Desenvolvido pela Arkane Studios, Deathloop é possivelmente a maior surpresa em matéria de jogos na minha opinião nesse ano de 2021 e talvez dos últimos anos num geral. O jogo foi mostrado exaustivamente em eventos e por alguma razão o marketing feito para ele não havia prendido minha atenção nem por um segundo, parecia um jogo genérico de tiro em primeira pessoa com “gimmicks” variados.
Mal me dei conta de quando ele estava prestes a ser lançado, tamanho meu desinteresse pelo título e eu admito isso mesmo. Mesmo sem ter jogado outros jogos da produtora como a série Dishonored e tendo de certa forma desprezado Deathloop, eis que pinta uma a oportunidade de jogá-lo e o encarei como um desafio, de cabeça erguida.
Bastou meia hora para eu entender que estava lidando com algo especial, único. A cada hora que passava eu estava mais e mais penetrado naquela bendita ilha chamada Blackreef onde se passa essa trama insana. Gente, que jogo maravilhoso! Caro leitor, por essa você não esperava, né?
EU JÁ ESTIVE AQUI ANTES
A genialidade de Deathloop começa pela sua história maluca. Nós jogamos com Colt, uma pessoa com a missão de acabar com um ciclo infinito que dita todas as regras do jogo. Além de Colt, existe uma outra personagem importante chamada Julianna, ela é sua rival e tem como objetivo te impedir. Julianna serve como auxiliar narrativo da história, ela está sempre falando com Colt e faz transparecer que os dois se conhecem de algum lugar.
Colt não tem muita noção do que está acontecendo inicialmente e só depois de explorar bem Blackreef que passamos a entender a insanidade dos eventos causados pelo ciclo e também por 8 assassinos ou chefes, se você preferir os jargões clássicos dos videogames.
A missão é, matar os 8 assasinos em 24 horas e acabar com essa maluquice de uma vez por todas. A maneira que estou explicando a trama de Deathloop é mais rasa que um pires, que fique bem claro. Diversos mini-eventos ocorrem o tempo todo em Blackreef, grande maioria liderada por um dos 8 assassinos. Pense nesses personagens como vilões caricatos de James Bond ou da série Metal Gear. Eles não são simples alvos armados até os dentes com o único propósito de morrer em suas mãos, eles tem personalidade e tem horas que você fica até com dúvida se realmente eles sabem o que está acontecendo.
Apesar de não ser uma trama super cinemática como estamos acostumados hoje em dia, os pequenos detalhes fazem dela algo super especial.
A ESCURIDÃO CONSOME A LUZ
Quando você começar a jogar Deathloop irá perceber que contamos com um controle perfeito, um ponta pé inicial daqueles de dar gosto. Colt se move rapidamente e conta até com comandos de esquiva, algo que eu honestamente nunca vi em um jogo do gênero.
Depois de se acostumar com os controles, você irá perceber que a algo de bem estranho está acontecendo, temos uma certa liberdade para agir, sem muitos tutoriais, uma característica bem presente nos jogos de hoje(até demais, na minha opinião). Não existe um caminho lógico ou uma seta, você deverá apenas se localizar pelas mensagens encontradas ou mesmo pelo que a Julianna fica falando contigo.
Após algum tempo eventualmente você irá entender que existe um jeito de acabar com esse ciclo e talvez conseguir se safar desse eterno dia. Como eu digo para todos que me perguntam como funciona Deathloop, a resposta é sempre a mesma… jogue no seu ritmo, não procure guias na internet, explore os cenários, não há uma fórmula mágica de sucesso em Blackreef.
Conforme vamos conhecendo melhor os nossos adversários e a ilha propriamente dita, passamos a entender que podemos evoluir Colt com diversas habilidades diferentes. Habilidades chamadas de Berloques, elas podem ser passivas como resistir mais os tiros recebidos ou mesmo permitir que possamos dar um salto duplo; existe uma gama enorme de Berloques e cada jogador vai encontrar seu estilo de jogo ideal.
Claro que além da quantidade enorme de habilidades, o jogo também conta com milhares de armas e cada uma delas se comporta diferente, o próprio Dualsense(caso você esteja jogando no PlayStation 5, como eu) responde unicamente a cada disparo, é algo incrível que quase justifica o ingresso nessa nova geração de consoles. Jogar Deathloop é uma experiência tão gostosa que dá para dizer que o jogo não possui um momento sequer de chatice, há sempre alguma coisa acontecendo. Espere até a Julianna resolver aparecer para matar Colt, o jogo que já é tenso, acaba ficando quase algo aterrorizante, demais!
Poderia ficar até amanhã tecendo elogios para Deathloop, o jogo é o melhor jogo de FPS que já joguei na vida e olha que meu histórico do gênero é bem extenso, hein? Ah, quase que eu me esqueço de algo muito importante, Deathloop também possui um modo multi-player e ele é incrível, porém recomendo que foque inicialmente nas aventuras de Colt para depois embarcar nessa parte do jogo.
CONTRA TODAS AS POSSIBILIDADES
Já adianto que a parte mais “fraca” do jogo é o seu visual, não que ele seja feio, mas é que suas outras qualidades atingiram um nível de excelência que acabou deixando esse aspecto meio para trás. Deathloop se passa numa espécie de Estados Unidos dos anos 60 só que futurista, melhor maneira que consegui explicar o estilo artístico dele.
Se tem algo que me chamou muita atenção na parte técnica foi a quantidade de objetos diferentes nos cenários, são detalhes como esse que faz com que praticamente qualquer sala tenha uma identidade própria, fazendo com que a necessidade de um mapa quase não exista pois dá para se localizar através da memória visual mesmo, não lembro qual foi a última vez que joguei algo assim!
Algo meio esquisito que vale a pena mencionar são os modos gráficos. É bem comum nos jogos atuais temos a possibilidade de escolher como o jogo vai se comportar e em Deathloop não é diferente. O jogo possui um modo que favorece a performance, um que favorece resolução e outro que aplica o ray-tracing, admito que não percebi diferença alguma nesses dois últimos portanto o performance acaba sendo a escolha da vez pois nada melhor do que ter um desempenho excelente para sobreviver nessa ilha!
O áudio do jogo é outro espetáculo, joguei ele praticamente inteiro com headphones e mesmo gerando um certo desconforto, não há maneira melhor de experimentar o mundo de Deathloop. Cada som é bem representado aqui e pelo fato de existir Áudio 3D no PlayStation 5, nós conseguimos ter uma noção imersiva de cada situação, até dá para identificar os passos de um inimigo apenas pelo som, viva a tecnologia!
DEJÁ VÙ
Que delícia de jogo, que surpresa mais maravilhosa. A Arkane Studios elevou o nível dos jogos do gênero a um patamar complicado de ser alcançado, porém juro pra vocês, eu jamais irei subestimar um jogo desse jeito novamente… bem, pelo menos não dessa desenvolvedora. Deathloop é obrigatório para os donos de PlayStation 5 e PC, corra logo para adquirir o seu… sempre quis falar isso!
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