Um ambicioso, expansivo, de muitíssimo bom gosto esse jogo da Level-5 e do Studio Ghibli, estúdio que está por trás de filmes clássicos de animação japonesa como Totoro, Vidas ao Vento e O Castelo Animado.
Desenvolvido pela Level 5 e distribuído pela Bandai Namco, esse jogo de peso agregará com força a coleção dos donos do Switch. Vindo da Level-5 também já sabemos que coisa boa estaria por vir, ainda mais esse port fantástico para o Nintendo Switch que encheu legal nossos olhos. Inacreditável o que esse console consegue rodar, é um verdadeiro show.
O jogo começa de uma maneira bem diferente, com um dos personagens principais, Roland, a caminho da cidade e ela sendo aniquilada por mísseis. Eis que ele é transportado mágicamente para um castelo em outro mundo e sem motivo aparente acaba se tornando anos mais jovem. Sem saber direito o que está acontecendo, ele logo se encontra com Evan, um jovem rei com traços de furry que foi vítima de um coup.
Roland se apresenta como presidente de um país em outro mundo para Evan e resolve ajudá-lo. Ambos não tiveram muita escolha e acabam se juntando para tentar sair desse castelo que está repleto de soldados. Após uma série de eventos eles conseguem sair do castelo e Evan decide criar um novo reino para que ele possa governar e fazer todos serem felizes para sempre. Roland vê a determinação de seu novo amigo e explica pra ele que mesmo não sendo um rei, ele é um presidente e pode lhe ensinar muitas coisas.
O subtítulo desse jogo, Revenant Kingdom (ou Reino Soberano), não está lá só de enfeite, ele serve também para ditar uma nova mecânica ou melhor, elemento de jogo que a Level-5 implementou para essa sequência. Evan tem o objetivo de criar um reino e para isso ele precisa estabelecer esse reino em algum pedaço de terra desocupado. Eis que nas primeiras horas já temos acesso a essa terra (depois de algumas lutas, claro) e já poderemos usá-la em prol desse objetivo.
Falando um pouco do gameplay, existe um ataque normal e um forte, permitindo combinações simples de ataques. Cada personagem tem um tipo de arma de curta distância e uma de longa distância, permitindo que possamos atacar até inimigos que estão voando e esses temos aos montes! Além dos ataques normais, nós contamos com habilidades especiais que gastam MP. Vale ressaltar que os ataques de longa distância também gastam um pouco de MP, fazendo valer estratégia para administrar esses pontos.
O jogo também não tem combates aleatórios. Nas dungeons ao avistar os inimigos já podemos partir para cima deles e travar luta ali mesmo, independente de onde for. No carismático mapa-mundi encontramos os monstros andando alegremente pelos campos e no contato com eles entramos em uma arena genérica. Fique atento que todos os itens que são deixados pelos inimigos ficam na arena para coletar, mas caso não consiga antes do jogo forçar você a voltar pro mapa não se preocupe, os itens remanescentes vão aparecer depois, o motivo da equipe ter feito dessa forma eu não faço ideia.
Evan e seus amigos são praticamente um desenho animado e já não dá mais para ver que são modelos poligonais, chegamos praticamente na perfeição. Até os NPCs são únicos e não uma tropa de xerox muito mais feios que os protagonistas. A qualidade agora é constante. Quando jogar experimente olhar atentamente cada NPC que encontrar, lhe garanto que não vai encontrar um igual ou algum mal feito e falo com propriedade pois confesso que procurei!
Um jogo com essa qualidade deve ter uma performance restrita, certo? É tão suave que faz alguns outros RPGs parecerem um show de slides, fora o excelente uso do motion blur que sempre dá aquele tchan. No mapa-mundi e nas Skirmishes a taxa de quadros cai pela metade, preciso confirmar se isso só ocorre no PS4 normal ou se no PRO ele mantém a taxa de quadros do jogo padrão, algo que é remotamente notado no Switch também.
A parte do áudio é com certeza a maior fraqueza desse título, infelizmente. O jogo tem sim uma dublagem boa, o problema é que são bem raros e durante grande parte dos diálogos temos apenas texto. Confesso que mentalmente já estava lendo tudo com o sotaque inglês de Evan, mas não é a mesma coisa.
Joe Hisaishi volta para compor uma das trilhas sonoras mais esquecíveis dos últimos anos. Longe de mim querer parecer preconceituoso, mas compositor de filmes fazendo trilha sonora de um jogo, ainda mais um RPG onde as faixas são repetidas constantemente, não me parece uma boa escolha. O tema da série é usado o tempo todo, desde a tela de início, passando pelo mapa-mundi e até em alguns momentos como da base onde nosso reino será construído. No começo é legal e te coloca em um ambiente familiar, porém cansa e as demais faixas são bem padrão, não consigo nem lembrar do tema de batalha para ter uma ideia.
Sem sombra de dúvidas é um RPG de qualidade e um dos melhores da geração. A aventura de Evan e seus amigos não será esquecida tão facilmente. É um excelente jogo para quem está começando no gênero e mesmo aqueles que nem curtem muito RPG ele é recomendado, o desafio é baixo e a história vale cada segundo investido em Ni No Kuni II.
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