Análises

Tom Clancy’s Rainbow Six Extraction

7
Mesmo sendo repetitivo, Extraction diverte

O novo título "Ubisoft Original" apresenta uma gameplay que fica repetitiva depois de um tempo, mas ao menos consegue divertir (especialmente em co-op)

É fato que Tom Clancy’s Rainbow Six Siege foi um enorme sucesso no seu lançamento, e continua sendo até hoje. O shooter da Ubisoft é simplesmente viciante e devo admitir que já gastei horas e horas no mesmo, ainda mais jogando em companhia de amigos. Mas é claro que todo esse sucesso não passaria em branco e, pensando nisso, eis que a Ubisoft lança Tom Clancy’s Rainbow Six Extraction, porém dessa vez com uma temática um tanto quanto diferente: você não estará jogando um game competitivo, mas sim um totalmente cooperativo.

O jogo, que recebe o selo de “Ubisoft Original” está disponível para diversas plataformas, sendo elas: Xbox One, Xbox Series S|X, PlayStation 4, PlayStation 5, PC, Amazon Luna e Stadia, e assinantes do Xbox Game Pass também podem usufruir do título que está disponível no catálogo. Mas e aí, será que essa nova empreitada na franquia valeu a pena? É isso que iremos descobrir!

Rapaz… deu ruim!

Na trama, um perigoso parasita chamado Chimera, que já havia causado uma epidemia no Novo México, acabou chegando também aos Estados Unidos, deixando um rastro de mortes e caos por todo lado. É claro que isso não acabaria por aí, e então é criada a REACT (Equipe Rainbow de Análise e Contenção Exógena), para descobrir mais sobre a ameaça e impedir que a situação piorasse. E é aí que você entra! Sendo um dos agentes da REACT, sua missão será enfrentar as criaturas que são criadas pelo parasita e estar sempre na linha de frente.

Essa infestação não é coisa boa…

No geral o enredo é bem simplório, mas desde o início fica claro que o mesmo não é o foco do game e está lá apenas para ter um plano de fundo na jogatina. Na mesma, você passará por diversas incursões, sendo que cada uma possui três subáreas com um objetivo em cada. Essas missões se passam em lugares icônicos, como Nova Iorque, São Francisco, Alasca e a cidade de Truth and Consequences do Novo México. Cada localidade possui três zonas jogáveis, totalizando doze. Devo dizer que são sim bons cenários, mas após um tempo de jogatina um enorme problema aparece, porém logo falaremos do mesmo.

Aqui temos dezoito agentes no total, sendo que todos vieram de Rainbow Six Siege. É muito interessante rever os mesmos personagens do outro game sendo inseridos nessa história, já que quem jogou o game está habituado aos mesmos, e para quem não chegou a jogar acaba sendo bacana vê-los pela primeira vez e descobrir como cada um funciona durante a gameplay. Bom, mas não vá pensando que os agentes sempre sairão ilesos das incursões, pois isso nem sempre acontecerá, já que caso o personagem termine a missão muito ferido, irá levar algumas outras rodadas para se recuperar, ou seja, o jogador terá que escolher algum outro.

E o game vai ainda mais além! Caso um agente seja derrotado em determinado mapa, o mesmo ficará encasulado lá e virará um DEA, se tornando completamente inutilizável até que você volte e resgate o mesmo. Devo dizer que tudo isso traz uma tensão muito boa para a gameplay, já que vamos ser sinceros, você não vai querer perder um agente e se ver obrigado a tentar resgatar o mesmo depois.

Vai arriscar perder seus agentes? Melhor não, ein!

Durante as incursões, os principais inimigos serão os Arqueanos, que se dividem em vários tipos, possuindo comportamentos e habilidades diferentes. Sabendo disso, você poderá criar suas próprias táticas durantes as missões, podendo ir desde o stealth até sair metendo tiro em todo mundo sem ter medo de ser feliz, mas obviamente tendo em mente que os mesmos ficarão mais agressivos e irão alertar as unidades e colmeias da área, trazendo cada vez mais inimigos. Os oponentes até que causam uma certa dor de cabeça dependendo do nível de dificuldade escolhido, mas sinceramente são completamente descartáveis e nem um pouco memoráveis.

No game temos ainda os chamados “marcos”, que são como níveis do jogador. Conforme você vai avançando nos mesmos, vai liberando novos itens e também as diferentes localidades que citei anteriormente. Além disso, enquanto progride também será possível liberar novas tecnologias que irão lhe ajudar durante o desenrolar das missões, como diferentes granadas, blindagens e outros itens. Tudo isso traz uma ótima sensação de progressão no game, além de ir trazendo uma maior possibilidade de equipamentos a serem utilizados nas missões.

Mas e a trilha sonora? Bom, ela basicamente não se faz presente aqui, e devo dizer que isso é sim algo bom, já que você vai querer e muito prestar atenção nos cenários e inimigos, e qualquer outro som que não viesse dos mesmos com certeza seria um incômodo enorme e tiraria a nossa atenção das missões.

Que música, nada! Temos é que prestar atenção no ambiente.

No quesito jogabilidade, Extraction possui basicamente os mesmos comandos que Siege, ou seja, se você já jogava o jogo anterior irá chegar basicamente adaptado aos controles desse novo, e caso ainda não jogava, irá aprender conforme for jogando incursões, já que a gameplay é fluída e simples de ser aprendida. Extraction ainda herdou os gráficos do seu antecessor, que por sinal ainda são muito bonitos e um show a parte. Mas no meio desses dois pontos positivos, eu tive a impressão de que estava basicamente jogando uma expansão de Rainbow Six Siege porém com uma temática de epidemia, o que acabou me deixando um tanto quanto decepcionado.

E se lembra que eu disse que conforme você ia jogando, um enorme problema ia sendo criado? Pois é, a repetitividade se faz presente no game e ela fica evidente após poucas horas de jogo. Os objetivos das incursões acabam quase sempre sendo os mesmo, e você se verá realizando as mesmas ações de novo e de novo, o que torna a experiência maçante. Pelo menos jogar com amigos acaba trazendo uma certa diversão para a experiência, e sinto que essa deva ser a melhor forma de jogar Extraction.

Veredito

Tom Clancy’s Rainbow Six Extraction possui seus pontos positivos, que na grande maioria foram herdados de seu antecessor, e até traz algumas boas ideias, mas acaba se tornando uma experiência repetitiva após certo tempo, com o jogador refazendo sempre os mesmos objetivos nos mesmo cenários com inimigos completamente descartáveis. Ainda sim, o título deve trazer uma certa diversão especialmente ao jogar com amigos, já que o mesmo possui a opção de cross-play e todos podem jogar juntos. Se você possui Xbox Game Pass, chame uma galera e aproveitem para testar o game enquanto o mesmo continua no catálogo do serviço.

Pros

  • Cenários interessantes
  • Boa variedade de agentes
  • Jogabilidade excelente
  • Boa progressão dos personagens
  • Gráficos continuam muito bons

Contras

  • Inimigos sem sal
  • Repetitividade após pouco tempo de jogatina
  • Parece uma expansão de Siege

Lucas Nunes
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