Análises

Tales of Berseria – Análise

Tales of da nova geração
Com bom enredo e jogabilidade, Tales of Berseria é mais uma excelente adição a série e fica ainda melhor se você jogou Tales of Zestiria.

Tales of Berseria é mais um título da famosa série de Action RPG, desenvolvido e distribuído pela Bandai Namco, o jogo é um prequel do universo de Tales of Zestiria (o game, e o Zestiria animation, o anime exibido nas televisões japonesas), para PS4 e Steam.

Tales of Berseria é oficialmente o primeiro título da série a dar o salto para a nova geração, embora Zestiria tenha sido portado antes.

História

Logo ao iniciar o jogo somos recebidos com uma abertura de altíssima qualidade de animação e uma canção da banda Flow, conhecida por suas músicas fortes e de personalidade, vistos em Code Geas e Eureka Seven e muitos outros títulos de animes. Burn, o nome da música, predita o rumo do enredo e o tipo de aventura que iremos encarar dessa vez, uma história predominante de vingança a todo custo.

A história de Tales of Berseria se passa centenas de anos antes de Tales of Zestiria acontecer, contando a trajetória de Velvet, a personagem principal.

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Sem contar spoilers, um surto de um tipo de maldição toma conta do mundo, fazendo que seja necessários um grupo especial de exorcistas para conter essa epidemia, já que métodos normais não surtem efeito contra esse tipo de inimigo.

Nisso, nossa heroína é pega de surpresa em um ataque em seu vilarejo e posteriormente observa um ente querido sendo sacrificado, livrando temporariamente todos de um fim, e desencadeando diversos fenômenos pelo mundo.

Porém Velvet encara a situação como uma atrocidade injustificável, as custas do sacrifício de uma pessoa amada em prol da humanidade. Momentos após essa cena, ela tenta em vão se vingar, mas acaba sendo derrotada miseravelmente e acaba numa prisão isolada no mar junto aos piores bandidos do planeta.

Ela é confinada por 3 anos sendo obrigada a lutar e devorar seus inimigos, até que uma oportunidade surge para ela dar continuidade a sua peregrinação de vingança.

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Velvet e seu grupo de piratas

A história é muito bem escrita e dirigida, cheia de conteúdo que vai manter o jogador sempre atento a pequenos eventos ou skits (cenas opcionais que ativam com um determinado requisito). Os personagens são ótimos e todos eles possuem um background e personalidade muito particulares, fazendo com que as interações entre o grupo seja muito humanas e naturais, com diversos conflitos de idéias e brigas que são bem hilárias pois todos são bandidos e piratas procurando sempre ser irônicos ou intimidar uns aos outros.

Jogabilidade

Sem dúvidas o aspecto mais importante do jogo é seu gameplay, e a série sempre inova principalmente nos sistemas de batalha.

A grande e principal diferença do seu antecessor é que agora as batalhas ocorrem em arenas ao invés do cenário local, o que deixa a movimentação muito menos limitada dentro de dungeons ou florestas com obstáculos.

O jogador pode customizar seus ataques e artes dentro de até quatro sequências, fazendo que o encaixe de certos golpes surtam efeitos mais positivos sem que haja aquele quadro fixo como em Tales of Graces F.

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O sistema de batalha é rico e complexo e os jogadores menos experientes podem levar algumas horas para entender bem os mecanismos de extensão dos ataques através de Blast Gauges (pontos especiais usados para trocar de personagem no meio da batalha, usar os mystic arts ou dar sequência aos combos), dentre outros fatores de característica de RPGs (status e efeitos adversos por exemplo).

Tales of Berseria segue os moldes de exploração de Zestiria com mapas em escala x1, uso de recursos como cortar, empurrar, saltar obstáculos, explorando os vastos e variados campos e dungeons cheios de colecionáveis e itens espalhados.

O que acaba pecando é a linearidade das dungeons e a quantidade de backtracking que somos forçados a fazer para completar os opcionais.

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Embora não seja necessariamente um problema grave ao avançar na história, esse fator é cansativo e pode acabar desanimando bastante.

Por outro lado, o jogo conta com inúmeras quests e bosses opcionais que promovem um sério desafio para os que procuram um pouco mais de adrenalina na aventura.

Tanto as quests quanto as hunts são bem recompensadoras então na maioria dos casos a melhor hora de enfrentar esses chefes é quando eles aparecem para poder seguir o jogo com uma grana extra ou algum equipamento muito mais forte que os que se encontram normalmente. para os amantes de um bom jRPG a oportunidade de um grind é sempre bem vinda.

Graficamente o jogo é bem polido, rodando a 60 FPS constantes e com um toque artístico de primeira. Atenção especial aos céus volumosos e cenários naturais, efeitos lindos de luz e sombra  assim como o grande nível de detalhamento nas cidades e vilarejos. Como não poderia deixar de ser o jogo também conta com cutscenes de ação de qualidade com ótima animação e atuação como visto em todos os Tales of recentes.

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Trilha Sonora

Com um toque de leveza único nos momentos de paz e vilarejos calmos e o tradicional estouro do rock progressivo do compositor Motoi Sakuraba durante as batalhas principalmente, a trilha sonora da série é sempre uma experiência agradável e Berseria não é exceção.

Estamos diante daquela que é possivelmente a melhor trilha sonora da série até agora, contando com uma ampla quantidade de faixas de excelente qualidade que orquestram o jogo muito bem do início ao fim.

A dublagem também não fica atrás. Ainda que a atuação dos dubladores japoneses seja superior, a qualidade da dublagem americana melhorou bastante, sendo um dos pontos altos do título.

Em conclusão, Tales of Berseria é mais uma excelente adição a série e os fãs podem esperar uma aventura de primeira. Fica ainda melhor se você jogou Tales of Zestiria, mas é um jogo que não depende de um conhecimento prévio para ter 100% de aproveitamento.

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Pontos Positivos

  • Trama envolvente com um grupo de piratas
  • Sistema de batalha dinâmico e divertido

Pontos Negativos

  • Linearidade das dungeons
  • Constantes backtrackings quebram o ritmo da aventura
Fábio Kraft
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