outro, mas dá para tirar um excelente proveito. 

Pontos Positivos

  • Design geral do jogo é muito polido, de bom gosto
  • Sistema de batalha clássico da série
  • Trilha sonora de primeira
  • O mapa mundi é bem original e tudo o que acontece no jogo aparece por lá como um tabuleiro, maneiro!

Pontos Negativos

  • Sistema confuso de crafting e magia
  • Não há dungeons para percorrer ou cidades que você possa caminhar
  • Muitos menus 
  • Dificuldade do jogo escalona demais em conflitos sequenciais

Fábio Kraft
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