Análises

Fuga: Melodies of Steel

10
Eu não vou botar ninguém no Soul Cannon…

Fuga: Melodies of Steel é uma aventura maravilhosa, difícil, triste e bonita ao mesmo tempo, uma verdadeira montanha russa de sentimentos que vão para todos os lugares.

Fuga: Melodies of Steel é o quarto jogo da série Little Tail Bronx, supresa pra mim pois não acreditei mesmo que viria mais um game nesse universo!

A série é composta por Tail Concerto no PlayStation 1, Solatorobo no Nintendo DS, Little Tail Story para iOS e Android somente no Japão, e por fim, Fuga: Melodies of Steel no Nintendo Switch e demais plataformas atuais, dessa vez desenvolvido e distribuído pela CyberConnect2.

Os personagens terão suas vidas totalmente mudadas após entrar nesse enorme tanque.

Eu gostei muito dos antecessores e gosto muito também do universo dos jogos, esse negócio de civilizações antigas, extinção da raça humana e ruínas vivas me deixam super empolgado, acreditem se quiser. Esse game é uma viagem emocional do início ao fim, é um dos melhores jogos que eu já joguei esse ano sem sombra de dúvidas. Talvez apele muito para um tipo muito específico de jogador, mas acredito que num geral poderá agradar em massa até os mais durões.

Para quem vê a publicidade do jogo, capa e personagens, pode até pensar que o jogo se trata de uma historinha boba de animaizinhos antropomórficos rondando por aí, mas na realidade, é um jogo que tratará da inocencia de crianças em um território hostil, repleto de destruição por conflitos armados, em outras palavras, uma guerra no que diz respeito todos os sentidos da palavra – O jogador certamente ficará pilhado na maior parte do tempo com o desenrolar da história, mas a faísca de esperança sempre se manterá acessa pois a narrativa é empolgante e muito bem feita.

Os caminhos da sobrevivência.

A trama do jogo gira em torno de uma invasão a um vilarejo remoto, e por conta disso, a captura dos pais dos protagonistas acontece. Viajaremos por tudo o que é lugar em busca de nossos familiares enquanto somos jogados a situações complicadíssimas de confronto militar. Ao longo do caminho vamos encontrando outras crianças que tiverem seus destinos mudados por conta dos confrontos, e juntos todos seguem com um único objetivo. Sorte nossa é que contaremos com um tanque escondido em uma ruína milenar, que acorda quando as crianças adentram esse armamento massivo chamado Taranis.

Tudo é muito bonito e legal, mas afinal de contas, do que se trata Fuga? Nos games anteriores os jogos tinham uma pegada de RPG de ação. Mas nessa nova instalação, controlamos primordialmente um tanque de guerra gigantesco por onde entramos em batalhas mas também, ao mesmo tempo, lidamos com gestão de recursos, exploração, interação entre os personagens, entenda como uma base móvel bem completa para fuçar em cada cantinho das instalações.

O visual das batalhas é demais.

Cada uma das crianças é designada a uma posição de batalha das três possíveis armas que temos a disposição: Machine Gun, grenade launcher e cannon. Cada uma delas tem uma especialidade base, e cada um dos personagens contam com habilidades únicas, ideiais para testar a melhor combinação possível para cada tipo de situação. Machine guns servem para acertar melhor inimigos que estão no ar, grenade launcher terá um foco especializado em causar efeitos negativos nos inimigos e o cannon será a melhor forma de causar dano massivo nas linhas de frente.

O sistema de batalha é complexo e brutalmente difícil, cada rota que tomamos durante os percursos dos capítulos devem ser pensados afim de otimizar a obtenção de recursos, itens de cura e mantimento da saúde dos herois, pois uma vez debilitados em combate, os mesmos não poderão participar de várias atividades além de sua frequência de acertos cair pela metade geralmente.

Isso é o famoso “Soul Cannon”.

Demorei muito para perceber o quão importante é defender nesse jogo, sério. Além de reduzir os danos no Taranis, as chances de deixar uma das crianças machucadas ou deprimidas reduzem muito. Habilidades que aumentam os atributos, assim como o que você come durantes os intermissions é muito importante, quase mandatório. O jogo é bem difícil como eu citei anteriormente, então os produtores não esperam que você consiga zerar ele sem utilizar o infame Soul Cannon, a arma que destrói qualquer inimigo no game, custando a vida de um de seus personagens para sempre. Mas os que são mais calmos, mais racionais, conseguirão finalizar o jogo sem botar nenhum bicho pra morrer, porque é muito triste, cara!

Momentos de tranquilidade.

Fuga é um jogo muito bonito artisticamente, tanto é que recebeu a colaboração de vários artistas para ilustrar as passagens do game, tão bem quanto a trilha sonora que é maravilhosa e emocionante, faz com que a aventura seja memorável e especial por muito tempo. Gosto de enfatizar aqui duas canções do game que são sublimes, uma delas é o tema de chefe que se chama “Flower on the Trails”, me arrepia até alma! E outra que eu gosto muito é a cantada em francês, “Elegy of Winds” que é demais também, melancólica pra caramba, mas configura o tom da aventura.

Dentro dos 12 capitulos do jogo há muita coisa para se coletar como informações dos terrenos e cidades, uma história em quadrinhos, pequenos eventos de interação entre os personagens (cujo qual aumenta a eficiencia da combinação entre os dois para os golpes especiais), artworks, music test e por aí vai. Vai incentivar bastante o newgame+ riquíssimo do jogo.

Um pouco de exploração não faz mal a ninguém.

Para quem sacrificou um ou outro personagem com o Soul Cannon durante a trama, poder mudar o destino dos personagens é bem legal, até porque o true ending do jogo só é liberado com todos eles vivos, e acreditem, vale muito a pena! O resultado é muito legal, e a conclusão da história é gratificante pra caramba, sem dar spoilers aqui.

Fuga: Melodies of Steel pode ser zerado em torno de 12-15 horas na primeira jogada, e eu diria que para completa-lo 100%, o título renderá quase 30 horas de gameplay. É uma aventura maravilhosa, difícil, triste e bonita ao mesmo tempo, uma verdadeira montanha russa de sentimentos que vão para todos os lugares. Recomendo demais, joguei no Nintendo Switch perfeitamente, acredito que nas outras plataformas o game deverá rodar da mesma maneira, vale muito a pena mesmo.

Fábio Kraft
Últimos posts por Fábio Kraft (exibir todos)

Comment here