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28, out 2019
Spirit Hunter: NG – Análise
9
Visual Novel Survival
Ótima surpresa com elementos de gameplay não esperados para o gênero, fugindo de apenas escolher opções e ver o que acontece. É um jogo que vai prender o jogador até o fim da aventura e fazer você lembrar por muito tempo.

Spirit Hunter: NG é o mais título mais diferentão que eu já joguei do gênero de terror. Desenvolvido pela Ghostlight LTD e Experience Inc. e distribuído pela Aksys Games, nosso Nintendo Switch é contemplado com uma das melhores experiências de susto dos últimos tempos. O game também está disponível para PC, PS4 e PS Vita.

Pouco comum nos consoles e mais fácil de encontrar no PC, esse gênero de Text Novel foi algo que não tive tempo de me acostumar, eu venho aproveitado o gênero desde a época do saudoso Clock Tower do PlayStation 1 (acho que inclusive foi meu primeiro jogo de terror… Bons tempos de Helen e professor Barton.), sempre fui crescendo e me apegando a esse masoquismo de gostar de tomar sustos com jump-scares ou de tensão psicológica que certos games causam, e este game é um agregado de sentimentos bem reais de uma experiência toda como um jogo de terror completo, vou tentar explicar da melhor maneira possível.

Quando comecei a minha jogatina eu não sabia muito o que esperar, eu havia jogado games como Resident Evil 2 Remake e até então aquilo era minha maior lembrança viva de um jogo de terror recente. Superar a qualidade dele não é um feito muito fácil de se ver e para ser bem honesto, o fato dele ser um text novel já me deixou um pouco de nariz torcido. Achei que tudo o que eu iria fazer era seguir perguntinhas e ver uma trama de suspense em anime meia boca desenrolar, mas como o preconceito é uma coisa muito besta, digna de pena, quebrei a cara como de costume; e é impressionante como eu consigo passar tantos momentos ótimos com jogos que fazem o jogador se prender com uma narrativa tão boa, bem escrita e elementos super bem construídos que é simplesmente complicado de largar o videogame até saber o que vai acontecer com a investigação atual que estás fazendo.

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Spirit Hunter: NG é o segundo game da série na verdade, os eventos dele acontecem cerca de 5 anos depois do fim de seu antecessor, mas mesmo assim, não é necessário ter jogado o mais antigo primeiro. Sem dar spoiler algum, neste game controlamos um jovem estudante, órfão e desbocado que convive com sua tia e prima. Depois de um dia normal, ele recebe uma misteriosa carta com uma xarada, levando-os a encontrar depois de muitos desencontros infortúnios, um ser malígno chamado Kakuya, que designa uma missão que colocará a sua própria vida e de sua prima em jogo, fazendo com que o herói encontre certas personalidades para auxilia-lo nesta empreitada assustadora e espiritual.

Eu não conheço o primeiro jogo, o Death Mark, mas relatos de amigos e outras pessoas num geral, disseram que o NG continua com a mesma excelente qualidade. Vou certamente ir atrás do primeiro assim que terminar o restinho dos caminhos do NG, com toda certeza. Preciso conhecer a origem desse enredo tão bem feito.

Embora ele seja parte de uma série de visual novels, ele traz, além do principal que é obviamente o enredo, elementos de gameplay muito competentes, fugindo da ideia de ficar apenas escolhendo as opções e ver o que acontece as coisas de uma maneira mais limitada, quebrando a linearidade bilateral de escolhas, como de Sim ou Não, por exemplo. A história é acompanhada de uma trilha sonora melódica, bem variada e muito bonita, algo que eu não estava preparado para experimentar num jogo de terror e que, apesar de tudo, tem algumas faixas que são bem alegres no meio da predominância melancólica/ Scary, e nesta mesma vibe, uma dublagem japonesa exemplar como sempre. Exemplar mesmo, porque eu nunca vi eu tomar tanto cagaço de gritos de fantasma na minha vida.

Como existem 6 maneiras possíveis de se reagir a um comentário de um personagem, as escolhas mais diretas também influenciam em cheio no que vai acontecer em uma determinada situação, tudo que é relacionado a maneira de aproximação emocional de cada companheiro seu com o herói acaba sendo calculado por trás através desses pequenos detalhes, resultando nitidamente nos desfechos, então se você realmente gostar bastante da história do game, você vai acabar decidindo tomar caminhos diferentes para fins conclusivos, alimentando muito o fator de ” E se eu fizesse isso… ” que é muito louco nesse jogo.

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O jogo tem muitos elementos de exploração e investigação que deixam a experiência num verdadeiro climão Sherlock Holmes. O game funciona como em um dungeon crawler em primeira pessoa, podendo se aprofundar melhor na exploração das localidades, misturado com point-and-click usando a sua fiel lanterna para checar lugares, obter itens, achar uma nova rota de fuga, coletar pistas e anotar em seu caderninho e etc.. E enquanto jogados no “Scary mode”, coisas apareceram na tela esporadicamente para dar aquele pequeno ataque cardíaco em nós. Nosso herói também é possuidor de poderes sobrenaturais que revelam o passado ou o motivo do ódio/ rancor de um determinado fantasma inimigo tocando o sangue em certos objetos, o que chamam de Bloodmetry, que levam a dar dicas de como superar uma batalha de boss mais pra frente.

Por fim, esse é o game com a temática de terror mais bem construída que eu já vi nos últimos anos. Spirit Hunter: NG é o segundo game da série, uma surpresa em todos os sentidos. É um jogo que vai prender legal o jogador até o fim da aventura e vai fazer você lembrar do título por muito tempo. Tô na torcida de que re-lancem eles como terceira pessoa, já pensou? Seria demais.

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  • A narrativa é de tirar o chapéu, textos de altíssima qualidade mesmo
  • Tem muita rota diferente para se seguir nas missões
  • A tensão e os sustos são bem reais e legais, é de você xingar alto o jogo sozinho
  • Construção dos personagens como personalidade e background são nota 10

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  • É um jogo curtinho
  • Os saves são bem espaçados, infelizmente. Boa coisa que existe o sleepmode

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Fábio Kraft
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