Análises

WitchSpring3 [Re:Fine] – The Story of Eirudy

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Um RPG de turnos com um charme desajeitado!

Estou satisfeito em que os fãs desta franquia coreana terão a chance de tê-lo em uma plataforma importante e não precisar recorrer a um aparelho de celular para jogar.

WitchSpring3 [Re:Fine] – The Story of Eirudy é o que eu chamaria do filho de jogos da série Atelier com algum RPG de celular, até porque parece que pertence mesmo a um smartphone, não ao Nintendo Switch.

E o jogo é ruim? Não acho que seja, mas ele poderia ter sido trabalhado melhor em algumas coisas que realmente ficam bem chatas de lidar. Coisas que eu realmente não gostei nesta instalação é o tamanho da fonte dos menus, e da maneira em que navegamos nas mesmas, eu honestamente não entendo como alguém consegue liberar um jogo desses sem ao menos achar que é minimamente estranho apertar seus olhos para conseguir ler os textos nesse jogo. Eu imagino que pessoas que jogam no Switch Lite devam sofrer ainda mais, dado que jogar na TV já é bem ruim nesse sentido tambem.

A tela de título é bem bonita.

Mas nem tudo é ruim em WitchSpring 3, na verdade eu gosto muito das mecânicas do jogo, eu gosto muito de poder criar itens e sair por aí a fora descer o pau nos monstros espalhados pelo mundo. Há muita variedade de coisas para se fazer nesse jogo, de monstrinhos que você pode trazer a vida através de rituais mágicos, armas, meios de se treinar e criar poções, afinal de contas eu mesmo sou bem fã de jogos da série Atelier da Gust, então é natural que eu me atraia por esse tipo de coisa.

Na verdade, coletar itens é sua primeira tarefa no jogo, assim como muitas mecânicas de RPG que ajudam você a se acostumar com este mundo, cheios de tutoriais obrigatórios que são necessários mesmo fazer pois tudo é muito confuso, não prático. Isso definitivamente se torna aparente no sistema de batalha do jogo. As batalhas são baseadas em turnos, o que trás um pouco de paz para se pensar no que fazer durante os conflitos. No caso de Eirudy (sim, esse é o nome da nossa heroina sem nome), combina magia e espadadas, com ambas sendo utilizadas para golpear os inimigos com classe.

Enfrentando um monstro-pedra, porque não?

Curiosamente, WitchSpring3 Re: Fine também é anunciado como um título spin-off no universo WitchSpring (cujo qual eu nem fazia ideia de que existia). Eu senti que poderia entrar no universo WitchSpring neste jogo sem conhecimento prévio, ainda bem! Pegar o barco andando sem termos a possibilidade de jogar os outros jogos é um saco.

A boa coisa é que podemos jogar o game com uma dublagem em japonês, diferente do original coreano que não me agrada muito. Apesar de não ter em português, os jogadores escolherem um dos cinco idiomas do jogo – japonês, coreano, chinês simplificado e tradicional e inglês, a escolha óbvia aqui – ainda ouvirão Eirudy e companhia em japonês abaixo das legendas, que diga-se de passagem, a dublagem é boa pra caramba.

Cavernas também fazem parte dos cenários desse jogo.

Falando na heroína, ela começa bem chatinha, melâncolica, e apesar de não ter tanta evolução como personagem, o envolvimento com um certo garoto faz ela melhorar um pouco mais a sua postura, se tornando quase uma personagem legal por completo, mas apenas aquase. É cansativo esse negócio de personagem que perdeu sua memória e tudo mais, a impressão que temos é que tudo é revelado no final, trazendo um mega plot-twist previsível.

O jogo no quesito arte é bonitinho, tem um visual em tons pasteis, excelentes trabalhos nas artes dos personagens, nos modelos também tanto dos inimigos quanto dos npcs num geral. As dungeons são bem construídas e o visual do combate é realmente legal para um jogo de celular, nada a reclamar aqui. Minha reclamação está com a trilha sonora do jogo que realmente não tem nada de muito especial, e em alguns momentos confesso até que me incomoda um pouco pela repetição, mas é passável.

Não se engane, o jogo é bem bonito em movimento.

Eu cheguei a zerar o game uma vez, vi que tinha a possibilidade de ver os outros finais dos supostos multiplos que o jogo tem, mas que vontade que eu vou ter de fazer isso com aqueles textos, meu deus. O jogo é fofo, mas é basicamente isso. Bonito não foi o suficiente para fazer eu curtir ele por mais de 20 horas, nem foi o suficiente para me manter envolvido com Eirudy e seu mundo, infelizmente. De toda maneira, WitchSpring3: Re: Fine simplesmente não fez eu me conectar como eu achei que iria, não acho que seja um jogo ruim, mas está um pouco longe de ser um joguinho de peso para o Switch.

Embora não seja mesmo minha praia, eu estou satisfeito em que os fãs desta franquia coreana terão a chance de tê-lo em uma plataforma importante e não precisar recorrer a um aparelho de celular para jogar. Apesar da confusão dos menus e a quantidade desnecessária de textos e explicações, acredito que algumas pessoas possam mesmo se divertir com esse jogo, talvez a galera que curta as coisas nesse ambiente animê-ecchi, cheio de magias e danos exorbitantes. Finalizei ele em 25 horas, tempo longo demais, se não fosse os extras, dava para zerar em 15 fácil fácil.

Fábio Kraft
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