Análises

The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel III

8
Um dos melhores JRPGs da geração

A Falcom entregou mais um excelente JRPG no Nintendo Switch que irá garantir horas e mais horas de diversão para os fãs do gênero

O primeiro ponto que eu gostaria de comentar, antes mesmo de falar sobre o jogo em si, é o quão boa e importante é a série The Legend of Heroes para o universo de RPGs. Desenvolvida pela Falcom e distribuída pela NIS America, a série tem atravessado vários anos com maestria em direção, música, roteiro e muito bom gosto juntos com outros clássicos da softhouse, como Ys, por exemplo.

A primeira boa experiência que eu tive com a série começou com o arco do Trails in the Sky, lançado por volta de 2004 para o PSP. Embora essa não tenha sido a versão que eu joguei, eu fiquei impressionado pela quantidade de amor que dedicação que foi colocado nesse universo todo, a maneira que os NPCs vivem suas vidas, a forma que a trama se encaixa direitinho com as linhas dos tempos dos outros jogos, o desenvolvimento e relacionamento dos seus personagens para uns com os outros, é fenomenal.

Para quem não jogou a série antes, comece pelo Trails in the Sky, a trilogia está toda na Steam, aproveitem essa celebração fantástica que é essa série. E, com isso dito, temos a introdução do terceiro arco do Legend of Heroes moderno (sim, o terceiro arco e o terceiro game deste arco), que trata-se de The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel 3.

Anteriormente lançado para o PlayStation 4, no Nintendo Switch é uma experiência bem semelhante ao que já vimos. A única coisa que eu notei bastante, logo de cara, é a comparação da resolução de uma versão com a outra, e infelizmente a do Nintendo Switch acaba deixando alguns textos e números bem difíceis de serem lidos, como estatísticas de HP/TP por exemplo, incomoda um pouco mais do que deveria para ser bem honesto aqui, acredito que poderia ter sido resolvido com um leve aumento do tamanho das fontes, mas, do jeito que está, não está muito legal esse detalhe.

Entretanto, o jogo, apesar do problema citado acima, roda perfeitamente no console híbrido da Nintendo, sem cortes na dublagem por falta de capacidade de armazenamento, sem cortes de cenas ou quedas drásticas de framerate, deixa o game páreo a sua contraparte no console da Sony. Uma alternativa legal para quem experimentou os dois outros anteriores no PS3 ou na Steam e acabou optando por adquirir o Switch ao invés do PlayStation 4.

Falando nisso, é bem provável que em algum momento a Falcom acabe lançando os dois numa coletânea, já que já temos em mãos a terceira e agora a quarta instalação do jogo já está confirmada para o Switch também, o que nos resta é esperar. O importante é que não é muito necessário jogar os games anteriores, pois como de costume, há um resumo dos acontecimentos até o ponto em que se inicia essa nova etapa da trama contados de uma maneira super detalhada, mas claro, nada vence a experiência de sentir na pele o que se passa na íntegra, então se possível, claro, jogue os anteriores. 

Mas o que é Legend of Heroes: Trails of Cold Steel III e porque eu devo jogar? A resposta para essa pergunta é porque ele simplesmente faz parte de uma das mais brilhantes campanhas de RPG eletrônicos já apresentados, e essa instalação trás um aperfeiçoamento do que já era bom dos seus antecessores. Sistema de batalha em turnos bem rápidas com seleção de dificuldade que alimentam bastante o instinto masoquista de morrer para o primeiro inimigo do jogo miseravelmente, ele é cheio de side-quests com fundamento e frutíferas de verdade, e mini-games para se experimentar como enorme game de pesca, um completo e complexo mix-and-match de órbes de magia e atributos que fazem toda diferença na hora de virar o jogo em uma batalha difícil, e até mesmo, pasmem, mechas gigantes munidos de todos os tipos de armas para descer o pau na oposição.

Cold Steel III é um RPG dividido em capítulos e um pouco linear, isso é verdade, mas dentro desses capítulos podemos ir e vir de diferentes regiões para completar os objetivos que ficaram para trás, mas que se prosseguirmos um pouco, podemos falhar para sempre algumas quests, infelizmente. É importante que busquemos sempre fazer tudo e mais um pouco dentro daquela janela de tempo que temos disponível durante um evento e outro, até porque os textos e até mesmo algumas cenas acontecem durante essas transições de avanço no enredo.

Falcom mandou muito bem, como sempre tem feito ultimamente, isso não resta dúvidas. Mas comentar detalhes da história do jogo, por se tratar de um ponto onde estamos indo para a metade da trama, é muito complicado. O negócio é que nosso herói e seus amigos se metem num buraco que fica muito complicado de se sair, e a maneira que eles vão ter que lidar com isso terá um preço altíssimo a ser pago, mas qual seria este preço? Só jogando para saber. Aviso que o game termina com um cliff-hanger para o quarto, óbvio, mas que cliff-hangerzinho da hora que foi esse.

Por fim, em questão dos gráficos, gameplay e trilha sonora (que diga-se de passagem que é a melhor da série, sem sombra de dúvidas) principalmente, o jogo é bem competente sim, e como todo amante de RPG, eu recomendo fortemente a aquisição desse jogo na plataforma da Nintendo, desse jogo e de todos os outros que compõe a saga. 

Pros

  • Jogo rápido, polido, bem feito em todos os aspectos
  • Sistema de batalha legitimamente instigante, desafiador
  • Personagens carismáticos, com história, background, lindinhos
  • Batalhas de mechas são uma das partes mais legais
  • Trilha sonora de primeira

Contras

  • Resolução acaba deixando os textos com uma visibilidade bem ruim
  • O mapa e alguns cantos dos modelos 3D são meio serrilhados

Fábio Kraft
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